Despedida, Italo Cristiano

no mormaço dos dias

a água acesa no pavio da vela

queima incandescente

minha decência

o maço das cigarras

velam o canto surdo

no solo negro pós-fogo

foste rio

saudade antecipada

foste homem

medida concreta

reta, e mesmo assim

foste

presa no bravio do silêncio

no serrilhar da cama vazia

fria, como os dedos

acesos em minhas mãos

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