“Crispim, o menino do rio”, o livro que faz uma adaptação da lenda do Cabeça de Cuia.

O Piauí ganha uma versão da lenda do Cabeça de Cuia para crianças. A obra intitulada “Crispim, o menino do rio”, da autora Célia Revilândia, foi lançada no dia 17 de março no Parque Encontro dos Rios no Painel Marco Mulher – 2021 realizado pela Secretaria Municipal de Políticas Públicas para Mulheres (SMPM) e veio propondo uma adaptação que possa ser lida por todos os públicos.

Foto: Ascom SMPM

A autora, Célia Revilândia Costa Seabra, é doutora em Ciência da Informação (Unb); mestra em Educação (UFPI); especialista em Educação em Direitos Humanos (UFPI); pedagoga (UFG); professora da rede municipal de ensino de Teresina, contadora de histórias e, atualmente, integra a equipe da Secretaria da Mulher de Teresina. E como uma educadora preocupada não só com a educação cultural, mas também com o legado que deixamos às novas gerações, defende que devemos reavaliar a violência contida na lenda que é o símbolo da cidade.

Célia conta que estava em uma turma de educação infantil, com crianças de 4 a 5 anos, e enquanto abordava o folclore piauiense a educadora se sentiu incomodada com a violência presente na lenda do Cabeça de Cuia e resolveu recriar a narrativa para humanizar mais a história, apresentando uma perspectiva mais educativa e com mensagens positivas.

“Não há justificativa de legado cultural que justifique uma mensagem dessas. Então na minha prática pedagógica como professora eu sempre tive muita preocupação com relação a literatura usada com as crianças. Então nessa prática eu fui adaptando a história, tirei a parte da violência, mas mantendo as principais características”, frisa Célia.

A trágica história que culmina no assassinato da mãe e em uma maldição que força Crispim (Cabeça de cuia) a devorar mulheres é deixada de lado, pois a autora conta que mesmo com todos os recursos narrativos disponíveis, relatar um assassinato para uma criança é algo sem fundamento. Por isso, o livro traz uma história leve e com mensagens positivas, além de manter a ligação com o imaginário popular, bem como apresentando reflexões sobre a preservação do meio ambiente.

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