A subjetividade de Alana Santos

A artista visual e escritora teresinense Alana Santos é graduada em Letras-Português e mestra em Estudos Literários pela Universidade Federal do Piauí. Já participou das exposições fotográficas como: “Face Dispersa” (2017), “Espirais ao redor dos olhos iniciam o ciclo do fim” ” (2017), “Exposição de Arte Alternativa Piauiense” (2018), “Tantum Ergo” e “Contato” (2019). Além disso participou das exposições de pinturas: “Exposição de Arte Alternativa Piauiense” (2019), “NarrAtivas” (2019), “Exposição de pinturas na primeira Piauhy Surreal Group” (2019). Alana foi uma das artistas premiada no 4º Prêmio Residência de Criação em Artes Visuais (FCMC) em 2019. A artista atua na organização da Exposição de Arte Alternativa Piauiense e do coletivo Piauhy Surreal Group.

Foto: Victor Martins

 

“A arte me fez como sou, me acompanha até hoje e me expandiu muito como pessoa.” Alana Santos

Nome Completo: Alana Yasmim dos Santos

Descrição: escritora e artista visual

Data de Nascimento: 30/10/1993

Local de Nascimento: Teresina, Piauí

Escrito por: Alisson Carvalho
Revisado por: Paulo Narley

A arte como entretenimento

Alana Santos é filha única, por isso conta que passou a infância usando a sua criatividade para burlar a solidão e buscar formar de entretenimento sozinha, usando a sua imaginação para criar as suas próprias brincadeiras, para externar os seus sentimentos e gastar energia. Dessa forma, não teve outro caminho senão o das artes. A jovem artista começou a desenhar, pintar e escrever. Além disso, ela começou a ler poesias e assistir filmes de suspense e terror. Dessa curiosidade pelo gênero ela descobriu um programa de televisão chamado Clube do Terror que apresentava diversas histórias de terror e de tanto assistir aos episódios Alana percebeu que também poderia criar as suas próprias histórias, foi quando começou a escrever a narrativa de dois capítulos que se tornou a obra “Mistérios na Pensão”, cada parte concluída ela mostrava para as colegas da escola e desses diálogos o livro caiu nas mãos de um dos professores que lançou a obra em um evento literário da escola. Segundo Alana Santos, esse feedback foi importante, pois foi um período de transição no qual ela estava mudando-se de residência e a escrita demonstrou ser uma identidade, um lugar que ela poderia se expressar e se sentir bem, além disso foi quando ela percebeu que suas palavras tiveram aceitação dos colegas.

A arte como perspectiva

Durante a infância Alana Santos gostava de criar suas artes, elaborando personagens e cenários fruto da sua imaginação, só na adolescência ela começa a explorar a reprodução copiando desenhos de super-heroínas e personagens afins. Alana cresceu acompanhando a feitura dos trabalhos da artista visual e tatuadora Catarina Bastos e isso acabou influenciando a artista a enveredar pelas artes ou fortalecendo a paixão que ela já nutria pela profissão de artista já que estava diante de uma profissional das artes. Nesse período a artista começou a sentir inapta para criar, foi quando a fotografia entrou na sua vida e ela passou a perceber a estética visual sobre outro prisma.

O despertar na fotografia

Entre os doze e dezessete anos de idade Alana Santos deixou de lado os desenhos e pintura para se dedicar à escrita, ela foi a única da turma que optou pelo curso de Letras e apesar disso conta que a família deu todo apoio. Na universidade a sua percepção sobre a área se dilata quando ela começa a ter contato com os teóricos do curso, além de mergulhar na literatura não mais apenas como lazer, mas como um campo de saber. Nesse período a universidade permitiu diversos diálogos, conhecer muitos artistas e promoveu muitos intercâmbios multidisciplinares, além de ter convivido com professores que despertaram nela muitas questões e elucidaram muitas dúvidas como Carol Aquino, Emerson Veloso, Zuleide e Airton Sampaio. Uma das descobertas da artista foi ter contato com a obra  da fotógrafa Francesca Woodman que conseguiu sensibilizar a artista e foi um grande incentivo para que ela começasse a criar e fazer seus próprios autorretratos.

“Solidão, angústia e subjetividade são meus motes artísticos.” Alana Santos

A arte como ferramenta de denúncia

Depois do hiato da adolescência sem desenhar, Alana Santos retorna em 2017 repentinamente depois de receber um convite da Delegada Eugênia Villa para participar de uma campanha contra o feminicídio. O evento contemplava vinte e sete artistas mulheres que retratariam casos reais de feminicídios registrados no Piauí e cada artista ficou responsável por um desses casos. Essa foi a ocasião que marcou o retorno de Alana para o mundo da pintura. A sua obra pintada em aquarela retratou a história de uma mulher assassinada pelo ex-companheiro que estava preso e encomendou o crime mesmo em cárcere privado. Segundo Alana Santos, esse projeto foi essencial não só por incentivar o seu retorno ao desenho, mas pelo conhecimento adquirido e por ter permitido ter contato com tantas artistas que passavam pelos mesmos dilemas que ela passava. O resultado do diálogo promovido pela delegada foi uma reunião de algumas dessas obras e artistas que gerou uma exposição no antigo restaurante Tomato no final de 2017.

Foto: Tássia Araújo

A tinta da inspiração

Alana Santos costuma utilizar elementos da natureza em seus trabalhos, por isso é possível perceber galhos nas suas criações, seus textos sempre foram inspirados nas suas criações visuais como desenhos e fotografias, esse jogo criativo provocou um acervo bem diversificado de obras. Segundo a artista a mulher é a personagem central na sua criação, um processo criativo que é sustentado por temas existencialistas e que mergulha nas subjetividades e utilizando sentimentos como a solidão e a angustia humana como sustentáculo para algumas das ideias expressadas na sua obra. “A arte serve como uma maneira de extravasar os sentimentos”, pontua.

Para Alana, uma das experiências que mais contribuiu para o seu desenvolvimento como artista foi participar do no 4º Prêmio Residência de Criação em Artes Visuais promovido pela Fundação de Cultura Monsenhor Chaves (FCMC), pois foi uma imersão em outros universos, que é uma das propostas do prêmio. Dialogar com outros artistas implica sair do laboratório artístico, um espaço isolado, e compartilhar ideias com outros criadores.

Uma arte visceral

Alana Santos demonstra toda a sua voracidade artista nas artes, apaixonada pelos surrealistas ela conta que gosta da visceralidade que encontra nesse estilo, por isso é a perspectiva de arte que melhor a identifica. O exótico, bizarro e estranho permeiam as suas criações, então é impossível ficar apático diante da obra de Alana. Seus trabalhos não passam despercebidos, pois mostram a crueza das subjetividades humana. A artista produz algumas das suas obras nas capas de cadernos artesanais e tem se destacado em diversas exposições pela cidade de Teresina, além disso está na organização da Exposição de Arte Alternativa Piauiense que vem promovendo a divulgação de trabalhos semelhantes aos seus, obras que são diferentes e que não costumam circular com tanta facilidade pelo Piauí. Alana Santos é uma artista que vem ocupando cada vez mais espaços e se tornando referência para outros e outras artistas.

Contatos

 Tel: (86) 9 9996-7549;

E-mail: alanaysantos@gmail.com;

Site: https://alanasantosartes.carbonmade.com/

Instagram.com/aystoreeee

Facebook.com/alana.yasmim.5

Fotos

Vídeo

Exposições

“Face Dispersa” (2017);

“Espirais ao redor dos olhos iniciam o ciclo do fim” (2017);

“Tantum Ergo” (2018);

“Contato” (2019);

“NarrAtivas” (2019);

“Primeira Piauhy Surreal Group” (2019);

“Mostra de resultados do 4º Prêmio Residência de Criação em Artes Visuais” (2019);

“Voragem” (2019).

Outras fontes

Galeria do Mercado Velho recebe exposição do Piauhy Surreal Group

https://www.humanasaude.com.br/doses-de-cultura/estreia-da-exposicao-de-arte-alternativa-piauiense-casa-da-cultura,47479

Galeria do Mercado Velho recebe exposição do Piauhy Surreal Group

Última atualização: 21/10/2019

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