(Inspirada no poema de Mário de Andrade, Meditação sobre o Tietê)
Água do Poti onde queres me levar¿ Rio de curvas anfíbias que vai para o Parnaíba
Tarde. Debaixo da ponte o rio, a correnteza murmura a água pesada e barrenta. O sol enche de reflexo a tarde.
Tão vasta a boca do rio é como se fosse a tarde abocanhando desesperos que inundam corações atormentados
O barro recolhe o reflexo do sol medroso. É só um momento. O rio abocanha a tarde, o reflexo, os olhos corredores…
É a cidade que cospe e caga o rio. É a vida medíocre que corrompe a natureza humana e aplaude
Nada atrai, apenas seguir o curso do próprio rio
Não quero entender a dor que faz de mim um caramujo que guarda o transmissor de uma séria doença.
Ana Lúcia Castelo Branco, licenciada em letras Inglês e Português pela UFPI, divide seu tempo entre poesias, Brasília e Artes plásticas.