No dia 07 de fevereiro Ítalo Lima assumirá um lugar na Academia de Letras de Teresina na cadeira nº 18 que tem como patrono Hilda Hilst. A cerimônia de posse acontecerá no Teatro João Paulo às 18:30h e será aberta para a comunidade.
Quem é o Ítalo Lima?
O poeta e artista visual Ítalo Lima que nasceu em 02/07/1993, é natural de Teresina, é formado em Publicidade e Propaganda, pós-graduado em Literatura e linguística. Trabalha como Redator Publicitário na agência S/A Propaganda. Foi um dos vencedores do concurso Contos da Cidade 2013, da Prefeitura Municipal de Teresina com o conto “Ver(bo)”. Já participou de várias exposições pelo Estado, atualmente vende quadros com as suas poesias e trabalhos artísticos. Tem duas obras publicadas “Quando a gente se mata numa poesia” (2017) e “Tem sempre uma esperança se prostituindo dentro da gente” (2018). O autor que escreve sobre a solidão, ex amores, pinta angústias e aflições trazidas no peito, um sucesso não só nas redes sociais, mas curando a solidão de muitos lugares com os seus quadros poéticos.
A Academia de Letras de Teresina acaba atuando como um ambiente de trocas intelectuais, onde acontecerão reuniões, discussões e críticas sobre a literatura da cidade, além disso a ALT promove publicações de diversos autores. Segundo o poeta, ela também funciona como uma instituição de memória, que resguarda e preserva o material literário de cada membro.
A Geleia Total quis saber mais sobre a posse do poeta na Academia de Letras de Teresina que atualmente tem como integrantes o Jean Carlos de Brito (como presidente), Noélia Castro de Sampaio (como vice-presidente), Eliszangela Santos de Oliveira ( como secretaria Geral), Marcela Castro Barbosa (como primeira Secretária), José Wilson de Sousa Leal (como tesoureiro) e José de Arimatéia da Silva Veras (como diretor de Comunicação e Publicação).
1. O que a escrita representa para você?
Meu lugar de refúgio, de acolhimento, de fuga. É aquele lugar seguro, terreno sólido, que
está sempre em construção, descontração, aprendizado. É onde eu aprendi estar.
2. Qual o poder da literatura para a formação de um cidadão mais crítico?
O da empatia. De fazer a gente sentir sensações do outro, através da escrita. De se reconhecer nas palavras escritas, nas entrelinhas. É através da literatura que o indivíduo se
desconhece desumano.
3. Como você recebeu a candidatura para a Academia?
Eu recebi o convite de um colega que faz parte da comissão da Academia, com imensa surpresa inclusive. O lançamento da Academia de Letras Teresinense vem para dar suporte e fortalecer a voz de escritores e pensadores que contribuem para a literatura local.
4. Sobre minha escrita/literatura
Pode soar esquisito, minha literatura busca inspirações onde a dor faz morada. É no sorriso que você disfarça. Nos olhos aflitos que todo mundo esconde. Na solidão que a gente ameniza. No adeus dito em voz trêmula. Em toda dor que a gente esconde, minha poesia quer fazer de abrigo. Nas vísceras expostas nas sarjetas. Minha matéria prima é fazer da dor
poemas em linhas tortas.
5. Como você atuará?
A Academia terão algumas produções próprias, uma delas é de um jornal informativo com publicações dos membros. O principal objetivo é preservar e valorizar a memória literária de Teresina, através de cada membro.
6. E qual a sua avaliação na literatura no cenário teresinense?
Existem ramificações, umas me atraem, outras nem tanto. Ainda existe uma cena fora do “meio central-zona leste” que quer muito ser ouvida, ser lida, ser reconhecida. Desde sempre há uma elite-branca ditando as regras na literatura mafrense, e elas não representam mais a cidade de hoje, que é plural, mista. Precisamos discutir literatura teresinense nas quebradas. Diversificar. E aqui vai uma autocrítica: fazer sarau na zona leste e versinho no Instagram só, não basta!
Obras
“Quando a gente se mata numa poesia” (2017);
“Tem sempre uma esperança se prostituindo dentro da gente” (2018).