O cineasta Thiago Monteiro é natural de Picos-PI formado em Comunicação Social – Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com Pós graduação em Animação pelo Serviço Nacional de aprendizagem Comercial (SENAC – SP) e Pós graduação Lato Sensu em Design de Games pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Além disso, tem formação profissional em Gestão de Projetos PMI, entre outros. Thiago tem uma vasta experiência com o cinema, já foi assistente de direção no filme “Os últimos românticos do mundo”, produtor de fotografia no filme “Swinguerra”, assistente de platô no filme “Serial Kelly”, assistente de produção no filme “A cerca do nada”, fez produção de set no filme “Lama dos dias”, entre outros. Thiago foi coordenador de distribuição do documentário “Bloqueio de Quentin Delaroche”, também com participação internacional e fez parte da equipe de produção de grandes festivais como Janela Internacional do Recife Animage e Animamundi.
“A arte é o escuto e a espada dos oprimidos” Thiago Monteiro
Nome Completo: Thiago Brito Monteiro Santos Bezerra
Descrição: Cineasta
Local de Nascimento: Picos
Escrito por: Alisson Carvalho
Revisado por: Paulo Narley
Um picoense amante das artes
Thiago Monteiro é neto de Antoninha Santos, tabeliã do cartório do segundo ofício de Picos, e filho de pais apaixonados pela arte, por isso, ele cresceu com muitas referências artísticas. Thiago conta que desde criança a mãe tinha como atividade recreativa fazer jogos para que o filho tentasse reconhecer os grandes pintores da história por meio das suas obras, usando a sua coleção de livro sobre pinacotecas. Já o seu pai, Francisco dos Santos, era um leitor assíduo, um amante de livros que possuía uma biblioteca particular com mais de quinhentos livros e que sempre esteve filmando as cenas familiares com a sua câmera. Por isso, as primeiras referências de Thiago vêm dos pais, pois foi no ambiente familiar que ele aprendeu a paixão pelas artes visuais e pelas letras, mas foi no mundo da escrita que o artista se encontrou e começou a rascunhar os seus primeiros versos. “Eu sempre gostei muito de ler, principalmente literatura clássica. Aos quatorze, eu já tinha lido a coleção inteira de Machado de Assis, além de ter lido Jorge Amado e Dostoiévski.”
Redescobrindo a arte
As primeiras criações de Thiago Monteiro se manifestaram por meio da escrita. Ainda adolescente, ele chegou a participar de concursos literários e foi reconhecido. Contudo, as obrigações escolares fizeram com que ele se apartasse da escrita poética. Por isso, durante um tempo, ele se manteve afastado das expressões artísticas. Thiago ingressou em Engenharia, depois cursou Direito e Administração. E foi cursando Administração que Thiago Monteiro decidiu organizar um festival de cinema na UFPI, no Campus Senador Helvídio Nunes de Barros, em Picos. Além disso, Thiago Monteiro também criou um Cine Clube na universidade e foi nessas experiências que o acadêmico percebeu a extensão do poder da arte, como uma linguagem artística era capaz de tocar e sensibilizar os espectadores. “Eu ficava no palco apresentando o evento e lá eu via a expressão das pessoas, isso acabou me tocando muito”, relembra.
Para além do cinema
Apesar da aptidão para a literatura e a música, Thiago Monteiro decidiu investir na sua vocação e foi cursar Comunicação Social – Cinema e Audiovisual, pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), mas todas as experiências anteriores ajudaram a definir a sua maior característica que é um conhecimento multidisciplinar, levando para a profissão a paixão pela ciência e pelas artes nas quais esteve vinculado. Dessa forma, Thiago acaba rompendo fronteiras na sua graduação, chegando a desenvolver um projeto de acessibilidade no cinema voltado para pessoas com problemas auditivos. O projeto garantiu a participação em um programa voltado para desenvolver técnicas e tecnologias para melhorar a vida das pessoas que possuem algum tipo de limitação em toda a América Latina. “Meu foco é pensar não apenas a arte, mas uma arte acessível”, frisa. Com todos os conhecimentos acumulados e uma vasta gama de habilidades, o cineasta consegue desenvolver várias atividades dentro do universo cinematográfico.
“O que me move na arte é dar a possibilidade das pessoas se defenderem” Thiago Monteiro
Um turbilhão de ideias
Ter trabalhado na produção e em outras áreas técnicas do cinema fez Thiago Monteiro ter uma visão bem detalhada do processo como um todo, com isso a sua aptidão para as áreas mais tecnológicas e técnicas também foram imprescindíveis para construir um leque de conhecimentos que o ajudam na sua produção atual, seja desenvolvendo um projeto ou dando assistência a algum trabalho. Dentre os projetos realizados ao longo da sua carreira, o pesquisador conta que o seu trabalho de conclusão de curso, desenvolvido com o auxílio da professora Kátia Aquino (idealizadora do projeto) no colégio Aplicação em Recife, foi organizar a criação de curtas-metragens por parte dos alunos que eram substituídos pelos testes tradicionais avaliados por meio dos seus mapas conceituais. O projeto deu certo e foi implementado pela Editora Abril e pode ser localizado nos livros de Química adotados pela rede pública, tornou-se um ato pedagógico. Para o cineasta esse projeto foi um grande motivador na sua carreira, pois foi quando ele entendeu que era possível impactar positivamente a sociedade, por isso ele considera um trabalho importante quando ele gera algum valor para a sociedade.
O documentarista
Thiago é um criador com muitas ideias e está constantemente tentando entender o mundo ao seu redor, sempre se colocando em situações que o force a repensar os seus saberes, conhecendo lugares e pessoas diferentes em cada empreitada. Thiago possui uma prática metodológica bem sólida, embora se considere flexível para se adaptar às intempéries do trajeto. O artista possui um lado bem sensível, porém com um trabalho técnico bem sedimentado. O seu método de criação envolve aproveitar os recursos disponíveis e ele conta que vê tudo como uma oportunidade para criar. “Pra mim o cinema de arte sem roteiro é um cinema que não tem espaço para personagens, é um cinema para pessoas. Então eu gosto muito de chegar num lugar e saber o que as pessoas estão pensando em determinado momento e isso eu estou fazendo até hoje na Colômbia”, diz. Tiago começou a experimentar diversas possibilidades, aprendeu sozinho a tocar flauta transversal e, como forma de se desafiar, fez algumas apresentações em locais públicos. A partir dessa experiência ele despertou a curiosidade pela observação que posteriormente o guiaria para o universo do documentário. “Eu sou documentarista porque eu não acredito numa arte que não é política, uma arte que não dá voz ao outro, então eu gosto muito de trabalhar com as comunidades.”
O documentário etnográfico
Thiago Monteiro tem um trabalho que aborda temas sociais. Para o artista, a sua arte deve dar às pessoas a possibilidade de serem escutadas e de se defenderem, por isso, o seu trabalho está bem entrelaçado com as comunidades. O documentarista etnógrafo já trabalhou na Fundação Joaquim Nabuco, além de ter atuado como produtor local de distribuição da Vitrines Filmes. Ele tem como referência profissional o cineasta Kleber Mendonça Filho, a gerente de projetos Raíze Souza, a arquiteta Kátia Avellar e a produtora Dora Amorim. Seu trabalho tem cada vez mais inspirado outros profissionais que sonham em investir na carreira do cinema.
Contatos
tel: +573138039394
Fotos
Filmes
“Os últimos românticos do mundo” (assistente de direção);
“Swinguerra” (produtor de fotografia);
“Serial Kelly” (assistente de platô);
“A cerca do nada” (assistente de produção);
“Lama dos dias” (produção de set).
Outras fontes
https://portalintegracao.com.br/cineasta-piauiense-e-selecionado-para-festival-de-cinema-no-chile/
Última atualização: 21/04/2020
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