Abismado na minha dor procuro,
Preso ao meu sonho louco de vidente,
Achar dentro do mal do meu presente
A origem real do meu viver futuro.
E olhos em sangue, a arder num brilho impuro,
Desesperado e alucinadamente,
Canto ao Destino o meu anseio ardente,
E o destino arreganha um riso obscuro…
Se os dias que hão de vir bater-me à porta
Da vida, forem como os dias de hoje,
Eu sei que a Vida de Amanhã me assombra…
Nem o Amanhã da Vida me conforta.
E eu sigo, enquanto minha Estrela foge,
Amparado na minha própria sombra…