Lançamento do livro “O baú de Faustina”, uma obra sobre memórias de uma família piauiense

A história de uma família contada pelo olhar de uma mulher sertaneja

Foto da Dona Faustina. Acervo Pessoal de Valéria Silva

Amanhã (10/02), às 19h acontecerá o lançamento da obra “O Baú de Faustina”, da escritora Valéria Silva. O evento será sediado na ADUFPI que fica localizado na Av. Universitária, 391 – Ininga e será aberto para toda a comunidade, respeitando as normas de segurança de prevenção contra a COVID-19.

“O meu livro não é um livro de história formal, dessas que os vencedores vão lá e contam suas bravatas e se fazem heróis em suas próprias palavras. O meu livro é um livro de história de uma família e a partir da fala de Dona Faustina.” Valéria Silva

A ideia do livro nasceu de uma necessidade pessoal da escritora, Valéria Silva, de revisitar as memórias que tinha com a mãe que havia falecido há algum tempo. Esse mergulho foi sendo materializado com a escrita despretensiosa, posteriormente esse exercício de compromisso com a sua ascendência foi revelando outras memórias.

“Eu fiquei impressionada em como eu havia guardado as histórias na mente, a história da tradição oral. Eu experimentei isso pessoalmente, a força da oralidade.” Valéria Silva

Para Valéria, as histórias são parte de si, pois falam das trajetórias da sua família, da sua mãe, de sua avó, das suas tias. É um livro que fala das feminilidades, de onde ela veio e onde ela está, ou seja, o livro representa a sua própria história. Contar as histórias da sua mãe é, para a autora, é revisitar esses laços, pois foi algo vivenciado pela sua mãe e de tantas famílias nordestinas despossuídas que migram e sofrem todas as dores das secas, da escassez e das carências.

O livro também assume papel social quando abre a possibilidade de dar voz a sujeitos que não puderam falar em determinados momentos e quando mais precisavam. “A história das mulheres e suas mães mereciam ser contadas, a ancestralidade feminina é muito importante não só para as mulheres, para os homens também, afinal de contas são as mães que criam os filhos, são as mulheres que dão o sentido de grupo às suas famílias. Do meu ponto de vista particular, eu vejo na minha mãe uma mulher nordestina típica que fez o que muitas mulheres fazem pelos seus filhos e pela sua família. E vivendo sempre com adversidades muito cruas, agudas. Acho importante contar por isso, pelo exemplo que minha mãe foi e por quantas Faustinas continua por aí e que precisam dessa voz, então de alguma maneira eu conto a história de muitas mulheres”, completa.

Lançamento

Dia: 10/02
Horário: 19h
Local: ADUFPI (Av. Universitária, 391 – Ininga)

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