A história de perseverança de Francisco Rodrigues

31 de janeiro de 2023

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Foto: João A’llbert

Francisco Rodrigues é bailarino e coreógrafo natural de Bom Jesus, município do Piauí. É também professor de dança e Coordenador do Espaço Cultural Mestre Joaquim Carlota onde também ministra aulas de dança para a comunidade. Francisco Rodrigues desenvolve alguns projetos culturais na cidade e já participou de espetáculos ao longo da sua trajetória que inicia lá na infância. Ele é um apaixonado pela cultura e já participou de espetáculos tanto de teatro como de dança, mas optou pela dança. Francisco já atuou em peças como “A Paixão de Cristo”. Foi o idealizador do grupo “Cerrado Cia de Dança” e de grupo de quadrilha junina, além disso Francisco atuou dando aulas de dança em escolas da cidade.

“A dança representa superação, pois ela foi a força que não me deixou cair no momento que mais precisei”

Nome Completo: Francisco das Chagas Rodrigues da Silva

Descrição: bailarino e coreógrafo

Data de Nascimento: 10/09/1996

Local de Nascimento: Bom Jesus-PI

Escrito por: Alisson Carvalho
Revisado por: Paulo Narley

Francisco Rodrigues conheceu o mundo das artes ainda criança quando presenciou as apresentações das Paixões de Cristo que tinha na sua cidade. Nesse período existia um projeto social na região voltado para a dança e o teatro, contudo Francisco decidiu tentar as duas modalidades e ficou em ambas. Então, com apenas oito anos de idade ele foi assistir ao ensaio do grupo responsável pela apresentação que estava sendo dirigido por Franklin Pires. Francisco, que sempre foi decidido, conta que de cara já pediu para participar da apresentação e foi inserido no elenco. O seu primeiro papel foi fazer figuração como uma criança que compunha a multidão na Paixão de Cristo e depois disso ele não deixou mais o teatro. No ano seguinte Francisco ganha um novo papel e passa a demonstrar o seu talento no papel de filho do demônio, que já exigiu mais dele. O artista mergulhou nas artes e fez dessa paixão o seu ofício.

O mundo da dança

Francisco Rodrigues sempre esteve entre o teatro e a dança, mas acabou sendo atraído mais para a dança. Após o término do projeto artístico que oferecia aulas de dança e de teatro para a população, o bailarino, na ânsia de continuar explorando a dança, monta o próprio grupo, “Cerrado Cia de Dança” com dez anos de idade. As apresentações aconteciam tanto na própria cidade como nos municípios adjacentes, além disso Francisco continuou participando do espetáculo da Paixão de Cristo. Com doze anos de idade Francisco Rodrigues já tinha uma vida artística bem movimentada, além do próprio grupo ele começou a atuar como coreógrafo e com pouco tempo se tornou diretor do grupo de quadrilha junina, nesse mesmo período ele vivencia o falecimento da sua mãe e por isso teve que se reestruturar sem o suporte dos pais. A arte virou mais que uma paixão, tornou-se um ofício. O artista conta que em 2014 ele recebeu o convite do bailarino e coreógrafo Luís Carlos para fazer parte da OPEQ – Organização Ponto de Equilíbrio, porém ele protelou a ida já que a sua paixão pela terra natal o impediu de deixar a cidade.

Coreografando emoções

Francisco Rodrigues se tornou professor de dança de forma espontânea e por insistência, a ausência de professores em determinadas épocas do ano fez com que ele mesmo se tornasse um professor. Francisco fez da necessidade uma possibilidade de crescimento pessoal e se destacou de tal forma que passou a ser convidado para dar aulas nas escolas. Uma dessas experiências como coreógrafo foi dar oficinas de dança em outras cidades piauienses, inclusive para outros bailarinos, além disso ele conta que precisava apresentar um espetáculo de finalização de cada oficina e tinha cidades que a oficina era composta por aproximadamente cem pessoas. Francisco Rodrigues decidiu criar a partir das necessidades da própria cidade e desde então vem atuando com oficinas, eventos e ações sociais.

“Coreógrafo é uma profissão que exige amor, amor para tocar e sensibilizar o público”

A composição dos movimentos

As coreografias de Francisco Rodrigues costumam falar sobre a cultura piauiense e para isso o coreógrafo usa os elementos da própria região para as suas criações. O processo criativo de Francisco é espontâneo, ou seja, ele costuma deixar as ideias fluírem e comenta que vai construindo a coreografia conforme vai surgindo, aplicando os movimentos na hora que são criados, fazendo ajustes conforme a necessidade. Além da parte coreográfica, Francisco é o responsável também pela composição dos figurinos, iluminação e outros elementos que fazem parte de um espetáculo de dança. O que mais me inspira o coreógrafo a trabalhar é o ser humano, pois para o artista os sentimentos das pessoas são tão vastos que permite inclusive a utilização de técnicas aprendidas no teatro.

A vida que surge por meio das artes

Em 2015 Francisco Rodrigues recebeu o convite para se tornar o Coordenador do Espaço Cultural Mestre Joaquim Carlota e com a inauguração outros projetos foram alocados para o espaço. O nome do espaço cultural foi colocado para homenagear um dos maiores tocadores de rabeca de Bom Jesus que tem uma contribuição inestimável para a continuidade da tradição musical no Piauí. Com a coordenação, Francisco também começou a desenvolver projetos gratuitos para a comunidade. Para Francisco Rodrigues esse ofício ampliou o seu olhar sobre a cultura, fez enxergar novos horizontes e perceber também como a arte influencia positivamente as pessoas. Francisco tem um profundo carinho por cada um dos projetos, pelos resultados positivos e pelos artistas revelados com as atividades artísticas e oficinas.

Das alegrias de ser artista

Francisco Rodrigues é um artista preocupado com a sua terra, ele preferiu fazer carreira em Bom Jesus mesmo com as limitações de recursos e espaços, pois para o coreógrafo o mais importante é acompanhar esse crescimento e os obstáculos do cominho são usados como motivador para a superação. Como coordenador, coreógrafo e professor, Francisco gosta de ver os seus alunos progredindo e ele faz questão de proporcionar a estrutura necessária para ver esse progresso. Para ele, ver o nascimento de novos artistas é uma das maiores alegrias e um dos mais valiosos presentes adquiridos por meio das artes. “Coreógrafo é uma profissão que exige amor, amor para tocar e sensibilizar o público.”