A oficina será uma vivência com a Casa Di Monique, intitulada “Terra QUEERida”, com encontros online de 14 a 17 de junho, das 16h às 18h. Os participantes serão apresentados a teorias e práticas do Vogue, com introdução à história do ballroom no mundo e no Piauí, além de aulas de técnicas e coreografias da dança.
Para finalizar, no dia 17, haverá o compartilhamento de apresentações coreografadas pelos próprios participantes e uma conversa com o público sobre o universo ballroom, surgido nos anos 60 em Nova York e que se espalhou pelo mundo como um movimento artístico e político de celebração da diversidade de gênero, sexual e raça.
O primeiro contato com a história do ballroom de Will Kennedy (conhecido como Peste Nega) e Diego Eloi, “mães” da Casa Di Monique, foi na programação da 5ª edição do JUNTA Festival, em 2019. “Eu fazia parte de um grupo de danças urbanas, onde conheci o vogue. Nessa mesma época teve o JUNTA, onde aconteceu uma vivência ballroom. Lá conheci toda a história por trás. Foi uma semana transformadora na minha vida porque foi um encontro que tive comigo mesmo, onde entendi mais sobre a minha história, a história dos meus antepassados, das pessoas pretas que fizeram esse movimento, a história da minha comunidade. Enfim, me abriu os olhos para muitas coisas”, lembra Peste Nega.
Para Diego Eloi, o movimento foi de grande importância para a construção e reconhecimento de sua identidade. “Dentro da vivência ballroom tive vários atravessamentos enquanto minha corpa não-binária e foi aí que consegui explorar as minhas percepções sobre gênero e performatividade de gênero. Foi a ballroom que me deu segurança para me encontrar enquanto artista também, e hoje direciono minha pesquisa em dança contemporânea para essas danças de expressões de gênero, que dialogam com a performatividade de gênero”, explica Eloi.
A intenção da Casa Di Monique no Junta EXPANDIDO é reproduzir informações, sensações e reverberações que começaram naquela edição, quando começaram a surgir mais grupos interessados no estilo vogue. “Queremos atingir o máximo de pessoas para que elas sintam o tanto que eu senti, ou sintam algo que elas entendam também sobre esse corpo-bicha que vive por aí. A gente preparou uma programação incrível com pessoas do Norte-Nordeste para dar suporte nessa vivência ballroom”, conta Peste Nega.
Após a etapa de oficinas, a programação do Junta EXPANDIDO segue com uma série de residências artísticas para profissionais das artes e produção cultural do Piauí e do mundo. Confira a programação abaixo:
15 de junho a 1º de julho – Residência “Afeto, Criação e Partilha – Produção Colaborativa como (Re)Existência” com por Cynthia Margareth (SP), gestora cultural, atriz, fundadora da AFLORAR CULTURA.
05 de julho a 23 de julho – Residência “Mulher Melancia” com a coreógrafa, professora, performer e cocriadora do JUNTA, Janaína Lobo
26 de julho a 13 de agosto – Residência “Tem criança na sua dança?” com Emanuella Souza, mestre em dança educacional, integrante do Núcleo de Estudos RODA GRIÔ e do corpo docente da Escola Estadual de Dança Lenir Argento; e Weyla Carvalho, mãe de três meninas e artista da dança.
O Junta EXPANDIDO na modalidade Ocupação é financiado pela Lei Aldir Blanc através do edital/prêmio Maria da Inglaterra, realizado pela Secretaria de Estado de Cultura do Piauí / Governo do Piauí / SIEC / Ministério do Turismo / Governo Federal e tem apoio da Escola Estadual de Dança Lenir Argento – EEDLA. Para mais informações, acesse as redes sociais do Festival no Facebook e Instagram