Meu negócio é banana, de Patrícia Mellodi

Quem me conhece bem  sabe que sou alucinada por banana. Pode faltar tudo na minha casa, menos banana. Pra todo mal a banana é a cura. Saudade, tristeza, fome, enxaqueca,  ressaca, dor de corno, seja lá o que for, meu conselho sempre foi: – Coma banana! Minhas filhas foram criadas na base de banana, e quando me perguntam meu segredo de beleza e de tanta resistência, eu dou a mesma resposta: – Banana.
Tudo começou quando a Clara nasceu e uma pediatra do Piaui muito direta e deliciosamente rude, me disse: “- Minha filha, você pode até mostrar pra ela o que é uma maça, só pra ela saber, mas dê banana. Um pais que tem em fartura a fruta mais completa do mundo em vitaminas, minerais e fibras,  não precisa de negócio de kiwi.”  Médica maravilhosa, mudou minha vida.
Banana é pop, é cult, é musical, é arte, está por todos os lados da cultura e da  história.  A banana é inclusive mencionada em documentos escritos em textos budistas de cerca de 600 a.C,  e sabe-se que Alexandre, o Grande,  comeu bananas nos vales da Índia em 327 a.C.  E nós comemos e fazemos arte com a banana a  torto e a direito em todos os tempos.
Quando penso em arte e banana, lembro logo de Carmem Miranda, “Yes, nós temos bananas”, inclusive a frase é citada na emblemática música  tropicalista “Marginália II, de nosso Torquato Neto e Gilberto Gil, e que também dá título a um curta biográfico que todos deveriam assistir sobre a vida da nossa Pequena Notável. Penso em  “Chiquita  Bacana”  e tantas outras marchinhas de Carnaval que citam a  banana e nos imprimiram a forte sensação de brasilidade e de pertencimento. Jackson do Pandeiro com seu “Chiclete com Banana”,  “Vendedor de Bananas” de Jorge Benjor, “Bananeira” de João Donato,   chegando até na esfuziante e muito conectada, Anitta, no seu clipe com a Becky G, BANANA.  Claro,  que uma artista  esperta e com bom marketing nunca deixaria a banana de fora!  E hoje  convido a todos a conhecerem a jovem e impactante, Júlia Vargas, cantora carioca, exemplo de uma geração que veio pra mudar o cenário, com conceito artístico e brasilidade,  no seu  “Banana pop”.
No âmbito internacional e da arte pop, a imagem da banana foi desenvolvida em 1965 por Andy Warhol especificamente para ilustrar a capa do álbum de estreia do Velvet Underground. Nas cópias iniciais do disco, a banana vinha como um adesivo que, ao ser retirado, dava espaço à imagem da fruta em cor alaranjada e sem casca, deliciosa. Além de canções como “Banana pancakes”  de Jack Johnson,  o clássico  ” Banana Boat Song” de Harry Belafonte,  e tantas outras.  Vale fazer uma playlist da BANANA.
Na cultura pop infantil os “Bananas de pijama”, B1 e B2, que retratavam as vitaminas contidas na banana,   além dos carismáticos MINIONS,  com sua fala monotemática: “- BANANA!  Lembrei agora de um grupo circense de Campo Grande, “Circo le chapeau” com seu espetáculo carnavalesco “Nação Banana”, e  porque não falar da banda dos anos 80 chamada “João Penca e os miquinhos amestrados” onde o Paulinho Moska era o vocalista, com sua música picante e de duplo sentido,  “Como macaco gosta de banana”.
Tudo isso me veio a cabeça porque tive um sonho com a nossa cantora irreverente e piauiense,  Bia Magalhães, onde ela me mostrava  um clipe dela cantando uma música que falava em bananas, e muitas bananas em desenho animado adornavam o cenário, uma mistura muito divertida e cult, me lembrando o que aquela médica tinha me dito há anos:”- Pra quê kiwi se temos bananas? ” Talvez por paladar, colorido,  por questão de variar gosto, mas na hora da nutrição, meus  queridos, meu negócio é banana! E isso  nós temos de sobra.

 

Patricia Mellodi 
(21) 976963079
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