Emmanuelle Alencar nasceu em Teresina-PI, no mês do Carnaval. Regida pela mistura de cores e por uma paixão incurável pelas cores, a artista visual se declara uma afeiçoada pela expressão artística visual desde a infância. É graduanda de Arquitetura e Urbanismo, pela Universidade Federal do Piauí, e possui interesse na área de paisagismo, urbanismo e patrimônio, relacionando-os a estudos sobre simbologia, linguagem e condição humana em sua produção. A artista já participou das comissões organizadoras do evento de extensão “História da Arquitetura Ilustrada: Exposição dos Alunos do Curso de Arquitetura e Urbanismo na Área de Teoria e História da Arquitetura” (2018) e da Oficina de Arte para Crianças “Pintando o Sete” na Montmartre Arte e Galeria (2018). Participou também das exposições “Quando Tudo Era Ausência” (no Café Alquimia), Exposição “flor(e)ser” (no Salve Rainha das Flores), “História da Arquitetura Ilustrada: Exposição dos Alunos do Curso de Arquitetura e Urbanismo na Área de Teoria e História da Arquitetura” (no Teresina Shopping), Orto (na Galeria Montmartre), Exposição de Arte Alternativa (na Casa da Cultura), “NarrAtivas” (na Galeria Louvre Tattoo), Piauí Surreal Group (na Galeria do Mercado Velho), entre outras.
“Arte representa confusão e a luta é que cada obra tente organizar esse caos.” Emmanuelle Alencar
Nome Completo: Emmanuelle de Alencar Araripe
Descrição: Artista visual
Data de Nascimento: 10/02/1998
Local de Nascimento: Teresina
Escrito por: Alisson Carvalho
Revisado por: Paulo Narley
O tracejar que vem do berço
O dom de criar, materializar sentimentos e dar forma aos pensamentos é algo tão imbricado ao ser humano que não necessariamente e precisa ser provocado, pode surgir espontaneamente como aconteceu com Emmanuelle Alencar. A artista desenha há tanto tempo que deixou de se questionar sobre a origem da sua paixão. Sua lembrança mais remota refere-se aos zines criados aos quatro anos de idade quando ela demonstrou para a família a aptidão para artes. Inicialmente os desenhos surgiram como uma forma de externalizar a sua tristeza e de forma tímida ela começou a explorar aquele dom. Emmanuelle rabiscou tudo o que podia rabiscar, dos papeis às paredes tudo tinha um pouco da menina que tinha a liberdade de brincar com a sua arte sem ser censurada. A timidez da artista guiava-a para atividades solitárias, mas que ajudou no desenvolvimento das técnicas de desenhos que exigem mais concentração, além disso a sua paixão pelas animações e desenho animado guiavam-na para o universo dos HQs e Animes. “Eu ficava tentando desenhar as minhas versões dos desenhos só que nunca saiam iguais. Então eu via que não fazia igual e tentava fazer da maneira que eu achasse mais bonita possível sem tentar fazer igual.”
O traço da aquariana
A partir dos doze anos de idade, influenciada pelos animes, Emmanuelle Alencar deixa de lado a representação de personagens existentes para investir na criação. Nesse período, ela percebe o valor do desenho autoral, contudo, aperfeiçoando a sua própria técnica, pois ela queria aprimorar o seu traço. A ânsia e esforço pela originalidade levou a artista a buscar a própria identidade dentro das artes. Posteriormente, ela abandona a rigidez da técnica para investir nessa identidade. Aos dezesseis anos de idade, Emmanuelle já começa a ter mais segurança com o próprio trabalho e mergulha dentro da própria criação. Nesse período, a artista embebecida pela simbologia, sobre influência de obras decadentistas, tenta investigar quais as melhores formas de demonstrar seu interior por meio da sua arte e como manipular esses símbolos e cores para que eles comuniquem aquilo que ela queria transmitir.
A experimentação dos traços
“Eu acho que esse busca pela identidade passa pelo processo de se conhecer e a gente não se conhece realmente. Tentamos buscar uma identidade para atuar na vida de acordo com as situações. Não consigo sentir que encontrei uma identidade muito bem demarcada para seguir aquilo fielmente e não modificar, eu ainda estou experimentando muita coisa.” Emmanuelle Alencar é uma apaixonada pelo corpo, as cursas e as formas que são possíveis criar a partir da imagem do ser humano. A sua pesquisa na arte já passou pela ideia de imprimir nos desenhos o lado escatológico do ser humano, mas atualmente ela utiliza da corporeidade para expressar ideias mais concretas e que, embora subjetivas, precisam ser apontadas. Segundo a artista, as suas obras são não somente um mergulho dentro de si, mas uma forma de tentar apresentar soluções para problemas que costumam incomodar a sociedade.
“Eu sou muito mais preocupada com a comunidade em si do que o singular, mas sempre tentando criar algo que posso atingir o singular, pois quando você fala de maneira geral você não atinge as pessoas”, frisa.
A insatisfação dos traços
Emmanuelle Alencar é uma artista insatisfeita, a sua insatisfação é produto da tentativa de entender a si e ao mundo e comunicar-se com o outro genuinamente. O seu compromisso com o público é reflexo de sua busca por autoconhecimento e pela troca. “Eu acho que ainda não consegui atingir o máximo de pessoas que posso por causa dos veículos que escolhi, pois são expostos em meios virtuais e locais mais controlados que, geralmente, atraem pessoas já interessadas naquela arte. Eu tenho interesse em experimentar outra modalidade artística, outros veículos, como a rua”. Hoje, a questão que pesa mais no seu fazer artístico é aceitar a ação e limitações tempo, por isso, mudar de veículo envolve se desapegar da própria arte e entender que na rua a arte está sujeita às intempéries da urbanidade. A artista visual comenta que, mesmo produzindo de maneira isolada, ela gosta de trabalhar em grupo, pois é quando os diálogos constroem algo diferente e que pode ter uma potência maior do que se criado individualmente. Seu processo criativo é bem espontâneo e o seu rito de criação varia exatamente pelo momento que ela está vivenciando, o que envolve muita experimentação. “Tem rascunho que eu guardo, mas nunca toco nele e, às vezes, o que está sujo e amassado é o que virará arte. Só que a vontade de fazer diversas coisas ao mesmo tempo me obrigou a organizar o meu processo criativo de forma mais racional.”
Os traços oníricos nas HQs
Emmanuelle Alencar é uma apaixonada pelo corpo e pelas paisagens. Além disso, ela resgata referências da cultura japonesa consumida na infância e adolescência por meio tanto dos diversos longas e curtas de animações quanto das paisagens fantasiosas de vídeogames, sempre mais interessada nas produções independentes e locais. Sua ligação com essa estética é expressa na áurea sombria e na simbologia das suas criações, ademais, há uma frequente mistura de elementos antigos mitológicos e contemporâneos nessas artes, expressos em diferentes níveis de abstração. A música também exerceu grandes influências durante a sua adolescência, que, de certa forma, ampliava um lado mais surreal e sinestésico do seu universo artístico. A artista, que começou a expor em eventos como o Salve Rainha, em Teresina, aprendeu desde cedo a força da colaboração e da ocupação dos espaços da cidade. Nesse sentido, ela comenta, agora como estudante de Arquitetura, que mais do que criar novos espaços de arte é necessário dar manutenção e ressignificar os que já existem, sobretudo os locais públicos, pois não adianta criar estruturas e não dar assistência. Assim, Emmanuelle afirma que cuidar da acessibilidade, visibilidade e investir nesses locais é essencial para alimentar e fortalecer o movimento artístico.
É importante ter o caos dentro de si
Emmanuelle Alencar é uma artista autodidata, afeiçoada pela expressão artística visual desde a infância e que se especializou no desenho à mão livre, seguido pela pintura a lápis de cor, pontilhismo, hachura e aquarela. Ela foi usando tanto as mídias tradicionais como as digitais para desenvolver e divulgar o seu trabalho. Durante sua trajetória, já produziu desenhos diminutos e bem detalhados com acabamentos polidos e tracejar bem fino até enveredar pelo simbolismo para se comunicar de maneira mais orgânica por meio da sua arte. Atualmente, a artista está imersa em pesquisas que guiam a sua criação por caminhos difíceis de definir. Por isso, ela comenta que o seu atual estado é de experimentação. Para a artista, o caos desse momento é importante para a sua produção, dessa forma, ela frisa que é importante saber filtrar até as opiniões, pois a confusão também faz parte do processo criativo do artista.
Contatos
Facebook.com/emmanuelle.alencar
E-mail (pessoal) – emararipe@gmail.com
E-mail (comercial) – manuarium.atelier@gmail.com
Telefone: (086) 9 9950-1483
Fotos
Exposições
Exposição Coletiva “Quando Tudo Era Ausência” – Café Alquimia;
Exposição “flor(e)ser” – na Praça Saraiva – Salve Rinha das Flores;
“Sinestesia” e “Oculto ” na Praça Junior Chagas pelo intermédio do coletivo Salve Rainha;
“Sinestesia” no Festival de Inverno de Pedro II por intermédio de Cícero Manoel;
“Angústias Douradas” e “Ilusão” no Espaço Cultural Balde pelo grupo Ana Quer Grana;
Exposição Coletiva “História da Arquitetura Ilustrada: Exposição dos Alunos do Curso de Arquitetura e Urbanismo na Área de Teoria e História da Arquitetura” – pela UFPI (Univerisdade Federal do Piauí) no hall de exposições superior do Teresina Shopping;
Exposição Coletiva Conexões – no Vertigo Gastrobar – pela Montmartre Arte e Galeria; Exposição Coletiva Orto – na Galeria Montmartre – pela Montmartre Arte e Galeria;
Exposição Coletiva Orto – no TRT – pela Montmartre Arte e Galeria;
2ª Exposição de Arte Alternativa – Casa da Cultura;
Exposição Coletiva “NarrAtivas” – Galeria Louvre Tattoo;
Exposição Coletiva Piauí Surreal Group – Galeria do Mercado Velho;
Exposição Coletiva – Dom Bistrô.
Outras fontes
https://pmt.pi.gov.br/2019/04/29/galeria-do-mercado-velho-recebe-exposicao-do-piauhy-surreal-group/
Última atualização: 10/02/2020
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