Ana Maria Rêgo, a dama do teatro piauiense 

Ana Maria Rêgo é considerada a dama do teatro piauiense e é uma das grandes inspirações para atrizes e atores das gerações posteriores. Ela nasceu em Floriano, em 1923, onde desde criança esteve envolvida com as artes. Ana Maria Rêgo foi uma apaixonada pela cultura e chegou a trabalhar como balconista e revisora da imprensa oficial do Estado durante a época de estudante. Posteriormente, foi convidada para apresentar programas de notícias na Rádio Difusora e, depois, passou a trabalhar em radionovelas como “Lampião e Maria Bonita” e “A Dona da Pensão”. A artista fez parte do Grupo de Teatro Experimental. Apresentou o programa de rádio “Mariquinha Maricota” (1960). Atuou no filme “A Faca e o Rio” (1970). No ano de 1986, recebeu homenagem com o nome do Concurso de Monólogos Atriz Ana Maria Rego.

 

Nome Completo: Ana Maria de Araújo e Silva Rego

Descrição: Atriz

Ano de Nascimento: 1923

Local de Nascimento: Floriano-PI

Escrito por: Alisson Carvalho
Revisado por: Paulo Narley

 

A aptidão para as artes

Desde criança Ana Maria Rêgo demonstrou a aptidão para as artes e tudo virava um palco para as suas apresentações regada de muita criatividade. Floriano viu surgir uma das grandes artistas no Piauí, que procurou desde cedo transformar as brincadeiras em verdadeiros espetáculos. Além disso, ainda na infância ela foi atraída para todo tipo de atividades artísticas que podia participar. Chegou, inclusive participar de várias peças teatrais como Branca de Neve e Chapeuzinho Vermelho, apresentadas no Teatro Polyteama. Como se não bastasse o talento para o teatro Ana Maria Rêgo também fez apresentações cantando, demonstrando a afinidade para os palcos.

Buscando novos horizontes

A busca pela continuação dos estudos fez Ana Maria Rêgo deixar a cidade natal na década de quarenta com destino à capital do estado, Teresina, onde fincou raízes e construiu uma carreira que marcou o seu nome na cultura piauiense. A recém chegada estudante ingressou nos estudos de normalista e para ajudar nas despesas, assim como para continuar os estudos ela trabalhou como balconista e revisora da imprensa oficial do Estado. Ana Maria Rego foi uma mulher que sempre resistiu para continuar seguindo a carreira artística, mesmo com as dificuldades da época. (CAMPELO, 2010.)

 

Conhecendo a radionovela

Ana Maria Rêgo começou a trabalhar como apresentadora de notícias na rádio Difusora a convite de Rodrigues Filho que era diretor artístico da rádio. Em 1955 a artista é admitida para trabalhar no setor de radionovela e rádio-teatro no departamento artístico da emissora, atuando no programa de humor “Mariquinha e Maricota”. Foi nesse espaço que a atriz passou a interpretar nas radionovelas, tornando-se rádio-atriz e participando de produções de destaque como as aclamadas “Lampião e Maria Bonita” e “A Dona da Pensão”. Segundo a família, ela foi uma mulher batalhadora e de inúmeros dons, conseguiu dar assistência para a família trabalhando no D.E.R. e na rádio. “Nessa ocasião era a sociedade que não admitia que as mulheres trabalhassem na rádio porque achava que era uma imoralidade, muita gente, muitos homens trabalhando com a gente. Mas elas não estavam lá dentro para saber a qualidade dos homens que trabalhavam com a gente. Eram homens finos, educados, homens que nos tratavam muito bem, e nos respeitavam. Mas depois foi diminuindo e reconheceram a nossa força. Assim foi no teatro também. No teatro foi a mesma coisa, não aceitava que mulher trabalhasse. Mas deixa-nos até feliz saber como nós suportamos e superamos a resistência. […] Mas naquele tempo foi difícil, muito difícil.”

Fonte: (LIMA, 2007)

 

Um legado inestimável

Ana Maria Rêgo deixou um legado inestimável, segundo a neta Ana Rego Vasconcelos, era comum ver a sua avó tocando violão, declamando poesias, decorando os textos das peças de teatro, além de escutar as gargalhadas de final de tarde. Para a neta, a artista representa a luta das mulheres naquele período, sobre a emancipação da mulher na cultura. Aci Campelo, dramaturgo e historiador, complementa: “A contribuição de Ana Maria Rego para a cultura piauiense, notadamente, e o teatro é muito grande. Artista que fez radionovela, cinema, publicidade e teatro durante mais de 50 anos, ela que  nasceu nos anos de 1930 do século vinte, atuando sempre com muita dedicação e talento. Junto a Santana e Silva, Ary Sherlock, Tarciso Prado e Gomes Campos, Ana Maria ajudou a fazer a transição dos artistas da cena dos anos de 1950 para a geração dos anos de 1970. Sua vida foi plena de generosidade com os artistas piauienses e com sua terra, vencendo inúmeros obstáculos de uma mulher que optou por seguir seu caminho, em um período pouco afeito a isso. Ana Maria Rego foi uma das figuras artísticas piauiense mais carismática de seu tempo, e ainda hoje lembrada com carinho.”

Fotos

Espetáculos

Peças

Branca de Neve;

Chapeuzinho Vermelho.

Rádio

Mariquinha e Maricota;

Lampião e Maria Bonita;

A Dona da Pensão.

Outras fontes

http://www.revistarevestres.com.br/reves/homenageado/a-grande-dama-do-teatro-do-piaui/

Última atualização: 13/05/2020

Caso queria sugerir alguma edição ou correção, envie e-mail para geleiatotal@gmail.com.

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