O talento da instrumentista Petinha Amorim

Imagem: Luciano Klaus

Petronila Rêgo Amorim ficou conhecida como Dona Petinha Amorim, ela tocava violino, acordeom e bandolim. Foi integrante do grupo Bandolins de Oeiras com o qual circulou pelo Brasil. Petinha Amorim recebeu diversas homenagens como a Medalha do Mérito Renascença outorgada pelo Governo do Piauí, a Medalha do Mérito Legislativo 300 Anos de Oeiras, pela Assembleia Legislativa do Piauí e a Medalha da Ordem do Mérito Cultural concedida pelo Ministério da Cultura. Dona Petinha se destacou como bandolinista piauiense e se dedicou à cultura popular do Piauí durante toda a sua vida, inclusive rompendo as fronteiras da terra natal e apresentando os bandolins de Oeiras para os palcos brasileiros. A musicista também ganhou destaque ao apresentar com o seu grupo em programas de televisão de alcance nacional. Petinha Amorim foi homenageada com o nome da Escola Estadual de Bandolins Dona Petinha localizada no Sobrado Major Selemérico, em Oeiras. A musicista faleceu aos noventa e sete anos de idade, em 04/01/2019, deixando um enorme legado cultural.

 

Imagem: Luciano Klaus

“A música me deixou viva.” Petinha Amorim

Nome Completo: Petronila Rêgo Amorim

Descrição: Musicista

Ano de Nascimento: 1922

Local de Nascimento: Oeiras-PI

Data de Falecimento: 04/01/2019

Local de Falecimento: Oeiras

Escrito por: Alisson Carvalho
Revisado por: Paulo Narley 

 

A descendência musical

Filha de Oeiras, crescendo numa cidade rica de arte e cultura, Petinha Amorim ainda teve a sorte de nascer em uma família que valorizava as artes. Ela teve contato com a música desde cedo, por isso sempre esteve envolta pela arte, treinando seu ouvido desde criança. Filha de pais músicos, sua percepção rítmica foi instigada ainda na infância. O pai, João Rêgo, era flautista e chegou a dar aulas para Possidônio Queiroz, enquanto a sua mãe, Hilda, foi uma notável pianista. Dessa forma a musicista cresceu e aprendeu o melhor da música, dedicou-se ao violino, acordeom e bandolim, além de outros instrumentos. E com o conhecimento acumulado, Petinha Amorim quis compartilhar com outras pessoas e se tornou professora ainda jovem, ministrando aulas de canto orfeônico. Além disso, ela ingressou nas orquestras conduzidas pelo Possidônio Queiroz, um dos grandes nomes da música piauiense. Petinha atuou também fora das artes como distribuidora e avaliadora do Tribunal de Justiça, na comarca de Oeiras.

 

O grupo os Bandolins de Oeiras

Lá na cidade de Oeiras em um período que a cidade era composta por uma geração de músicos surgia uma nova geração que seria influenciada pelos seus antecessores. Entre esses músicos destaca-se Araci Carvalho, uma bandolinista de destaque e também a mãe do escritor O. G. Rego de Carvalho. A bandolinista foi professora e criou o grupo “Voz do Coração”, enquanto isso a cidade se movimentava culturalmente. E depois das oscilações do cenário musical motivadas pelo esforço dos músicos contra a falta de investimentos e incentivo na arte algumas das musicistas remanescentes bandolinistas decidiram se unir para apresentar um repertório motivadas pela comemoração dos 250 anos da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Vitória. Nesse momento surge o grupo Bandolins de Oeiras orientados pela Professora e regente Celina Martins e compostos pelas musicistas Petinha Amorim tocou compartilhou os palcos com as musicistas Lilásia Freitas, Rosário Lemos, Nieta Maranhão, Zezé Cabeceira e Celina MartinsO grupo de mulheres formado por Maria do Rosário Lemos e Lilásia Freitas, já falecidas, Maria Antonieta Maranhão (Nieta), Petronila Amorim (Petinha) e Maria José Ferreira (Zezé Cabeceira). Desde o surgimento o grupo participou ativamente das festividades cívicas e religiosas de Oeiras.

 

A trajetória do bandolim

Com o Bandolins de Oeiras, Petinha Amorim participou do Festival Interartes, no Parque Nacional da Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato (2004). Depois, no mesmo ano, o grupo participou do I Festival de Cultura de Três Fronteiras, na cidade argentina de Puerto Iguazu e Posadas. Foi também para o Festival Viva Arte de Fortaleza e Festival de Cultura de Viçosa do Ceará em 2008. O grupo recebeu em 9 de novembro de 2005 das mãos do ex presidente da República Luís Inácio Lula da Silva a Medalha da Ordem do Mérito Cultural (que é a maior homenagem concedida pela presidência da república aos brasileiros que se destacam no campo da arte e da cultura). Além das diversas apresentações pelo Brasil, Argentina e Uruguai, Petinha e o grupo participaram de programas de tv com repercussão nacional como o programa de Jô Soares, na TV Globo, em 2008. E o grupo gravou o CD “Valsas Piauienses” que foi orquestrado pelo professor, pesquisador e maestro Emmanuel Coelho Maciel.

 

Imagem: Luciano Klaus

Continuidade de uma tradição

Petinha Amorim construiu ao longo da sua vida uma carreira que gerou inúmeros frutos e por ter atuado sempre em prol da cultura recebeu a homenagem da Secretaria de Estado da Cultura (Secult) que deu o seu nome à escola de bandolins em Oeiras. A Escola de Bandolins Dona Petinha, inaugurada em 2016, fica mantida no Espaço Cultural Major Selemérico e conta com salas de aula, galeria dos governadores, móveis que foram utilizados pelo Visconde da Parnaíba e dois memoriais, um homenageando Possidônio Queiroz e outro homenageando Esperança Garcia. O local passou a oferecer formação para os novos músicos, além de servir aos profissionais que ensaiam para se aperfeiçoarem e manterem a tradição musical oeirense. A escola abriga também o grupo Bandolins Mirins que são os novos músicos gestados pelo projeto.

 

Contribuição cultural

Segundo o historiador Júnior Vianna, Petinha Amorim é “uma das mais emblemáticas oeirenses de todos os tempos.” A musicista estimada pelo trabalho desenvolvido em Oeiras foi também uma das fundadoras do Instituto Histórico de Oeiras. Petinha acumulou muitos admiradores principalmente na terra natal onde sempre se fez presente nos eventos. Dividiu o palco com bandolinistas brasileiros como Hamilton de Holanda no I Festival de Cultura de Oeiras. O repertório do grupo abrangia músicas que iam do clássico ao chorinho, passando por valsas e marchinhas, encantando o público por onde quer que passasse. E sempre existiu o desejo de valorização da cultura local, tanto que o grupo Bandolins de Oeiras incluiu desde o início as composições do músico Possidônio Queiroz.

 

Um legado musical

Petinha Amorim nunca deixará de ser uma musicista notável que se destacou desde cedo e encantou o Oeiras representando o Piauí em muitos lugares. Vivenciou profundamente a música e fez da paixão uma formula para transformar o mundo ao seu redor seja lecionando ou apresentando o que há de mais sincero na alma humana: a arte. As memórias deixadas pelas musicistas marcaram não só o cenário musical, mas quem teve contato com a artista. E Petinha Amorim deixou um legado que hoje floresce e se enraíza por várias regiões piauienses.

Fotos

Vídeo

Discografia

Valsas Piauienses

Outras fontes

https://maisoeiras.com.br/noticias/morre-aos-97-anos-petinha-amorim-fundadora-do-grupo-bandolins-de-oeiras/

https://www.gp1.com.br/noticias/governo-do-estado-vai-realizar-homenagem-ao-grupo-bandolins-de-oeiras-369586.html

http://www.piaui2008.pi.gov.br/materia.php?id=16746

Última atualização: 09/03/2020

Caso queria sugerir alguma edição ou correção, envie e-mail para geleiatotal@gmail.com.

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