Revisão: Paulo Narley
O poeta piauiense Nathan Sousa se destaca mais uma vez ao ser indicado por “Nuevo Instante” como um dos vencedores do XII Prémio Internacional de Poesia Antología José Lezama Lima. Consagrado como um dos escritores piauienses mais premiados da atualidade, a reconhecida escrita de Nathan envereda por diversos estilos, desde a poesia à dramaturgia, acumulando mais de 50 prêmios e indicações nacionais e internacionais.
“Nuevo Instante” é a versão em língua espanhola, traduzida por João Esteves, do já premiado poema “Novo Instante” original do livro “Um esboço da Nudez“, de 2004. Dentre os mais de dois mil inscritos, “Nuevo Instante” foi um dos 100 selecionados para integrar a antologia que será lançada ainda este ano em países de língua espanhola.
“A minha pretensão em concorrer a prêmios internacionais não é do ponto de vista de projeção, apenas, é do ponto de vista de atingir pessoas, sentimentos, percepções. É isso que me move a escrever, a querer que meus trabalhos sejam traduzidos.”
Recentemente, em janeiro deste ano, Nathan Sousa foi aclamado como o vencedor do I Prêmio Literário da Academia Internacional da União Cultural, na categoria Membro Correspondente, com o poema “Terra Interminável” e como um dos finalistas do II Prêmio Book Brasil, com o livro de poesias “Anfíbia“.
Lançamentos em breve
Nathan Sousa se prepara para lançar, ainda no primeiro semestre de 2021, duas obras inéditas pela Editora Folheando: Sua Gente Estranha e A Metáfora do Adeus. O primeiro é um curto romance de pequenas ficções ambientadas em microrregiões urbanas como a do Médio Parnaíba piauiense, e seu mais recente livro de poemas A Metáfora do Adeus, considerado pelo poeta um divisor de águas em sua vida.
“Esse livro é o divisor de águas na minha vida. No ponto de vista em que eu estou dando adeus a certas maneiras de viver, mas dizendo que é apenas uma metáfora, não é uma verdade, ou seja, estou abrindo um novo ciclo.”
Confira “Nuevo Instante“, o poema premiado
Me enfrento
de nuevo
con un espejo
y más una vez,
en el mismo instante
del reflejo,
seda el espanto.
– Como puedo ser tantos
y tan otros,
siendo apenas yo? – pregunto.
Pero, preguntar a quién,
se entre lo que veo
y lo que pienso de mí
no hay más nadie?
(Hay un ‘yo’
y yo no
lo reconozco
como siendo mío)
Pero se pienso aun
– y se lo que veo
no corresponde
a lo que conozco –
me falta
(tal vez)
otro modo
de invención.
O quizás yo
es que soy
– como Las meninas,
de Velázquez –
el reflejo
del reflejo
de la visión?
Do livro UN ESBOZO DE DESNUDEZ, de Nathan Sousa / Tradução de João Esteves.
Mais sobre Nathan Sousa
Nathan Sousa é natural de Teresina, formado em Administração, tecnólogo em Marketing, acadêmico, professor, escritor, poeta, letrista, ensaísta e dramaturgo. Autor dos livros O percurso das horas (2012), No limiar do absurdo (2013), Sobre a transcendência do silêncio (2014) – prêmio LiteraCidade, Um esboço da nudez (2014) – finalista do Prêmio Jabuti em 2015, Mosteiros (2015), Nenhum aceno será esquecido (2015) – Prêmio José de Alencar, Dois olhos sobre a louça branca (2016), Semântica das aves (2017), e do monólogo O que te escrevo é puro corpo inteiro – Prêmio Maria Clara Machado de Teatro. Além dos prêmios já mencionados, venceu por cinco vezes os prêmios da União Brasileira de Escritores, por duas o prêmio de poesias Vicente Carvalho, Prêmio Humberto de Campos, e foi finalista do I Prêmio Internacional de Poesia António Salvado.
Se quiser saber mais sobre a história e as obras de Nathan Sousa, confira a matéria especial de quando o poeta foi o nosso Homenageado da Semana.
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