Gabriella Castro é natural de São Raimundo Nonato e laça o seu primeiro livro intitulado “Todas as Luzes do Universo”. A publicação independente está disponível no formato digital e pode ser adquirida no site da Amazon.
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O livro é um romance sáfico que traz as angústias de uma jovem escritora bissexual em busca do próprio lar. Catarine conta sua história como se não soubesse muito bem o que está fazendo, e realmente não sabe. Após uma briga que terminou em uma revelação, uma fuga e um quase atropelamento, ela inicia uma busca constante por um lugar bem mais abstrato do que imagina: um lar. Depois que conhece Lorena, a menina que tem consigo todas as luzes do universo, ela dá uma chance ao inesperado e segue em busca da liberdade que tanto sonhava. Mas talvez isso não seja o suficiente, talvez a vida ainda tenha que virar do avesso inúmeras vezes para entender que, no fim das contas, só nós podemos mostrar o nosso caminho. Cada pessoa é uma constelação dentre as inúmeras luzes do universo que nos iluminam.
Segundo a autora, esse é um livro muito especial, pois a escrita dele fez com que refletisse sobre si mesma em muitos aspectos. “Quando comecei a escrever ele, estava com uns três meses do início do isolamento. Ele e meu blog (http://www.blogvozesdaminhacabeca.com.br/ ) foram minhas melhores companhias e a melhor coisa que eu podia fazer por mim mesma. Como estudante de jornalismo, eu nunca parei de escrever, mas estava há anos sem escrever o que eu realmente amo. Ele foi um recomeço e uma espécie de desabafo para algumas coisas que eu estava vivendo também. E é o projeto mais importante que fiz até hoje.”
Com essa sua primeira publicação ela espera que a obra possa ajudar outras pessoas. “Como a história tem protagonismo LGBTQIA+, eu sei que ela tem uma função ainda maior do que a própria narrativa pode trazer. Acho que essa obra pode trazer muito aconchego para essas pessoas”, continua.
Para Gabriela a escrita sempre foi algo muito presente na sua vida. Aos 11 anos, ela e as suas amigas começaram a escrever contos que, na maioria das vezes, versavam sobre crimes. E ela relembra que chegava a colocar enquetes para que as leitoras adivinhassem quem havia cometido o crime na história. Depois disso, ela tentou escrever um livro, mas não conseguiu concluir o empreendimento já que não era o seu estilo de escrita. E, posteriormente, ela começou a se descobrir tentando escrever romances, mas fincou raízes nos poemas até que no primeiro ano do ensino médio ela descobre as crônicas e se apaixona pelo estilo. E foi por causa das crônicas que Gabriela desperta o interesse pelo curso de Jornalismo. Já em 2020 a escritora resolve retomar o projeto literário e cria o seu blog que dá início a essa nova jornada.
“Acho que fui me entender como escritora no lançamento do blog, quando fui fazer minha descrição lá e não sabia se eu era “digna” de usar o título de escritora, mas coloquei mesmo assim e fui me identificando aos poucos. Acho que o principal apoio que tenho desde mais nova até hoje é minha irmã Giselly.”
Gabriella Castro conta que em junho/julho de 2020 ela tinha voltado para a casa dos seus pais, pois em 2019 tinha ido estudar Jornalismo na UnB. Ou seja, ela saiu da casa dos pais aos 17 anos para morar com um tio e rememora que no primeiro semestre foi muito difícil se adaptar com a nova vida. Essa adaptação foi acontecendo aos poucos até que no terceiro semestre ela começou a morar sozinha. “No início de 2020, eu tinha a impressão de estar construindo algo meu, aí veio a pandemia e eu tive que voltar a morar com meus pais aqui em São Raimundo Nonato. Esse histórico de tantas mudanças em tão pouco tempo me fazia entrar em crise toda vez que eu tinha que preencher um endereço. Foi quando eu comecei a escrever um texto sobre como eu me sentia e nasceu Todas as Luzes do Universo, cujo tema central é uma jovem que, assim como eu, estava em busca de um lar. Então foi um pouco de relatos pessoais misturados com coisas que eu inventei e algumas angústias relacionadas à sexualidade, que era algo que eu tinha muita vontade de escrever pois eu sentia que iria me libertar com isso.”