“Um fio condutor do livro seria essa toada existencialista de questionar o seu lugar no mundo, questionando nossa experiência humana, nossas relações interpessoais.” (Roberto Muniz Dias)
No final de abril, Roberto Muniz publicou Núcleo Suave, uma coletânea de histórias escritas em linguagem de roteiro. Ao todo são 14 curtas-metragens em que o autor se utiliza da ficção para falar sobre solidão, sexo, sobre morte. O livro passeia por essas questões reais que são nossas, dos seres humanos, mas também carrega em si um pouco do surreal.
Uma das características de maior destaque desse novo trabalho de Roberto Muniz é a fluidez na hora de contar as histórias, elas são golpes rápidos, algumas se fossem adaptadas em curtas teriam uma duração de (se levar em conta o critério de cada página como um minuto) cerca de dez minutos no máximo.
“venho há muito tempo namorando o cinema, tenho estudado, adquirido cursos, participado de alguns eventos para aprimorar minha escrita de roteiros. Tinha compilado já muita coisa – escrevo no caderno, manuscrito –, e surgiu a ideia de colocar esses pequenos curtas em um livro.” (Roberto Muniz Dias)
Sinopse de Núcleo Suave
Qual sua ação diante de coisas simples, mas que tomam proporções grandes quando tomamos posições? Por exemplo, o que fazer com a ameaça de um meteoro alcunhado de Núcleo Suave que está prestes a se colidir com o sul global? Tem que ser rápido, não é?
“Há uma ironia sobre esse fim do mundo. Parece que o fim está mais próximo da gente que é ‘terceiro-mundista’ (vamos dizer assim), que ainda estamos lutando por questões comezinhas, não superamos ainda as questões das diferenças sociais.” (Roberto Muniz Dias)
E o que fazer se a morte lhe der uma segunda chance? Pois é, aqui neste pequeno repositório de mundo, Roberto Muniz nos leva para estas cenas de forma bem rápida como se fosse realmente um filme passando em nossa cabeça.
“A morte é um tema demasiadamente humano, independente de suas concepções filosóficas ou religiosas. Aqui eu crio meio que um paralelo, uma parodia das mil e umas noites: a Morte dá a chance para que um comediante conte sua última piada, e ele estende essa piada para o resto da vida.” (Roberto Muniz Dias)
Núcleo Suave tem a ver com nossa realidade, nosso conhecimento, nossos valores e nossas singularidades. Então, nestes curtas-metragens, nossas vidas são (re)produzidas para encenar nossa longevidade.
Roberto Muniz Dias
Professor, romancista, dramaturgo, doutor em literatura pela UFPI e mestre em Literatura pela UNB (Universidade de Brasília). Formado em Letras Português/Inglês e Direito pela UESPI (Universidade Estadual do Piauí). Foi premiado em 2009, pela Fundação Monsenhor Chaves com menção honrosa pela obra “Adeus Aleto”. Foi premiado pela FCP (Fundação cultural do Pará) com o texto teatral As divinas mãos de Adam, como melhor texto teatral de 2015, e o Troféu em Cena 2018 pelo texto teatral A bacia de Proust. Ainda recebeu os prêmios 16º Prêmio Cidadania em Respeito à Diversidade de 2016; 3º Prêmio educando para o respeito à diversidade sexual e Prêmio beijo livre direitos humanos 2017, todos na área de Educação. Recentemente, foi premiado com o troféu Os melhores do teatro Piauiense (2019) pela peça Dorothy.
Sabia mais sobre o autor (aqui).
“Você prefere um cinema de interiores da alma humana ou uma fantástica ficção científica hollywoodiana? Não importa. Nesta coletânea de roteiros de curtas-metragens, é possível tanto perder-se no labirinto dos desejos como presenciar uma invasão por extraterrestres peculiares. De qualquer forma você vai encontrar sempre uma preocupação de transformar uma urdidura dramática em imagens que tentam espelhar o indizível de cada ser humano .Fotogramas que registram silêncios , acontecimentos fantásticos, rotinas comezinhas. Roteiros do fantástico interior da humanidade.” (José Antônio D. Filho, leitor)
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