Conheçam Rellik: a criação do projeto gamer de RPG de mesa ambientado no Piauí

Ilustração que remete a uma pintura, a imagem mostra um carro em uma rua tomada pela natureza. A arte faz parte do universo do jogo de RPG Rellik.

 

Arthur Gomes (@rut_hra) é um talentoso estudante de game design, o artista vem desenvolvendo um novo projeto chamado, Rellik, um RPG de mesa ambientado em um mundo fictício chamado Alendra.

Mesclando elementos de histórias que cresceu jogando, Arthur queria juntar em seu próprio jogo mecânicas que envolvessem um combate tático que permitiria o jogador resolver um desafio de várias formas diferentes, mas ainda assim se preocupando com um gerenciamento dos seus recursos, como poderes e itens. Ele também pegou ideias que compõem um bom jogo de fantasia medieval, no entanto, queria utilizá-las em uma ambientação mais moderna. Assim, Rellik nasce de uma inspiração no gênero Cyberpunk.

“Fora toda essa parte de sistema de regras e tudo mais, eu queria falar sobre aspectos da vida na qual eu converso muito com pessoas mais próximas, queria que o jogo retratasse uma luta contra desigualdade, contra um ultra capitalismo (principalmente pelo mundo ter influencias cyberpunk), que os personagens tivessem diversas camadas e não fossem um preto no branco, onde o cinza se estendesse pela narrativa do mundo”, ressalta.

Uma das maiores influencias para Rellik é um livro de RPG chamado Tales from the Loop, um jogo sueco ambientado na própria Suécia e que se passa na década de 80. Então, por que não fazer algo assim por aqui? E foi quando refletia na questão de pertencimento e valorização da própria identidade como brasileiro que Arthur decidiu trazer a história do jogo para o ambiente em que cresceu: o Brasil dos anos 2000. Para isso, ele misturou a estética brasileira, suas culturas e suas lendas para construir uma fantasia moderna, “afinal, poucos locais do mundo são tão ‘Cyberpunk’ como o nosso país”, afirma.

“No jogo tem uma ancestralidade jogável que tem o nome temporário de Folky, em inglês mesmo, porque ainda não decidi um nome para eles e a palavra folclore tem aparecido com certa frequência no livro então não queria trazer uma confusão na hora da escrita. Tal ancestralidade é baseada no ‘Abati’ um ser de um livro brasileiro chamado ‘Bestiário do Folclore Brasileiro’, publicado pela Trio Editora e ele é inspirado em lendas como os Negos d’agua e até o mesmo o Ipupiara. Queria trazer uma ancestralidade jogável que fosse conectada aos rios do cenário, pois em Rellik a forma liquida é a forma máxima de algo divino. É o que gera vida, é fluido e possui muitas formas”, pontua.

Em anos passados, Arthur tentou fazer financiamento coletivo e não deu certo, mas com sua experiência cada mais maior na área, vem tendo uma maior conexão com outros criadores, devido a isso lançou em 2023 uma nova campanha através do Cartase, com o qual conseguiu garantir um livro de regras no formato digital. Para ele, um financiamento coletivo é uma boa alternativa e que através dele é possível impulsionar seus trabalhos de forma mais abrangente.

“Eu tentei anteriormente em 2021 fazer o financiamento do Livro e ele acabou não dando certo. De 2021 para 2023 amadureci bastante como artista. A cada ano, eu consumo cada vez mais obras brasileiras. Tem sido interessante, criar um financiamento me coloca em contato com criadores e artistas ,e também me impulsa a criar mais conteúdo para desenvolver uma certa comunidade envolta da obra, o que tenho feito de pouco em pouco com vídeos e em grupos. (…) Fazer um financiamento coletivo é importante pra poder custear o tempo de trabalho, principalmente porque tenho feito 90% dele só enquanto alterno como freelancer em Design já que me encontro em transição na área de trabalho”, finaliza.

Quer saber mais do que tá acontecendo pelo Piauí? Veja a “agenda cultural”. Quer sugerir pautas para a Geleia Total? Manda a sua sugestão para: redacao.geleiatotal@gmail.com

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