No sábado, 15 de janeiro, fui visitar a exposição Brasilidade Pós-Modernismo no Centro Cultural Banco do Brasil em São Paulo e fiquei muito encantado em ver tantos novos artistas de tantas regiões do Brasil, do Norte e Nordeste em destaque na exposição.
Um dos artistas que conheci durante foi o Gê Viana (@indiioloru), do Maranhão, onde ele representa o cotidiano através de colagens e recortes.
Outro artista que conheci foi o Delson Uchôa (@delsonuchoa), Maceió-AL, que produz artes belíssimas em cima de esteiras de palha.
Jaider Esbel (@jaider_esbell), Roraima …
Na maioria das pinturas e esculturas a mostra chama atenção para as diversas características da arte contemporânea brasileira da atualidade cuja existência se deve, em parte, ao legado da ousadia artística cultural proposta pelo Modernismo.
A cada nova seção que eu adentrava para reconhecer aspectos do cotidiano nas artes ali apresentadas nada me conectava, eu não me reconhecia no que eu via. Via obras do Ceará, Paraíba, Pernambuco … Não tinha nada do Piauí. Nenhum autor.
Ao chegar ao final, senti de novo, aquela angústia e uma revolta por não termos nenhum artista nosso representando a nossa cultura além da nossa bolha regional. A sensação é que o Piauí é sempre esquecido ou não reconhecido.
Esse acúmulo de angústia advém não só dessa exposição, mas de tantas outras em que já visitei. Onde sempre vou minerando cada descrição de obra, cada biografia de autor para procurar alguém do mesmo lugar onde nasci, e não me recordo de ter encontrado um autor que seja do Piauí, até o momento.
Até parece que o Piauí não possui excelentes artistas que retratam o nosso cotidiano, mas existem e vou apresentar alguns deles …
o Narciso Rosário (@rnarcisos) …
Avelar Amorin (@avelaramorim) …
Nonato Oliveira (@nonatooliveirapintor) …
E tantos outros que podemos encontrar na Galera Cajuí (@galeriacajuí).
Não é por falta de produção artística, não é por falta de novas produções, então por que não vemos nossos artistas nos principais movimentos ou circuitos nacionais de arte?
O que precisamos fazer para incluí-los e serem reconhecidos nestes circuitos?
Quais pontes devemos construir para apresentar a nossa arte e cultura além do estado do Piauí?
É realmente necessário que o artista vá morar no eixo SP/RJ/MG para ser reconhecido nacionalmente?
Faltam espaços no Piauí para apresentação do trabalho de nossos artistas? Temos espaços para realizar nossas próprias exposições?
A arte piauiense é acessível?
Estes questionamentos foram alguns que me veio a cabeça e gostaria de compartilhar com você para debatermos de como podemos acessar a mente dos curadores destes circuitos ao ponto de considerar o Piauí como um polo cultural de relevância nacional.