Indisciplina, de Everaldo Moreira Véras

Foto: Diego Mendes

INDISCIPLINA

Em cima da mesa,

imponentemente só,

o vaso de flores.

Murchas, não-pólen.

Pertinho, os estatutos: folhas brancas

rabiscadas, que disciplinam p roteiro do dia.

Há crime e perdão.

Se chora, o homem vê a crua mágoa.

Se fala, ouve a triste vingança.

Nisso corre até o papel

— trémula está a letra —

e

escreve (pergunta)

a antiga agonia:

      a quem obedecer?

               A quem?

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