Hoje meu filho mais velho se zangou comigo. Disse que eu o tratei como um bebê. Fiquei ligeiramente chocada, pois não sei em que momento ele cresceu. Não lembro, não vi.
Esse golpe me atingiu apenas cinquenta e dois dias após eu completar 40 anos. Outra coisa que não vi acontecer. Dormi com 30 e acordei com 40.
Ser adulto é se ver ladeado por inúmeras flechas e não saber de qual se desviar primeiro, pois o movimento que nos afasta de uma, nos aproxima da outra. Não dou conta e nem consigo domá-las.
Tentei lembrar da primeira vez em que me chateei com meus pais por sentir que não era mais a menina que eles achavam que eu fosse. É provável que eles tenham me dado mais crédito do que eu merecia.
De todo modo, hoje estou do outro lado. Sou a mãe de um adolescente que em público não quer ser tratado como criança, mas em privado continua sendo o meu bebê. Dessa flecha eu não quero quero me livrar, mas quero muito aprender a lidar com essa tal maternidade.
De tanto levar frechada […]
O meu coração parece sabe o quê?
Táuba de tiro ao Álvaro
Não tem mais onde fura
(Adoniran Barbosa e Osvaldo Molles)
Tem alguma história para partilhar comigo? Eu vou adorar saber. Sobre qualquer assunto, os felizes e tristes, de famílias, amantes, amigos, festas, morte, paixão ou doença. Tudo vale. Posso garantir uma escuta atenta e forte.
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Ilustração: Imagem gerada por Inteligência Artificial
Odeio polícia e a tal justiça. Dois ex amigos, narcisistas espantalhos andam me difamando no peso pesado. Dois professores, colegas de ofício. Não sei se os processo se me dou ao destrabalho. Porque pesar que pesa no que pesar eu faço. Ou não pois detesto tais dois sistemas de caralhos.