A 13ª Mostra Cinema e Direitos Humanos chega ao Piauí e aos outros estados convidando o público a debater o país além da tela. Toda gratuita, a programação acontece em Teresina, no Sesc Cajuína, a partir de hoje, dia 19, com cerimônia de abertura e exibição do filme “Nas Asas da Pan Am”, de Silvio Tendler, o cineasta homenageado nesta edição, às 19h30. A agenda segue até o dia 22.
Com todas as regiões representadas nas produções cinematográficas selecionadas, a Mostra tem 18 filmes realizados por profissionais escolhidos por terem relação direta com os temas abordados nas telas, como o racismo e os direitos das mulheres, de pessoas com deficiência, povos indígenas e comunidade LGBTQIAPN+. O roteiro do evento foi organizado em programas divididos com os títulos “Homenagem”, “Raízes”, “Sementes” e “Frutos”.
Em uma segunda fase, o evento terá a Mostra Difusão, quando a programação desta 13ª edição ficará disponível online, na plataforma de streaming InnSaei. TV, e em equipamentos culturais das cidades participantes, de 25 de março a 24 de abril. Os espaços, incluindo os do interior, foram cadastrados pelo Ministério da Cultura, que realiza a Mostra com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. A produção é do Departamento de Cinema e Vídeo da Universidade Federal Fluminense (UFF) com a Universidade Federal do Piauí (UFPI).
A programação é gratuita por ordem de chegada – até a lotação máxima da sala (106 lugares).
Dia 19, a programação da 13ª Mostra Cinema e Direitos Humanos começa com “Nas Asas da Pan Am” (2020, 115 min, livre), de Silvio Tendler, às 19h30, no Sesc Cajuína, na Av. Cajuína, 725, Noivos, Teresina.
Dia 20, às 14h, o programa “Frutos”, dedicado ao público infanto-juvenil, exibe “Um Filme de Verão” (2019, 95 min, 14 anos), seguido de debate, às 15h30. Mais tarde, às 18h, o programa “Raízes” traz “Travessia” (2017, 5 min, livre), “Filha Natural” (2018-19, 16 min, livre), “Nossa mãe era atriz” (2022, 26 min, 12 anos), “Mãri Hi – A Árvore do Sonho” (2023, 18 min, livre), “O que pode um corpo?” (2020, 14 min, livre) e “A poeira dos pequenos segredos” (2012, 20 min, 14 anos).
Dia 21, às 14h, o programa “Frutos” exibe “Tesouro Quilombola” (2021, 23 min, livre), “Mutirão, O Filme” (2022, 10 min, livre), “Cósmica” (2022, 7 min, livre) e “O Pato” (2022, 11 min, 14 anos), com debate ao final.
Dia 22, às 14h, o programa “Sementes” começa com “Ribeirinhos do Asfalto” (2011, 26 min, livre), “Adão, Eva e o Fruto Proibido” (2021, 20 min, 14 anos), “Nossos espíritos seguem chegando” (2021, 15 min, livre), “Me farei ouvir” (2022, 30 min, 10 anos), “Escrevivência e Resistência: Maria Firmina dos Reis e Conceição Evaristo” (2021, 26 min, livre).
Às 18h, uma apresentação artística recebe o público para a sessão “Homenagem”, às 19h30, com mais um filme de Silvio Tendler, “A Bolsa ou a Vida” (2021, 102 min,10 anos). Às 20h15, um debate sobre a obra do diretor homenageado fecha o roteiro.
Outras informações da Mostra podem ser acompanhadas através das redes sociais do evento e no site https://mostracinemaedireitoshumanos.mdh.gov.br/
PROGRAMAÇÃO DA MOSTRA CINEMA E DIREITOS HUMANO
CINE TEATRO – SESC CAJUÍNA
Teresina | Piauí
SESSÃO ABERTURA Dia 19/3/2024 – 19:30 TERÇA
Nas Asas da Pan Am
(Brasil, 2020, 115 min, livre) Direção, Roteiro: Silvio Tendler
Produção Executiva: Ana Rosa Tendler Produção: Maycon Almeida
Elenco: Adolpho Tendler, Américo Vermelho, Amir Haddad, Daniel Viglietti, Esther Kreimer Grunfeld, Henry Engler, José Celso Martinez Corrêa, Luiz Carlos Maciel, Mauricio Rosencof, Patricio Guzmán, Renato Borghi, Sarah Tendler e Vladimir Carvalho. Narração: Eduardo Tornaghi e Bel Kutner
Sinopse: A partir de materiais produzidos em diversos momentos da sua trajetória, Silvio Tendler constrói um autorretrato, fiel à sua identidade como cineasta, no filme que marca seus 70 anos de vida. Em uma costura de sua própria história feita com retalhos, o diretor traz reflexões sobre o conceito de memória, a marca do acaso em sua trajetória, as perdas ao longo do caminho e os sonhos que o movem.
PROGRAMA 3: FRUTOS
Dia 20/3/2024 | 14h
QUARTA | TARDE DEBATE
Um Filme de Verão
(Brasil, 2019, 95 min, 14 anos) Direção: Jo Serfaty
Produção: Julia Motta
Direção de Fotografia: Pedro Pipano
Elenco: Caio Neves, Ronaldo Lessa, Karollyane Rabech, Junior Souza, Barbara Marques
Sinopse: Durante o verão, Karol, Junior, Ronaldo e Caio estão no último mês das aulas em uma escola pública, no Rio de Janeiro. Quando as férias chegam, a temperatura alcança 40 graus. Imersos nos fios emaranhados que cobrem o céu da favela e os súbitos apagões, os quatro jovens enfrentam as incertezas da vida adulta e se reinventam diante da crise da cidade. Um filme de verão apresenta um mosaico híbrido desta juventude que encontra espaço através do cinema.
PROGRAMA 1: RAÍZES (Curtas – 100 min)
Dia 20/3/2024 | 18h
QUARTA |NOITE
Travessia
(Brasil, 2017, 5 min, livre) Direção: Safira Moreira Produção: Safira Moreira
Direção de Fotografia: Caíque Mello
Prêmios: Prêmio de melhor curta-metragem no Cachoeiradoc. Na 9a Semana, o filme recebeu o Grande Prêmio do Júri, Prêmio de Melhor Curta-Metragem do Júri de estudantes de audiovisual e Prêmio especial do Júri da Crítica.
Sinopse: A partir de uma fotografia retirada de um álbum antigo de uma família branca, o filme lança um olhar sobre a presença da imagem de uma mulher negra. Pessoas negras refletem sobre a representação de seus antepassados, recriando histórias e registros, numa tentativa de sobrepor toda ausência e estigmatização sofrida por seus iguais no passado.Um resgate poético da representação negra brasileira.
Filha Natural
(Brasil, 2018-19, 16 min, livre ) Direção: Aline Motta
Elenco: Claudia Mamede
Direção de Fotografia: Aline Motta
Sinopse: Em uma análise inédita da iconografia histórica e relatos orais de sua própria família, a artista visual Aline Motta traz à tona hipóteses sobre as possíveis origens de sua tataravó. Há indícios que ela tenha nascido por volta de 1855 em uma fazenda de café em Vassouras, zona rural do Rio de Janeiro, considerado o epicentro do escravismo brasileiro no século XIX.
Sobre a diretora: Aline Motta nasceu em Niterói (RJ), em 1974, e mora em São Paulo. Combina diferentes técnicas e práticas artísticas em seu trabalho, como fotografia, vídeo, instalação, performance e colagem. De modo crítico, suas obras reconfiguram memórias, em especial as afro-atlânticas, e constroem novas narrativas que evocam uma ideia não linear do tempo.
Nossa mãe era atriz
(Brasil, 2022, 26 min, 12 anos)
Direção: André Novais Oliveira e Renato Novaes
Produção: André Novais Oliveira, Gabriel Martins, Maurilio Martins e Thiago Macêdo Correia
Elenco: Maria José Novais Oliveira
Sinopse: Maria José Novais Oliveira, uma senhora negra, moradora da periferia de Contagem (MG), se torna atriz de cinema já nos seus 60 anos, com uma carreira premiada no Brasil e internacionalmente. Este documentário rememora a imagem de uma mulher ímpar, que marcou o cinema brasileiro dos anos 2010.
Mãri Hi – A Árvore do Sonho
(Brasil, 2023, 18 min, livre) Direção: Morzaniel Ɨramari
Produção: Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha Elenco: Davi Kopenawa Yanomami
Direção de Fotografia: Morzaniel Ɨramari
Prêmios: Melhor Curta-Metragem no 28o Festival Internacional de Documentários, 2023,
São Paulo – SP.
Sinopse: Quando as flores da árvore Märi desabrocham, surgem os sonhos. As palavras de um grande xamã conduzem uma experiência onírica através da sinergia entre cinema e sonho yanomami, apresentando poéticas e ensinamentos dos povos da floresta.
O que pode um corpo?
(Brasil, 2020, 14 min)
Direção: Victor di Marco e Márcio Picoli
Produção: Laura Moglia, Márcio Picoli, Aline Gutierres e Victor Di Marco Depoimento e Performance: Victor di Marco
Direção de Fotografia: Bruno Polidoro
Prêmios: Prêmio do Júri no 48o Festival de Gramado; Melhor Filme – Prêmio Público no 27o Festival de Cinema de Vitória; Melhor Direção no 3o Festival Santa Cruz de Cinema; Melhor Filme no 9o Curta Brasília.
Sinopse: Um bebê nasce, mas não chora. Um corpo grita e não é ouvido. As tintas que escorrem em um futuro prometido não chegam em uma pessoa com deficiência. Victor di Marco faz de si a própria tela em um universo de pintores ausentes.
A poeira dos pequenos segredos
(Brasil, 2012, 20 min, 14 anos) Direção: Bertrand Lira
Produção: Heleno Bernardo
Elenco: Verônica Sousa, Nanego Lira Direção de Fotografia: João Beltrão
Sinopse: Drama existencial de um casal do Cariri paraibano hipnotizado pelo mistério do mundo. O marido gasta o tempo viajando, no intento de desvendar esse mistério, ou ao menos de compreendê-lo. A mulher, sem entender o que se passa, conformada ou não, fica em casa à espera de seu retorno.
PROGRAMA 4: FRUTOS 2
Dia 21/3/2024 – 14h
QUINTA DEBATE
Tesouro Quilombola
(Brasil, 2021, 23 min, livre)
Direção: Ana Bárbara Ramos e Felipe Leal Barquete Produção: Ana Bárbara Ramos
Direção de Fotografia: Ana Bárbara Ramos
Prêmios: Prêmio Infantil Comitê das Crianças de Jundiaí no Festival Comkids 2023
Sinopse: As crianças do Quilombo Gurugi-Ipiranga (PB) brincam de caça ao tesouro e descobrem as verdadeiras riquezas da sua comunidade. Explorando suas raízes, elas aprendem sobre a cultura local, por meio de passeios e histórias contadas por suas principais figuras.
Mutirão, O Filme
(Brasil, 2022, 10 min, livre) Direção: Lincoln Péricles
Produção: Francineide Bandeira e Lincoln Péricles Elenco: Maria Eduarda Isaú, Edna Pereira Matos Direção de Fotografia: Lincoln Péricles
Prêmios: Melhor Filme Comunitário – Festival Periférico
Sinopse: Uma criança descobre os registros do movimento popular que construiu sua quebrada, o Povo em Ação. Através de seu olhar alegre, ela imagina o passado da comunidade e as vidas das pessoas que formaram o mutirão.
Cósmica
(Brasil, 2022, 7 min, livre) Direção: Ana Bárbara Ramos
Produção: Gian Orsini e Mariah Benaglia Elenco: Iara Rocha
Prêmios: Menção honrosa 21a Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis
Sinopse: Crianças guardiãs, uni-vos! A Terra precisa de nossa ajuda para resolver um problema que não inventamos. Acho que a emergência climática não pode ficar somente nas mãos dos adultos.
O Pato
(Brasil, 2022, 11 min, 14 anos)
Direção: Antonio Galdino Produção: Fabi Melo
Elenco: Norma Goes e Ana Júlia Barbo Direção de Fotografia: João Carlos Beltrão
Prêmios: Festival Curta Jacarehy (Melhor Curta-metragem pelo Júri Oficial), 16° Fest Aruanda – Festival do Audiovisual Brasileiro (Melhor curta-metragem pelo Júri da Abraccine, Melhor direção, Melhor atriz, Melhor montagem, Melhor figurino e Curta- metragem mais assistido)
Sinopse: Cida, uma mulher marcada pelo abuso doméstico, decide encerrar esse ciclo de violência e ser um exemplo para sua filha, Fia. Ela descarrega suas energias no cuidado da casa e no preparo da refeição familiar: uma ave.
PROGRAMA 2: SEMENTES (Curtas – 118 min)
Dia 22/3/2024 | 14h
SEXTA | NOITE
Ribeirinhos do Asfalto
(Brasil, 2011, 26 min, livre)
Direção: Jorane Castro
Produção: Luis Laguna e Danielle Santos
Elenco: Dira Paes, Ana Letícia Cardoso e Adriano Barroso Direção de Fotografia: Pablo Baião
Prêmios: Melhor Produção Amazônica no 2o Curtamazônia, 2011, Porto Velho, RO; Melhor Filme pelo Júri Popular na Mostra Amazônica do Filme Etnográfico, 2011, Manaus, AM; Melhor Direção no 10o Festival de Cinema de Maringá, 2012, Maringá, PR.
Sinopse: Deisy mora na Ilha do Combu, do outro lado do rio, na frente de Belém. Ela gostaria de morar na cidade cheia de luzes que ela vê de noite na sua casa, no meio da mata. Com a ajuda de sua mãe, ela vai tentar realizar este sonho.
Adão, Eva e o Fruto Proibido
(Brasil, 2021, 20 min, 14 anos)
Direção: R. B. Lima
Produção: Taís Pascoal
Elenco: Danny Barbosa, Lay Gonçalves, Manoa Vitorino, Margarida Santos, William Cabral
Direção de Fotografia: Carine Fiúza
Sinopse: O curta-metragem retrata o encontro entre uma mulher transexual e seu filho adolescente, separados após o nascimento. Nesse novo cotidiano, ela enfrenta seus medos, ao mesmo tempo que tenta entender o filho e o papel de ser mãe. Também não é fácil para o jovem, que busca em uma pessoa desconhecida o sentido de sua própria existência. Assim, breves momentos contribuem para o amadurecimento dos dois, traçando um caminho de descobertas e quebras de preconceitos.
Nossos espíritos seguem chegando
(Brasil, 2021, 15 min, livre)
Direção: Kuaray Poty (Ariel Ortega) e Bruno Huyer Produção: Maria Paula Prates, Christine McCourt
Elenco: Pará Yxapy, Kerechu Miri (Elza Ortega), Pará Rete (Elsa Chamorro) Direção de Fotografia: Kuaray Poty (Ariel Ortega)
Prêmios: Prêmio Pierre Verger
Sinopse: Na Tekoa Ko’ẽju, Pará Yxapy, indígena Mbya Guarani, dedica os primeiros cuidados a seu filho ainda no ventre, e reflete, com seus parentes, sobre os sentidos de sua gravidez em meio a pandemia de Covid-19 no Brasil.
Me farei ouvir
(Brasil, 2022, 30 min,10 anos) Direção: Bianca Novais e Flora Egécia Produção: Vanessa Medrado
Direção de Fotografia: Barbara Rodarte e Heloisa Abreu
Prêmios: Melhor Filme por Júri Popular na Mostra Competitiva do 7o CineBaru – Mostra Sagarana de Cinema
Sinopse: Uma investigação acerca da sub-representação feminina na política brasileira a partir do cruzamento entre narrativas e percursos de mulheres com inspiração política, que conquistaram espaços ecoando suas vozes.
Escrevivência e Resistência: Maria Firmina dos Reis e Conceição Evaristo
(Brasil, 2021, 26 min, livre)
Direção: Renato Barbieri e Juliana Borges Produção: Renato Barbieri e Natália Brandino Direção de Fotografia: Renato Stockler
Elenco: Noemia Oliveira, Orlando Caldeira e Conceição Evaristo
Sinopse: O 11o episódio da série televisiva Libertárixs, dedicada a personagens negros pouco conhecidos da história do Brasil, apresenta duas das escritoras fundamentais da literatura brasileira: Maria Firmina dos Reis e Conceição Evaristo; mulheres negras revolucionárias pelo ato de escrever e pela potência de suas obras.
SESSÃO HOMENAGEM
Dia 22/3/2024 – 18h
SEXTA | NOITE DEBATE
A Bolsa ou a Vida
(Brasil, 2021, 102 min, 10 anos) Direção: Silvio Tendler
Produção: Ana Rosa Tendler e Maycon Almeida
Elenco: Ailton Krenak, Celso Amorim, Ken Loach, Ladislau Dowbor, Nabil Bonduki, Padre Júlio Lancellotti, Rita von Hunty, Yánis Varoufákis e Eduardo Tornaghi
Direção de Fotografia: Tao Burity e Taynara Mello
Prêmios: 38o Prêmio de Direitos Humanos de Jornalismo
Sinopse: No futuro pós-pandemia da Covid-19, a centralidade será o cassino financeiro e a acumulação de riqueza por uma elite ou uma vida de qualidade para todos, com menos desigualdade? O Estado mínimo se mostrou capaz de atender ao coletivo? Como garantir a vida sem direitos sociais e trabalhistas? Em qual modelo de sociedade queremos viver? O filme aborda o desmonte do conceito de bem-estar social e nos faz refletir sobre a incompatibilidade do neoliberalismo com um projeto humanista de sociedade.