Eu não caminho através do tempo
Este é quem caminha através de mim
Desfrutando das flores cor de carmim…
Sou ferrovia estagnada em desalento
Nada do que vem à frente me tange
Tudo o que há para trás já morreu…
O agora é uma besteira que envelheceu
Vida calorosa passa e não me abrange
Apenas a desejo, com mágoa, de longe
Lágrima quente brota do solo empedrado
O tempo me arranha com trilho enferrujado
Espero sempre a partida do último vagão
Para que, afinal, mato denso cubra o chão
E eu descanse o sono que dizem sagrado.