Tenho sobre a mesa
um canteiro de versos
irregulares
e fragmentos de mim
onde construo, sem pressa,
quem eu sou.
É uma obra inacabada, frágil,
que não serve de abrigo em tempos
de inverno.
Derrubo traços
e paredes do passado,
levanto partes de agora…
Deve ser isso:
destruir imperfeições pretéritas o tempo inteiro.
Sou uma edificação sem fim.