Contista, poeta e professor da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), o oeirense João Luiz Rocha do Nascimento é Juiz do Trabalho do Tribunal Regional do Trabalho da 22ª Região. Recentemente, JL lançou seu segundo livro individual de contos, “Os pés descalços de Ava Gardner”.
“Os contos dos Pés descalços da Ava se dividem em duas partes bem definidas. A primeira se compõe de narrativas curtas, quase minimalistas, marcadas por uma linguagem direta, ligeira, intimista, mas também agonizante e angustiante e, por vezes, cruel, sem qualquer tipo de concessão. A segunda parte é composta de contos de maior fôlego, tanto em extensão como na dramatização dos personagens. O conto é constituído de uma diversidade de temas, todos eles universais, como amor, solidão, memória, sonhos, velhice, vida e morte, de comum entre os contos: o diálogo com outras formas de expressão, como o cinema e a música, além da própria literatura”, afirma João Luz.
Apaixonado por contos, João Luiz nos relatou sobre a força e representatividade da obra para seu legado e intelecto. “A importância do livro para a minha carreira pode ser compreendida da seguinte forma: trata-se da continuidade de uma virada iniciada em 2019 com o livro, Um claro dentro da noite, que marca a passagem da minha participação em obras coletivas para as obras individuais, além do que creio que ele reflete um pouco o meu amadurecimento como escrito. E acredito que o livro, quando analisado também a partir da perspectiva do conjunto da obra, é uma contribuição para a literatura piauiense, sobretudo porque se trata de narrativas com temáticas universais, repletas de intertextualidade com outras formas de expressão como o cinema, além de densas do ponto de vista psicológico, com personagens complexas, ou seja, não se tratam de meras descrições, isso sem dizer que a preocupação com o tratamento estético dado à linguagem é uma constante”, afirma o contista.
A estrutura da obra ganha a admiração de outros contistas e poetas pelo conteúdo intrigante e sugestivo, João Luiz ainda destaca que, “Por sua vez, o poeta teresinense Caio Negreiros que a concisão dos contos revela a técnica do contista na elaboração dos enunciados e na escolha das palavras, destacando, contudo, que eles vão além da técnica, são poéticos, trata-se de um verdadeiro livro vivo. De fato, o saudoso Airton Sampaio, membro do grupo Tarântula de Contista, já dizia que eu era o estilista do grupo, ou seja, dono de um estilo próprio, forte e ao mesmo tempo e elegante no ato de contar. Acho que consigo passar isso no meu novo livro. Os Pés descalços de Ava Gardner é todo ele escrito numa linguagem fluente e desprendida, tanto que consegue causar a impressão de há uma exata correspondência entre narração e pensamento. Mas isso é apenas uma ilusão,” completa João luiz.
Segundo o contista, a obra compõe elementos do não dito, boas partes das narrativas não passam de fragmentos visto que não há uma entrega total, sempre sobra (ou falta) algo, cabendo ao leitor colmatar os espaços vazios, tornando assim, os pés descalços de Ava Gardner, de uma leitura atrativa e bastante interessante.
Sobre o autor
Piauiense de Oeiras, nascido em 16 de maio de 1959, J(oão) L(uiz) Rocha do Nascimento é contista e poeta, além de juiz do Trabalho e professor universitário. Começa a escrever ainda estudante aos 17 anos de idade em meados da década de 1970 e tem seus primeiros contos publicados a partir de 1977, entre coletâneas e concursos nacionais. Membro do grupo Confraria Tarântula de Contistas, com o qual assina Um dedo de prova, Os vencidos e Dei pra mal dizer e mantém a página confrariatarantula.blogspot.com. Integra também o grupo virtual Juízespoet@s, com o qual publicou Prosa & Verso, Pássaro Liberto e Tecendo a magia. Fora da área do Direito, Um clarão dentro da noite é seu primeiro livro individual.
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