Desejo, por Adriano Abreu

Foto: José Ailson Nascimento

Desejo um “quimiotipo” de atuação que mesmo transbordante de vida, não seja mera reprodução da vida. Atuações supremas, mitopoéticas, codificadas, mas não escravas da forma.

Desejo a magia criada na realidade submersa do performer, trazida a superfície para deleite da tribo envolta numa sensação de pertencimento.

Desejo atuantes alquimistas, perfumados por uma aura de ancestralidade. Manipuladores de vibrações, magnetismos e bioenergias geracionais. Criadores de sinergias meticulosamente elaboradas em usinas cênicas invisíveis, expostas amorosamente como dádiva a comuna.

Desejo o mistério da eucaristia, sacrifícios de fatias da alma dos que encenam e a sensação da grandeza que é a vida nos que assistem.

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