Poeta Marco Aurélio Siqueira celebra o lançamento de seu mais novo livro, Cores de Todos os Cantos

Foto do livro Cores de todos os cantos de autoria de Marco Aurélio Siqueira. O livro está em pé sobre uma mesa, ao fundo há uma parede de madeira e uma planta subindo por essa parede.

 

Revisão: Ayrton de Souza

O poeta Marco Aurélio de Morais Siqueira lança seu mais novo livro intitulado de Cores de Todos os Cantos pela editora Caravana de Belo Horizonte MG. Trata-se de uma obra de poesia com 99 poemas que falam de amor e crítica social.  Cores de todos os cantos é um registro poético, um fragmento literário da atual poesia brasileira contemporânea que versa sobre a existência humana e se opõe às injustiças sociais da atualidade. A obra traz o amor e a luta, como borboletas sob um céu de tempestade e calmaria.

O evento de lançamento de Cores de Todos os Cantos vai ser dia 31.05 na Felipi 2023 (shopping Riverside).

Sobre o autor

Marco Aurélio de Morais Siqueira é radialista, jornalista e poeta. Reside em Timon, no Maranhão, e trabalha em Teresina, capital do Piauí. Tem participação ativa nos movimentos sociais e culturais. É autor do e-book VOEI: Poemas da Quarentena (2020) e Urano (2021) e teve poemas publicados na I Coletânea Piauí Poético. A obra Cores de Todos os Cantos, publicada em 2022, é seu terceiro trabalho autoral. Sua poesia é marcada principalmente pela crítica social, amor e filosofia.

“Como profissional da imprensa (jornalista e radialista), há 30 anos atuando em Teresina, o processo de produção de textos jornalísticos e literários sempre foi muito intenso na minha vida. Costumo dizer que a poesia nasceu em mim do hábito da leitura. Escrevo poemas há mais de 30 anos, no entanto, somente em 2020, durante a pandemia, quando tive mais tempo para me dedicar à poesia com fins de publicação, intensifiquei a produção de textos literários e desde lá venho numa fase muito criativa. Em setembro de 2020 lancei VOEI: Poemas da Quarentena; no ano seguinte em 2021 lancei Urano, uma obra que tem uma proposta estética disruptiva e que faz um mergulho no romantismo e em temáticas sociais, e em 2022 lancei meu terceiro trabalho autoral, Cores de Todos os Cantos, uma produção composta de 99 poemas, publicada pela editora Caravana, de Belo Horizonte- MG. Também tenho poemas na coletânea Piauí Poético lançada em 2021. Nos últimos 3 anos tenho publicados 301 poemas e todos têm o mesmo padrão de produção: um olhar observador, introspectivo e atento à vida e ao nosso tempo, profundamente interessado nas pessoas, na crítica social, no amor e na filosofia”, disse Marco Aurélio.

Lançada em fevereiro deste ano, a obra Cores de Todos os Cantos foi apresentada no projeto cultural, Um Canto de Resistência, projeto do Sintrajufe (Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal no Estado do Piauí), o projeto acontece toda última terça-feira do mês e traz músicos, e autores do cenário literário do Piauí. “Foi muito bacana e acolhedor estar por lá. Durante o pré-lançamento, no início de 2023 fui entrevistado sobre este livro no programa Sarau 16 do Octávio César da TV Assembleia; concedi entrevista para a Revista Atente, participei de lives e estive em emissoras de rádio, FM Pioneira, FM Universitária e FM Assembleia, por exemplo”, pontua Marco Aurélio.

O poeta revela que a temática do livro, Cores de Todos os Cantos, trabalha com a multiplicidade. “Esse é um trabalho onde os versos brotam da poesia que está em todo lugar. Para mim em tudo sempre existe algo de poético, a dor, o sofrimento, a angústia existencial são matérias primas para o poeta, assim como as coisas belas, ou a simplicidade das coisas simples. Cores de Todos os Cantos é um amálgama de percepções sensoriais e filosóficas, descolando-se do pós-modernismo e buscando uma linguagem própria sobre o que está em mim e para além do poeta”, afirma.

Segundo Marco Aurélio Siqueira, Cores de Todos os Cantos também apresenta uma extensão do seu trabalho anterior. “Esta obra representa uma nova versão de uma proposta que está em meu livro anterior Urano (2021), que como o próprio nome indica (o título tem raízes na astrologia) traz o original, a renovação, a quebra de padrões pré-estabelecidos, a disruptiva estética. Respeito e não critico, evidentemente, os poetas que transitam no modernismo e no pós-modernismo, mas na poesia navego por outros mares. Cores de Todos os Cantos é uma obra muito pessoal e que procura apenas e unicamente ser lida. Se representará algo para a literatura, só o tempo dirá”, afirma.

Por motivos pessoais, o autor não divulgou o lançamento do livro nas redes sociais, no entanto, a não divulgação nas plataformas digitais, não tiram o brilho do seu talento, nem a grandeza do projeto literário que vem sendo desenvolvido pelo poeta. “Por enquanto, optei em não estar em redes sociais, mas minha poesia existe independente disso. Para você ter ideia, consegui vender em 2021, por exemplo, 440 dos 500 exemplares de Urano, mesmo estando fora do circuito virtual, isso é uma boa vendagem para um autor daqui do Estado. Com Cores de Todos os Cantos a receptividade das pessoas e da imprensa tem sido muito boa também. Então, essa divulgação em redes sociais com ênfase na poesia ainda estou devendo pra mim e para os caríssimos e adoráveis leitores. Viva a poesia!”, conclui Marco Aurélio.

Confira alguns poemas do autor

Espinhos de gelo

O que dizer quando nada há a ser dito?
No corpo morto e cansado pela ganância atroz
Quando o espanto for enterrado vivo no cemitério da indiferença;
e o respeito estiver enclausurado numa vitrine, como peça de uma coleção,
estático e absolutamente vendido?
Não serão palavras as tais respostas;
pois estas de tão frias e atônitas serão apenas exclamação da dor presente
Aspas de uma sociedade que já não se compreende,
Perdida pela velocidade em não se ver
Esquecida da gênese de suas virtudes
Que fenece ao fechar suas mãos
Na lágrima que já não existe
E que sem amor
Assim tão triste
Seca na boca que não chora mais.

Marco Aurélio Siqueira
Poema do livro Cores de Todos os Cantos (2022).

 

Poeta

Medo?
Sim, tive medo
Como tudo que foi segredo
Guardado em algum lugar
Talvez no andar debaixo da minha razão
Imperioso
Sem nenhum tostão
Teimoso
Jogado em emoção
Brincando com o coração
Que teimava em me amedrontar
Fui real
Justo
Louco
Brasileiro marginal
Poeta provocação
No bonde do meu canhão
Defesa de se viver
Com a coragem de entristecer
Minha poesia ocidental.

Marco Aurélio Siqueira
Urano (2021)

 

Encontro de amar

Quando estiveres a pensar de mim
Na melhor lembrança que ficou
Pensa que te adoro e sempre
Onde estiveres e onde estou
Com o olhar livre no que vivemos de nos haver amado
Fitando o que basta para sermos alma e flor
Corpo e vida
Nestas lembranças me encontrarás
Porque assim serei o que te disse um dia
Olhando nestes mesmos olhos
Que mesmo que me tomassem tudo
Mesmo que o impossível viesse a nos separar
Eu ainda de ti seria
Quanto mais afastado mais próximo do infinito meu amor estaria
E se à beira do oceano caísse meu destino
Na praia mais linda escreveria teu nome na areia
Sob o vento que leva tudo
E as marés que não dão trégua
Para que sol e lua se fizessem testemunhas
Do desencontro que insiste em te encontrar.

Marco Aurélio Siqueira

 

Caminhei

Éramos eu e sombra caminhando pela calçada
Inseparáveis no que corre móvel breu
Ela nos muros e paredes em contraponto
Na mesma face falha em que sou eu
Andando pela tarde seca
No centro
Pelos carros
Fomos livres deslizando pelo ar
Sincronia no sol que projetava
A sombra fiel de todo eu que me encontrava
Quebrado pelas sombras que deixei
Partido em mil pedaços
Como cristal caído ao chão
Juntei-me nas ínfimas partes em que fiquei
Reconstituído no que reluz de mim
Vou amando de toda vida em que me tornei
Nos pedaços inteiros de minha sombra
Sou parte de tudo que existe aqui
Nas mãos que escrevem minha obra
Nas dores das sombras que percorri.

Marco Aurélio Siqueira
Urano (2021)

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