Evaldo Oliveira, natural de Teresina – Piauí – Brasil, atualmente é professor da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Sua docência é intimamente entrelaçada às suas inspirações e produções artísticas, preocupando-se, desde sempre, em espalhar e fomentar a arte, amadurecendo-a ao longo do tempo, como ele mesmo gosta de frisar, em si e em seus alunos e alunas.
Foi chefe do DEA (Departamento de Artes Visuais); coordenou os cursos de Artes Visuais e Música pelo PARFOR da UFPI (Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica). Atuou como professor em diversas instituições, tanto públicas quanto privadas, de Ensino Fundamental, Médio e Superior.
Evaldo, ainda, integrou o corpo docente de diversos cursos: Belas Artes, Artes Visuais, Turismo, Saúde Mental, Arquitetura e Urbanismo e mais, em Teresina e em outros municípios.
É membro do coletivo UAPPI (União dos Artistas Plásticos de Teresina). Além disso, participou de várias exposições, individuais e coletivas, em Teresina, fora do estado do Piauí e do país, tendo ganhado consideráveis premiações.
“A arte faz parte de mim, nunca me separo dela, é como se fosse um órgão meu. Eu falo, ando, dou aula através da arte.” Evaldo Oliveira
Nome Completo: Evaldo Santos Oliveira
Descrição: Professor e Artista Visual
Data de Nascimento: 07/11/1959
Local de Nascimento: Teresina – PI
Escrito por: Zidane Medeiros
Revisado por: Alisson Carvalho e Junior Magrafil.
Caminhando através da arte sem cerimônias
Evaldo Oliveira conta que não houveram muitas influências artísticas diretas em sua infância, apresentando uma juventude tenra onde o ato de desenhar surgiu quase que naturalmente, no máximo reproduzindo obras de Cândido Portinari. Era também inspirado por seu pai, que, apesar da ocupação como Militar do Exército, gostava muito de rabiscar e elaborar belíssimos projetos de móveis, por exemplo.
A partir de cerca dos dez anos de idade, ele já acumulava inúmeros cadernos de desenhos recheados de variadas experimentações, desde coisas que observava no dia a dia e buscava reproduzi-las até ilustrações de super heróis.
Com tal produção intensa, aos onze anos participou de um concurso do Serviço Social da Indústria (SESI) com o tema “Desenhe Sua Profissão”, para o qual desenhou a figura de um arquiteto, sendo então premiado. Evaldo recorda-se de que ganhou estojos com diversificados materiais, como aquarela, o que serviu para engajar ainda mais seu ritmo de criação e experimentação.
Na escola, sua habilidade já chamava a atenção dos professores, dentre os quais ele carinhosamente sublinha a professora Lucimar Dantas, que o estimulou muito. Cada vez com mais frequência Evaldo era chamado para atividades como ilustrar figuras patrióticas (Tiradentes, Dom Pedro I, dentre outros); isso também o ajudou a ir construindo seu caminho em direção aos trabalhos que viriam a seguir.
A necessidade da criação
O interesse do professor e artista pelas artes visuais dava-se por verdadeiras questões internas; assim, o adolescente Evaldo Oliveira, mesmo atarefado em ajudar a cuidar da casa onde vivia com sua extensa família (ele era o oitavo de onze filhos no “Clã Oliveira”, brinca) e com as responsabilidades escolares, treinava e estudava arte muito por conta própria, nunca prendendo-se a técnicas específicas ou busca por consolidar uma identidade sólida.
Pelo contrário: Evaldo apenas sentia prazer e desejo, ambos naturais, pela fluidez dos traços e pelas infinitas possibilidades de se expressar.
Com essa fase da vida marcada pela autonomia, aos dezoito anos de idade ingressou no Exército. Lá, um titular superior logo percebeu suas habilidades: Evaldo então recebeu o primeiro pedido de um quadro seu, bem como realizou a primeira venda de uma arte produzida por suas mãos.
Trata-se de um quadro com cerca de um metro e meio de altura, no qual utilizou tinta a óleo para representar uma situação de fome em meio à Revolução Francesa somente nas cores branca e preta. Infelizmente Evaldo não tem nenhuma notícia da obra.
No ínterim entre o período obrigatório no Exército até sair, preparava-se para o vestibular. Tinha em mente o curso de Odontologia, mas no momento da inscrição, não teve dúvida em optar pelo curso de Licenciatura em Artes. A partir disso, ele teria seus primeiros contatos com outros professores, artistas e todo o universo mais profissional do ramo.
Arte atravessando fronteiras
A evolução de Evaldo Oliveira dentro da universidade é apenas mais um dos diversos sinais de seu potencial enquanto profissional da educação: em menos de dois anos após iniciar como estudante, já iniciava-se também na posição de professor. Ele destaca a importância de ter tido professores excepcionais, dentre eles o também pintor teresinense Afrânio Pessoa.
Evaldo gosta de falar que faz um “diagnóstico” de seus alunos nas aulas de Artes, ou seja, uma análise individual de cada pessoa para entender e descobrir seus potenciais e trabalhar a partir disso, estimulando e direcionando-os.
Interagindo com a universidade, seu crescimento artístico também não tardou, uma vez que algum tempo após a imersão no meio acadêmico das Artes, teve sua primeira exposição; em 1988, na Galeria do Clube dos Diários, intitulada com o seu nome, individual, evidenciou para ele o quanto seu trabalho de fato era fluido e perpassava mais do que uma técnica ou estilo, quando um de seus professores chegou e perguntou quantos artistas expunham naquele espaço.
Ele acentua que até hoje ver, estudar e conhecer técnicas, estilos, meios e suportes diferentes o deixa entusiasmado pela experimentação e por navegar através de tantas expressividades. Evaldo diz também que, mesmo assim, atualmente as pessoas reconhecem seu trabalho com mais facilidade, embora não se considere artista de um único segmento.
A partir da primeira exposição, não parou mais, tendo exposto seu trabalho em várias coletivas e individuais, como: Exposição no Painel de Contemporânea de Brasília representando o Piauí (Nordeste II) – 1994, a INDIVIDUAL CORPO pela MONTMARTRE Galeria em 2018, Exposição Coletiva (online) – “PARIS COMUNE 150” Cover Art Exhibition em Paris, na França, pela thetricontinental.org em 2021, e muito mais.
Produção necessária, terapêutica e caótica
Para Evaldo Oliveira, toda hora pode ser um bom momento para produzir. Seu processo criativo é tão fluido quanto sua obra. Seja durante a manhã, tarde, noite ou mesmo madrugada, ao ouvir uma música de modo descontraído sem necessários fins de inspiração, ou conversar com sua mulher ou amigos, ele facilmente se pegará rabiscando alguma coisa. Qualquer rabisco pode se tornar desde um desenho até uma pintura.
Ele conta que as inspirações são diárias, podendo ocorrer, por exemplo, durante o sono, através de uma ideia que vir a brotar em meio à madrugada. Geralmente, até dentro de um bar ou restaurante, Evaldo se pega anotando coisas e rabiscando esboços.
Percebe-se que desde a infância sua criação se faz necessária, integrando um bem terapêutico para o professor e artista.
Além de tudo, Evaldo é bem agitado diante de suas produções, incluindo as que considerava já haver concluído; observando uma obra finalizada, seja recente ou mais antiga, é possível que ele acabe mexendo e transformando-a em outra coisa, processo que relata ter acontecido de cinco a dez vezes com uma mesma pintura, a qual, dessa maneira, se torna muito mais do que apenas uma.
Assim, segundo ele, uma obra pode nunca ser dada como realmente finalizada. Apesar desse processo ser entendido como caótico por Evaldo, ele ressalta que ao mesmo tempo o enxerga como organizado, assinalando que “encontra ordem no caos.”
O entrelaçamento das inspirações
As habilidades do pai de Evaldo Oliveira em desenho, design, produção de maquetes, artesanato de ferramentas, móveis e até pequenos brinquedos, como carros de madeira, marcou profundamente a vida do filho; tanto que ele o menciona como uma grande referência artística até os dias de hoje.
Evaldo lembra-se de que, em torno dos vinte anos, rabiscava desenhos de cunho surrealista, técnica que o tem acompanhado desde então em um de seus diversos “lados”, como ele frisa, uma vez que evita atrelar-se somente a uma forma de produção. Também nessa época ensaiava algumas pinturas a óleo, método que viria a ser utilizado em seus primeiros trabalhos.
Ainda sobre o surrealismo, podemos citar o espanhol Joan Miró como outra referência bastante presente em produções marcantes. No período de criação mais intensa no que Evaldo coloca como “lado mirótico”, costumava apanhar desenhos de seus filhos ainda pequenos e transformá-los a partir de seus traços. “Quando você olha para meu lado mirótico, para representar a boca, por exemplo, vai encontrar formas de meia lua, divididas em um lado preto e outro vermelho.” Ele ainda exemplifica com alguns títulos, como “O Beijo”, “O Abraço”, “O Namoro”, “Passeio de Bicicleta”, entre outros.
Ademais, Evaldo Oliveira afirma que a ideia do movimento o inspira em demasia, característica notável em muitas obras.
O professor e artista assinala que se sente atravessado pelo que observa ser produzido no meio da arte piauiense, como também pelo contato íntimo com os artistas locais. Em paralelo, demonstra a maturidade de um profissional da educação que não somente ensina, mas também aprende com seus alunos, uma vez que os mesmos o estimulam e inspiram. “Ainda hoje aprendo muito, tenho visto pessoas novas que são ou já foram minhas alunas que estão indo muito bem”, alegra-se.
Professor, artista e um grande entusiasta
Evaldo Oliveira fixa a crença no alcance das artes visuais no Piauí ao observar o cenário atual. Mesmo com as dificuldades que atravessam o reconhecimento e a apreciação artística para além do próprio ciclo, os artistas visuais tem ganhado mais poder e liberdade de se expressar em nosso Estado, e a luta por sua valorização segue ferrenha.
Com a licenciatura em Artes, o entusiasmo de Evaldo ganha forças ao estimular outros artistas a se expressarem para além das salas de aula, procurando abrir portas e facilitar seus processos de descoberta, produção e caminhada.
É importante ressaltar o quanto sua arte em si é inspiradora para muitas pessoas que o conhecem, são ou foram suas alunas, dentro e fora do Piauí e do Brasil. “Nunca vou parar”, o artista proeminentemente conclui.
Contatos
E-mail: evaldo@ufpi.edu.br
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Experiência Profissional:
Licenciatura em Artes, atualmente professor da Universidade Federal do Piauí (UFPI);
Chefe do Departamento de Artes Visuais;
Coordenou os cursos de Artes Visuais e Música pelo PARFOR-UFPI – Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica;
Atuou como professor em instituições de Ensino Fundamental, Médio e Superior em instituições privadas e públicas, como: UFPI – Universidade Federal do Piauí, UESPI – Universidade Estadual do Piauí, ICF – Instituto Camilo Filho, Aespi, Fapi, etc;
Integrou o corpo docente de diversos cursos: Belas Artes, Artes Visuais, Turismo, Saúde Mental, Arquitetura e Urbanismo, em Teresina e outros municípios;
Membro do coletivo UAPPI – União dos Artistas Plásticos do Piauí;
Especialista em: Gerontologia Social (UFPI) e História da Arte e Arquitetura (ICF).
Exposições
“EVALDO OLIVEIRA”, em Teresina, galeria do clube dos diários, em 1988;
Exposição Coletiva Caixa Econômica Federal de Artistas Piauienses – 1989;
Exposição no Painel de Contemporânea de Brasília representando o Piauí ) Nordeste III) – 1994;
Exposição no II SALÃO DE ARTES PLÁSTICAS DE TERESINA, FCMC – GANHOU MENÇÃO HONROSA COM A OBRA “Á TRES” – 1995;
Exposição no III SALÃO DE ARTES PLÁSTICAS DE TERESINA, FCMC – 1998;
Exposição no VII SALÃO DE ARTES PLÁSTICAS DE TERESINA, FCMC – 1999;
Exposição “EXPERIMENTUS” PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO DO RIVERSIDE – 1999;
Exposição no XIII SALÃO DE ARTES PLÁSTICAS DE TERESINA, FCMC – 2006;
Exposição – ART PIAUI – International ART EXPO NEW YORK Art Piaui From Brazil – 2007;
Exposição no XV SALÃO DE ARTES PLÁSTICAS DE TERESINA, FCMC – 2008;
Exposição no XVIII SALAO DE ARTES PLASTICAS DE TERESINA, FCMC- 2011;
Exposição no XIX SALAO DE ARTES PLASTICAS DE TERESINA, PREMIO NA CATEGORIA PINTURA COM A OBRA CONTORÇÃO I- FCMC – 2012;
Exposição Arte Erótica Saliências II-2012;
Exposição na Biblioteca Central Carlos Castelo Branco-UFPI- “Evaldo Oliveira- CORPO HIBRIDO DIGITAL), 2014;
Exposição- BASTA CELEBRAR-SIENA Galeria-2015;
Exposição-PROPOSITURAS-PROPOSITORES-no I ENFORUFPI, 2015;
Exposição LINHAS, Ateliê JOSEFINA GONÇALVES-2016;
EXPOSIÇÃO ARTE E VINHO-NA GALERIA MONTMARTRE EM 2017;
EXPOSIÇÃO “O CORPO COMO DESENCADEADOR DA EXPRESSÃO ESTETICA E ARTISTICA”- COLEGIO TECNICO DE FLORIANO – CTF-UFPI-2017;
Exposições coletivas GALLO CHEFF em 2018;
Exposição INDIVIDUAL CORPO pela MONTMARTRE Galeria em 2018;
EXPOSIÇÃO “ FORMAS E AFETOS” PELO COLETIVO UAPPI-UNIAO DOS ARTISTAS PLASTICOS D PIAUI-2018;
EXPOSIÇÃO NO XII Congresso de Medicina Espirita-MEDNESP, em Teresina,Pi de 19 a 22 de junho de 2019- Estação das Artes; 2019;
EXPOSIÇÃO RESPLANDSCENTE- RESTAURANTE SERAPHIM, PELA MONTMARTRE EM 2018;
Exposição PORANDUBA pela Terra SIENA galeria em 2019;
Exposição ARRAMARES pela MONTMARTRE Galeria em 2019;
Exposição ANJOS DA TERRA- Museu do Piauí- Casa de Odilon Nunes em 2019;
Exposição CONEXÕES II no VERTIGO GASTROBAR em 2019;
Exposição AMÁLGAMA no Café Espaço D em 2019;
Exposição NORDESTINIDADE pela UAPPI- União dos Artistas Plásticos do Piauí no SESC em 2019;
Exposição NATAL COM ARTE pela UAPPI- União dos Artistas Plásticos do Piauí no Teresina Shopping em 2019;
EXPOSIÇÃO ‘ JANEIRO BRANCO’- pela MONTMARTRE Galeria na RECEITA FEDERAL em Teresina-PI. 2019;
EXPOSIÇÃO ‘ ORTO ‘ NO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO – PI EM 2019 PELA MONTMARTRE. 2019;
EXPOSIÇÃO “Atemporal’- Galeria Terra Siena em 2020;
EXPOSIÇÃO COLETIVA (ON LINE)- “PARIS COMUNE 150” Cover Art Exhibition em PARIS na FRANÇA PELA TRICONTINENTAL, thetriconental.org em 2021.
Outros
Festival Sossega o Facho em Casa- SECULT em 2020;
Leilão do Bem- Galeria Montmartre em 2020;
Leilão Rebobinar-te, projeto do Conselho Estadual de Cultura do Piauí em 2020;
Projeto Um Rosto para Mandu Ladino- Conselho Estadual de Cultura do Piauí , PINACOTECA AFRANIO PESSOA CASTELOBRANCO 2021.
ON LINE
REVISTA ESTRELAS QUE BRILHAM;
ITAU CULTURAL;
http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa494611/evaldo-santos-oliveira
COMUNE DE PARIS 150;
EXPOSIÇÃO ON LINE Let Cuba Live Exhibition, (thetricontinental.org) em 2021;
EXPOSIÇÃO NA GALERIA La Chimèra Art Gallery com uma obra (pintura) selecionada e concorre ao Prêmio de Arte/Art Prize em 2021;
Exposição on line de Cartazes “Esperançar, 100 anos de Paulo Freire”. Organizada pelo Instituto Tricontinental de Pesquisa Social.
Outras fontes
https://terrasienagaleria.com.br/artista/44
Última Atualização: 08/10/2021
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