O ator, produtor e diretor Ryck Araújo Costa, mais conhecido como Ryck Costa é formado em Letras Português pela Universidade Estadual do Piauí (UESPI), onde atua na área da docência no curso de sua formação. Participa da cena teatral piauiense desde 1999 e já participou de espetáculos como “O corsário do rei” de Augusto Boal. Como diretor Ryck dirigiu leituras dramáticas de clássicos como Suassuna, Striberg, Arrabal, Nelson Rodrigues, entre outros. Montou os premiados espetáculos “Mandu” (obra exclusiva pra o grupo Cabaça por Beijamim Santos), o infantil “A caixa de Vinicius” com toda poesia de Vinicius de Moraes, “Somos Todos Catirina” (que é considerada a sua obra prima sobre teatro de pesquisa) e “Anjo Desfigurado” (sua obra mais recente e que foi selecionada para o Amazônia das Artes 2020 e circulará por dez estados ao longo do ano). Ryck Costa participou de diversos festivais nacionais sendo premiado como melhor diretor e indicado em todas as demais categorias (espetáculo, texto, trilha, ator, iluminação e conjunto de elenco). Atualmente ele se dedica ao Coletivo Cabaça, sendo tanto integrante como fundador do grupo e gerencia o Espaço Balaio, trabalho que exerce um impacto profundo na produção e formação das Artes Cênicas do litoral do estado.
“Minha arte é o teatro e ela representa a minha profissão. É o meu fio condutor e a minha gasolina para eu percorrer todo o universo da arte.” Ryck Costa
Nome Completo: Ryck Araújo Costa
Descrição: Ator, produtor e diretor
Data de Nascimento: 29/05
Local de Nascimento: Parnaíba
Entrevista: Frida Abraão
Escrito por: Alisson Carvalho
Nasce um artista
Ryck Costa conheceu as artes cênicas no ambiente escolar e também na igreja, por isso desde cedo ele esteve envolvido com a atuação. Na igreja o contato direto com a Via Sacra foi o principal elemento de aproximação com a arte, já na escola a motivação para se inserir na atividade extracurricular angariar pontos. Ryck brinca dizendo que fazia a atividade por obrigação, mas que nunca teve vergonha de atuar e por isso se envolveu com o teatro escolar. “Fazer teatro na infância era uma forma de experimentar ser diferente”, diz. Embora parecesse contraditório o artista revela que o que foi obrigação tornou-se a arte mais atrativa e que mais despertou o seu lado criativo.
A formação do artista
Por volta de 1999 e 2000 Ryck Costa, com aproximadamente dezesseis anos de idade, começa a conhecer o teatro de palco propriamente dito. Ele conta que por ter crescido em um ambiente no qual a educação era levada muito a sério teve que preencher os seus horários com alguma atividade e foi quando ele se matriculou em um curso de teatro para evitar a ociosidade. Após o primeiro curso, que durou quarenta horas, Ryck Costa é convidado para participar de uma leitura dramática que marca o seu ingresso no teatro, após a experiência nunca mais o artista deixou de pesquisar, ler, experimentar ou pensar sobre o teatro. Nessa época o Sesc de Parnaíba investia muito na formação dos artistas trazendo profissionais das artes de várias regiões do país para dialogar com a cidade, com isso Ryck pôde apreender muitas informações e consumir muitos espetáculos que ajudaram a enriquecer o seu olhar artístico.
Descobrindo um caminho no teatro
Ryck Costa foi gradualmente conhecendo os bastidores do teatro até subir, de fato, nos palcos e vivenciar a atuação, dessa forma ele experenciou de tudo um pouco, passando pela figuração, ajudando como contra-regra, entre outras funções. Com o tempo Ryck começou a ser convidado para participar de encenações e leituras dramáticas, conhecendo as diversas linguagens teatrais à medida que ingressava em um novo trabalho. Estudou obras como o Teatro do Oprimido de Augusto Boal, posteriormente enveredou para o circo sem lona, circo de rua. Após essas vivências Ryck Costa conta que foi desafiado a construir a sua própria linguagem teatral e a sua forma de pensar o teatro. Tudo isso aconteceu após participar de uma oficina e ser desafiado a dirigir uma obra de Ariano Suassuna e durante a montagem o artista percebeu que necessitava de mais conhecimentos e foi quando decidiu garimpar essas informações que ainda não possuía.
“O meu teatro sempre esteve muito voltado para a pesquisa” Ryck Costa
A germinação do Coletivo Cabaça
O trabalho na direção foi conduzindo Ryck Costa para a produção, além da carência de profissionais especializados na área e pela necessidade do grupo, o artista começou a se dividir nessa função que possibilitou a sua própria reinvenção. Ryck relembra que a sua primeira tentativa de grupo ficou circunscrita apenas no primeiro espetáculo, mas em seguida, ao ingressar no curso superior, ele monta outro grupo que passou a desenvolver trabalhos de teatro e literatura. Com o aumento das atividades do grupo e o fechamento do espaço do Sesc para reformas, o grupo sente a necessidade de ter um laboratório para desenvolver as próprias atividades culturais. Motivado pela carência de espaço, Ryck se uniu com outros grupos de Parnaíba (Reciclando Sonhos, Teatro da Loquinha, Cia de Dança Zabelê e o Grupo Maná) para começarem a estudar possibilidades para superar esse obstáculo e juntos decidiram montar o grupo Cabaça Produções que abrangeria artes visuais, dança e teatro. A Cabaça Produções se tornou mais que uma produtora, passou a oferecer formação para os artistas da região e depois de alguns anos, mais amadurecidos e cientes do seu próprio processo artístico, nasce o Coletivo Cabaça. O desejo que surgiu com as experiências do Café Cabaça produzindo eventos de apresentação de processos artísticos transformou-se em uma loja física e espaço cultural com sala de apresentação e ensaios.
Processo criativo referências
O trabalho de Ryck Costa tem a ver mais com resiliência do que propriamente com resistência, pois ele frisa que resistir aparenta ser uma luta para sobreviver, coisa diferente do que ele faz, pois ele existe enquanto artista. “Eu não estou sobrevivendo a cada dia, eu vivo para fazer teatro”, frisa. Ryck conta que desde o início ele buscou aliar o teatro com a Educação, investindo na formação de plateia. Ele considera o seu fazer teatral um processo investigativo e político, trabalhando temas de cunho social e que dialogam com a cultura piauiense. “Primeiro eu preciso de disparos e depois de porquês. Começa com o que me incomoda e depois vem as perguntas”, diz. Ryck Costa tem como objetivo provocar o público, criar uma conexão afetiva com o espectador transformando a vivência do espetáculo teatral em uma oportunidade para rever alguns conceitos sedimentados socialmente. “Tentando experimentar outras vidas eu consegui avaliar a minha.”
Um pesquisador e educador
Inspirado no teatro popular de Beijamin Santos, na dramaturgia de Plínio Marcos, na estética teatral do Grupo Galpão, teatro Armazém, Grupo Metáfora e Grupo Harém, Ryck Costa fincou seus pés no teatro demonstrando a sua própria estética, mas procurando sempre sair da sua zona de conforto para saciar a sua curiosidade artística. Um pesquisador nato das Artes Cênicas, Ryck Costa conquistou ao longo de duas décadas o seu espaço como um dos grandes diretores do Piauí, além disso ele ajudou na formação de uma geração de artistas e ajudou a fortalecer a cena artística parnaibana. Seu trabalho de formação ajudou a repensar estéticas, refletir sobre os processos artísticos, criou diálogos com profissionais de várias regiões do país e continua emocionando nos palcos, transformando a experiência teatral de diversos públicos em algo provocador e instigante.
Contatos
Fotos
Espetáculos
Como ator
O corsário do rei.
Como diretor
Mandu;
A caixa de Vinicius;
Somos Todos Catirina;
Anjo Desfigurado.
Outras fontes
https://180graus.com/cultura/grupo-teatral-parnaibano-celebra-uma-decada-de-atuacao-no-piaui
https://portalcostanorte.com/153165/
Última atualização: 05/03/2020
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