A escritora Lorena Nery Borges nasceu em União, município piauiense, mas é radicada em Teresina. Formada em Serviço Social e especialista em Gestão Social e Políticas Públicas. Autora dos livros “Nas Entrelinhas da Lo Amor” (2018) e “A Dois” (2018), em parceria com Ricardo Tagliaferro. Além disso, participa das antologias “Acolha o Pólen da Vida 1” (2017); Amores em Metamorfose (2017); Café e Prosa (2018); “A mulher na Literatura Latino-Americana”, organizada por Marleide Lins e Algemira Mendes (2018); Ecos de Sentimentos (Org. Jailton Dias); texto no Fanzine “Desembucha, Mulher!”, organizado por Dani Marques; “I Coletânea da Ajeb-PI” (2019); “Antologia Juntas e Descaradas” (Ed. Livra, 2020). Lorena Nery já colaborou nas páginas Nostalgia Poética (escrevia textos autorais e indicações de outros autores) e Peregrinos Anônimos (escrevia textos autorais). Além dessas páginas, a escritora também tem trabalhos seus publicados em sites, jornais e revistas, tais como: Revista Literária Livros Nacionais (2017); Jornal Tribuna Liberal de Sumaré-SP (2017); Plataforma Escrever Sem Fronteiras (Sesc 2018/ 2019); Correio Literário (2017/2019). Lorena fez dessa paixão um sacerdócio e tem um trabalho marcante com a divulgação da literatura sendo a mediadora do Leia Mulheres Teresina e primeira secretária da Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil – Piauí (AJEB/PI).
Reflexo de Luz
Eu,
espelho da dor
do outro.
O outro,
reflexo da dor
Minha.
(Antologia: Juntas e Descaradas- Editora Livra, 2020)
Nome Completo: Lorena Nery Borges
Descrição: Escritora
Data de Nascimento: 11/09/1987
Local de Nascimento: União-PI
Escrito por: Alisson Carvalho
Revisado por: Paulo Narley
O alicerce familiar
Lorena Nery Borges cresceu numa família bem diversificada e que tinha gostos bem variados fazendo com que o olhar da escritora se dilatasse. Ainda criança ela foi influenciada pela Elenice, sua tia que é formada em Letras Português, tinha alguns cadernos que despertavam a curiosidade da sobrinha. Além disso, por uma estranha coincidência Elenice convidada para participar da Antologia ” Amores em Metamorfose (2017)” (2017), a primeira antologia de Lorena. “Desde criança eu escrevia uns versinhos. E nesse tempo eu fiz um verso que era uma paródia da música da dupla Sandy & Júnior.” A menina que já quis exercer diversas profissões e nutria muitos sonhos como ser as personagens Ranger Amarela ou Tempestade do X-Men, encontrava refúgio nos versos dos caderninhos da sua tia e que também foram motivadores para as suas primeiras incursões na literatura. “Eu queria ser médica, professora, secretária (por influência das novelas mexicanas) e, entre essas, eu também queria ser compositora”, pontua.
Os tesouros da infância adormecem, mas não morrem
Lorena Nery conservou durante muitos anos a prática de trocar versos. Na infância, essa prática surgiu da cumplicidade com as amigas que escreviam e compartilhavam as suas criações. E essa aproximação com a literatura foi alimentada no ambiente escolar, pois na escola em que a escritora estudava tinha uma professora que costumava inserir poesias no final das provas aplicadas. Uma dessas poesias (Dois e Dois são Quatro, de Ferreira Gullar) se tonou tão marcante que Lorena guardou durante muitos anos essa prova e, depois, o fragmento recortado da página que continha a poesia, tudo guardado dentro da sua caixinha que abrigava outros tesouros da infância. Posteriormente, a sua primeira poesia é mostrada em sala de aula, evento que despertou muitos elogios de sua professora e incentivo para continuar escrevendo. Contudo, a corrida no ensino médio pelo vestibular e, depois, a vivência acadêmica apartou a escritora do mundo das letras naquele período.
A importância das feiras literárias
Motivada por questões acadêmicas, Lorena Nery ficou alguns anos afastada da escrita como um exercício criativo e passou a investir na sua formação acadêmica, só depois de concluir a sua especialização foi que a escritora voltou a ler livros por lazer. Nesse momento, Lorena é direcionada nas redes sociais para o texto “Pequena Notável”. Depois de um tempo, outro texto foi sugerido para a sua leitura e, com isso, ela passou a ler os textos da página do escritor sem saber de quem era a autoria. Só posteriormente é que ela vai conhecer o escritor Gustavo Lacombe. Lorena Nery destaca o livro “Destino, acaso ou algo mais forte” como sendo um marco desse período para ela. Com esse contato, Lorena conhece Kássio Gomes e os integrantes da Fundação Quixote, responsável por organizar o Salipi, e juntos eles organizam uma mesa de bate-papo com Gustavo Lacombe, mediada por Lorena. Esse contato com os bastidores dos eventos se tornou um fator importante para o retorno da escritora para a Literatura (desenvolvida durante a infância). Com isso, ela fez mediação em outros salões literários, no Salve Rainha, em cidades como Valença, Coivaras, entre outras. A partir de tudo isso, ela acabou conhecendo muitas pessoas envolvidas com a Literatura.
“O livro do Gustavo Lacombe foi como uma fénix, pois fez ressurgir aquele gosto da literatura de você ler por prazer”, pontua Lorena Nery.
Uma apreciadora das sutilezas
Lorena Nery Borges tem como característica principal uma leitura fluida, democrática e atravessada por temas sociais. Apesar de abordar as nuances de sentimentos como o amor, Lorena costuma inserir o feminismo de forma explícita ou nas entrelinhas da sua escrita. “Eu gosto muito de observar os detalhes, o que é subjetivo. Às vezes uma folha que o vento vem trazendo e aquela folha já me diz muita coisa, o movimento que ela está fazendo pode ser que ela esteja relutando ou avançando, recuando, fazendo o movimento até se encaixar. Então tudo é inspiração.” Lorena, como uma boa consumidora de obras artísticas, gosta de se inspirar em tudo que consome, pois cada obra desperta emoções que podem tirar de um estado de apatia, chacoalhando completamente os sentimentos e gerando o impulso da criação. E esse processo de criação da artista é bem espontâneo, pois ele surge conforme a inspiração chega, mas a forma de lapidação da artista é muito criteriosa e passa por um período longo de aperfeiçoamento. Para Lorena Nery, a sua rotina de leitura e escrita flui conforme a sua rotina de trabalho, por isso os dias mais tranquilos são aqueles em que ela mais se dedica à Literatura.
“As inspirações estão em todos os lugares, sempre gostei de observar e ouvir histórias, o cotidiano é cheio de estalos. Mas livros, filmes e, principalmente, músicas são ótimos para florescer a criatividade. Sonhos também são excelentes propulsores.”
O Leia Mulheres Teresina
O Leia Mulheres foi uma proposta da escritora Joanna Walsh que levantou a bandeira do Readwomen2014, um movimento que tinha como finalidade incentivar a leitura de autoras, além de ser um questionamento à forma como o mercado editorial e o público não valorizava e dava a mesma visibilidade para as escritoras. Esse mesmo movimento Leia Mulheres chegou ao Brasil no ano seguinte por iniciativa de Juliana Gomes, Michelle Henriques e Juliana Leuenroth, não tardando para se espalhar por quase todos os estados ocupando os espaços e eventos por onde circula a literatura.
No Piauí, Lorena Nery passou alguns meses negociando a vinda do Leia Mulheres para Teresina e muitas mulheres deram suporte na implantação do primeiro encontro (2017), já no segundo encontro Bruna Dayane entra como mediadora e permanece até dezembro de 2019. Posteriormente, em 2018, Dani Marques ingressa como mediadora nesse movimento em que vem interruptamente promovendo diversos encontros.
“No evento de um ano a gente fez ensaio fotográfico com autoras, teve feira feita por mulheres de diversos produtos, teve música e sarau. A gente formou uma equipe para organização que era eu, Bruna, Dani, Maria Vieira e Jullyane Teixeira. Aí foi nesse dia que anunciamos a Dani como terceira mediadora.” Para a escritora Lorena Nery, o Leia Mulheres só aflorou o seu lado feminista que já tinha se manifestado lá na infância, pois nesse espaço criado pelo grupo há uma abertura de um espaço voltado para as mulheres. A escritora comenta que enquanto assistente social ela se deparou com muitas situações de violações de direitos das mulheres e o impacto dessas situações foi o combustível para provocar reflexões acerca do feminismo por meio da literatura. “O feminismo está na minha obra e o Leia Mulheres me despertou muitas questões, não só o direito ao corpo, mas a todos os direitos.”
Temos que aceitar as nossas imperfeições
Lorena Nery Borges é uma escritora com escrita fluida e que escreve para todos. Esse poder de comunicação está tanto nos textos quanto na performance nos eventos literários. Ela floresce para a literatura em um momento de efervescência cultural nos salões e eventos literários conhecendo o meio literário e muitos escritores, por isso pode perceber muitas nuances e ir criando o seu caminho no cenário artístico. A literatura de Lorena Nery traz todas essas características, permitindo que todos possam olhar para a sua produção e desconstruir a ideia de que é impossível publicar um livro, assim, Lorena frisa que o seu primeiro livro é um recado para público, quer dizer que é possível construir e publicar uma obra. Olhar para uma obra é olhar também para si e entender que tudo que produzimos é feito no momento certo. Dessa forma, para a escritora, a obra tem que comunicar e causar a aproximação com o leitor. Com isso, a escritora vem alcançando diversos públicos em espaços variados e encantando os leitores com os seus livros.
Contatos
Instagram.com/lorenanery.borges/
Instagram.com/nasentrelinhasdaloamor/
email: lorenanery.borges@gmail.com
Fotos
Vídeo
Livros
“Nas Entrelinhas da Lo Amor” (2018);
“A Dois” (em parceria com Ricardo Tagliaferro – 2018).
Antologias
“Acolha o Pólen da Vida 1” (2017);
Amores em Metamorfose (2017);
Café e Prosa (2018);
“A mulher na Literatura Latino-Americana”, organizada por Marleide Lins e Algemira Mendes (2018);
Ecos de Sentimentos (Org. Jailton Dias);
Fanzine “Desembucha, Mulher!”, organizado por Dani Marques;
“I Coletânea da Ajeb-PI” (2019);
“Antologia Juntas e Descaradas” (Ed. Livra, 2020).
Sites, jornais e revistas
“Revista Literária Livros Nacionais” (2017);
“Jornal Tribuna Liberal de Sumaré-SP” (2017);
“Plataforma Escrever Sem Fronteiras” (Sesc 2018/ 2019);
“Correio Literário” (2017/2019).
Outras fontes
Última atualização: 01/09/2020
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