O corpo é produto, é tudo, é onde materializamos conceitos, é a manifestação dos preceitos. Tanto que nele imprimimos regras, tatuamos proibições, negamos, claro, os próprios instintos. O corpo é modelado, puro amontoado de ideias. O corpo foi esquartejado, matematizado. O corpo é subversivo, amaldiçoamos o sexo, mecanizamos a vida, fugimos e fingimos sentidos. E mesmo assim é um produto, uma ferramenta criada para produção. O corpo faber só convém se for servil, aprende a dominar o mundo, é técnico, pragmático, comunicativo e não conhece a política, não se importa com a vida. O corpo é especialista. O corpo é um caçador da felicidade tentando preencher o tonel das Danaides. E vive sem mergulhar, sempre na superfície, querendo se encontrar. Escravo eterno dos ponteiros, nunca aprendeu que o vazio é seu próprio lar.
Postagens Relacionadas
Projeto declara Orquestra Sinfônica de Teresina Patrimônio Cultural Imaterial
O Projeto de Lei 48/2022 tornando a Orquestra Sinfônica de Teresina integrante do “Patrimônio Cultural Imaterial” do Piauí,…
1,2K Visualizações
Geleia Junina: Tradições marcadas pela Saudade
“Havia balões no ar, xote baião no salão” A pandemia tem nos afastado de momentos culturais importantes. No…
1,5K Visualizações
A casa de Penhores, de Isis Baião
A obra Casa de Penhores da dramaturga Isis Baião retrata “a história de Dora, mulher destemida, que para superar as…
4,1K Visualizações
Patrimônio Vivo: como se inscrever?
Nos últimos artigos falamos do Patrimônio Vivo, uma política pública para beneficiar os mestres e grupos de Cultura…
1,3K Visualizações