DJELIBA é um single inédito de Preto Tipuá e Hxtel Be4ts com participação de Amanda Magalhães, é uma proposta de resgate ancestral e todos os embates que se acarretam durante essa busca, como o uso demasiado de drogas, o genocídio da juventude preta e a dificuldade nos processos de organizações pretas a fim de correrem atrás da sua ancestralidade que se apaga junto com pessoas pretas que não conseguem chegar a ‘velhice’. Além disso, o single traz uma crítica a medicina branca e levanta a importância da medicina tradicional ancestral.
A letra de DJELIBA é uma crítica que o rapper que faz ao sistema e um mergulho nas questões sociais com foco na racialidade e todos os pontos advindos desse eixo temático. Já o instrumental, segundo Preto Tipuá, faz referência ao som da marcha circense na qual ele aproveita essa pegada para fazer uma apresentação de um grande espetáculo com críticas contundentes e diretas, sem floreios. Essa música é uma experimentação do artista que buscou explorar caminhos diferentes do que já estava acostumado e que ele mesmo confessa que não sabe definir bem o estilo que a música representa.
A música toca em pontos que são já conhecidos para quem acompanha o Preto Tipuá: tem o resgate da ancestralidade, críticas à indústria farmacêutica (vem vem lucrando justamente no período que tem atingido números alarmantes de desigualdade, miséria e fome), além disso o rapper também reflete sobre a urbanidade mostrando como a cidade dialoga com as pessoas pretas, como essa organização espacial também aparta criando zonas elitizadas e não elitizadas.
A inspiração da letra veio primeiramente do instrumental que foi criado pelo seu parceiro musical Hxtel Be4ts, depois de escutar a melodia Preto Tipoá arriscou colocar a letra e posteriormente Hxtel Be4ts mandou o beat já mixado. Foi a partir desse momento que Preto concluiu a letra.
Preto Tipuá pontua que traz para a música questões que ele vivencia também no Candomblé, colocando em cena os “DJELIBA”, ou seja, os contadores de histórias, mais conhecidos pelo termo francês “Griôs” por causa do contato dos franceses com os povos da cultura mandiga, povos mandê. Os franceses tiveram contato com esses contadores de histórias e, como acharam que eles eram criados dos povos dessa comunidade, deram o nome de “Griôs”, que significa criados. E Preto Tipuá, que desde a infância teve contato com esses contadores de histórias, pensou na música como uma homenagem a eles, em especial à sua bisavó que abrilhantou muitas das noites tanto do artista como das crianças de Amarante, a sua cidade natal, com histórias memoráveis.
A música faz parte do que o rapper chama de “trilogia de sangue” que ainda não foi concluída, mas já possui duas outras canções. E ela representa uma quebra de paradigmas na vida artística por ser puramente experimental, pois além de ter a questão do instrumental ele dividiu a letra com a voz da Amanda Magalhães. DJELIBA foi gravada pela Rua2 Produtora e, segundo o Preto Tipuá, sua proximidade com a produtora facilitou o trabalho e teve um resultado que o agradou muito, pois a produtora entendeu a ideia do rapper. A música foi também o caminho para que Preto Tipuá enveredasse ainda mais nesse caminho, construindo posteriormente uma música com instrumental mais de batuque feita em parceria com o Quilombo Louco Beats.
Sobre o artista
João Victor, mais conhecido artisticamente como Preto Tipuá (PTÁ), tem 24 anos e é natural de Amarante (PI), nascido no subúrbio da cidade, o artista consome muita arte desde a infância, passeou por elementos artísticos como o desenho, dança e teatro durante a adolescência. Atualmente PTÁ é rapper, pois é fortemente influenciado pela música negra, sobretudo pelo Samba, Soul, Reggae, SKA e RAP, que era natural dentro da sua família, por conta da antiga discoteca (MegaHits) do seu tio Vildomar e pelo seu ex-padrasto Franklin Retrato da Favela (1984 – 2020).
O artista atua gênero desde 2018, mas só veio lançar suas músicas em 2020, com o EP ‘Pra Dar e Vender, trabalho colaborativo com os MC’s Erick $om e Narcoliricista, seguido seu EP solo ‘Autoestima Preta’, lançado pela gravadora VMF Records. Em 2021, lançou a música Djeliba (part. Amanda Magalhães & Hxtel Be4ts)
Segundo o artista, existe uma divisão entre ele, João Victor, e as duas personas, Preto Tipuá e PTÁ. João Victor é diferente do Preto Tipuá, pois este assume uma postura diferente no palco e o PTÁ é o pseudônimo mais ligado em referências acadêmicas e é mais intelectual, mais envolvido com o processo criativo visual. Todas essas personas assumem posturas diferentes e tem as suas particularidades artísticas.
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FICHA TÉCNICA
MÚSICA
Prod.: Hxtel Be4ts – https://youtube.com/c/HXTELBE4TS
Letra: PTÁ
Vozes: Preto Tipuá e Amanda Magalhães
Captação de voz: Rua2 Produtora
Mixagem e Masterização: Rua2 Produtora
AUDIOVISUAL
Roteiro: PTÁ
Direção de imagem: Erick $om
Fotografia: Erick $om
Cenário: Amanda Magalhães | Erick $om | PTÁ
Edição: Carlos Mezabarba