Ouça o EP de estreia da banda piauiense Navegantes e as águas de Ynaê

EP de quatro faixas é o primeiro trabalho do grupo piauiense, que traz nas letras e arranjos um misticismo festivo junto à energia das águas.

Depois do lançamento do ótimo primeiro single “Mangata”, que ganhou destaque em algumas playlists bem legais de sites de cultura do Brasil, chegou a hora de conhecer o primeiro EP homônimo do grupo piauiense Navegantes e as águas de Ynaê. O grupo formado em 2018 na cidade de Teresina, mescla jovens artistas com nomes mais experientes da cena local, criando uma sonoridade rica que mistura elementos regionais, da MPB, sonoridades africanas, pop, rock e psicodelia, que podem ser conferidos nas 4 faixas deste EP.

O trabalho começou a ser gravado em 2019 no Estúdio A Casa, em Teresina. Devido a pandemia, houve uma pausa de quase um ano nas gravações, que só foram finalizadas no segundo semestre de 2021. A produção é do músico paraibano Nildo Gonzalez. Este é o primeiro de uma série de EPs a ser lançados pela banda piauiense, que já tem mais de 30 composições autorais.

O EP homônimo começa com “Mangata”, canção já divulgada como single, uma poderosa composição pop, com um instrumental que tem elementos que vão da tropicália ao soul, de refrão pegajoso e que homenageia o dia de Iemanjá. “A expressão que deu nome a nossa canção significa o reflexo da lua na água do mar, retrato esse vislumbrado pela letra da canção, que oferece ao orixá do mar, Iemanjá”, explica Dayse Bezerra, co-autora da canção e guitarrista do grupo.

 “Janaina” traz uma ambientação densa, com um funkeado de notas graves e longas nos metais e baixo. “A canção retrata a relação das pessoas com seus orixás, neste caso Iemanjá, das graças e milagres recebidos e os rituais de agradecimento”, comenta Esaú Barros, vocalista da banda.

“Iara” tem uma mistura sonora que vai do carimbó e baião – com a presença de diversos arranjos de percussão com zabumba, pandeiro e agogô – até o rock na guitarra raivosa que surge ao fundo. “Iara é a mãe das águas doces. Essa música traz o ritmo pulsante regional do norte e nordeste brasileiro. Sua letra retrata a vida, as festas e as crenças vindas da cultura popular. A religiosidade e a fantasia. A guitarra faz referência a Tony Iommi do Black Sabbath. Foi carinhosamente apelidada de “carimbó sabbathico””, comenta o guitarrista Eduardo Speeden.

Imersa no hibridismo rítmico, a música “Pura Poesia” fecha o EP e traz uma pegada dançante e alegre. Sua letra fala de transformação, paixão e admiração romântica. “Pode-se perceber um hibridismo rítmico que bebe nas fontes do afrobeat e funk, contudo de uma forma muito pessoal da banda sempre primando a presença dos arranjos de metais”, explica o Esaú novamente.

CLIQUE AQUI E OUÇA O EP

Esaú Barros (Voz, Bandolim)

Filipi Souza (Bateria)
Kenilson Marques (Baixo)

Rafael Fortes (Saxofone)

Raimundo Rodrigues (Trombone)

Marcos Victor (Trompete)

Dayse Bezerra (Guitarra)
Eduardo Speeden (Guitarra)

Arnaldo Oliveira (Percussões)

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