Visitar Teresina e tomar uma cajuína cristalina é como um rito de passagem e degustação da bebida símbolo da cidade. A bebida é produzida a partir da clarificação do suco de caju, e mais nada. Não tem açúcar, apenas o da fruta, nem aditivos químicos. É pura e refinada.
A cajuína, bebida consumida no Maranhão, Ceará e principalmente no Piauí, é considerada patrimônio cultural da capital piauiense pelo Iphan, não só a bebida como o seu processo de preparação e tudo o que está em torno dela.
O cantor e compositor Caetano Veloso compôs uma música intitulada “Cajuína”, em que cita a bebida genuinamente Teresinense após visitar a cidade, devido à perca de seu grande amigo, o poeta piauiense Torquato Neto. Caetano Veloso chorava muito quando Seu Heli, pai do poeta Torquato Neto, ofereceu um copo de cajuína para acalmar a dor que o compositor sentia pela falta do amigo (e um dos criadores da Tropicália), que se suicidou em 1972. Em seguida, ganhou uma rosa e a emoção deu origem a uma das suas mais belas canções, um grande legado para os piauienses e a música brasileira.
“Existirmos: A que será que se destina?
Pois quando tu me deste a rosa pequenina
Vi que és um homem lindo e que se acaso a sina
Do menino infeliz não se nos iluminaTampouco turva-se a lágrima nordestina
Apenas a matéria vida era tão fina
E éramos olharmo-nos, intacta retina
A cajuína cristalina em TeresinaExistirmos: A que será que se destina?
Pois quando tu me deste a rosa pequenina
Vi que és um homem lindo e que se acaso a sina
Do menino infeliz não se nos iluminaTampouco turva-se a lágrima nordestina
Apenas a matéria vida era tão fina
E éramos olharmo-nos, intacta retina
A cajuína cristalina em Teresina…”(Cajuína – Caetano Veloso)