O cantor e compositor Getúlio Abelha nasceu em Teresina-PI, mas é radicado em Fortaleza desde 2012, o artista já desenvolveu diversos trabalhos no cinema, teatro e performances tanto no Ceará quanto em outros estados. É autor das músicas “Laricado”, ‘Tamanco de Fogo”, “Aquenda”, entre outras. Elaborou o projeto musical “Corta Fogo”, no qual produz músicas, videoclipes, shows e propõe uma nova cara para a cultura nordestina. O cantor que começou a fazer sucesso na cena alternativa de Fortaleza, saiu dos bares, rompendo as fronteiras da cena musical local e apresentando seus espetáculos musicais pelo Brasil, mostrando o seu ecletismo e talento.
“A arte representa delírio, pois ela acaba sendo a única maneira aceitável para se justificar as possibilidades de delirar e fazer o que o corpo quiser.” Getúlio Abelha
Nome artístico: Getúlio Abelha
Descrição: cantor e compositor
Data de Nascimento: 10/07/1992
Local de Nascimento: Teresina
Escrito por: Alisson Carvalho
Revisado por: Paulo Narley
Uma infância rica de arte
Getúlio Abelha é filho de pai goiano e mãe piauiense, além de seu avô ser cearense, por isso ele relembra que cresceu com inúmeras referências. Desde criança Getúlio abelha gostava de dançar forró, por volta dos três anos de idade ele já estava se movimentando e aos seis anos de idade já estava representando sonhando com a profissão de ator. O amor pelo canto e atuação nasceu com o artista e foi estimulado pelos pais que eram divorciados. Dessa forma o artista conta que tinha duas vidas, uma no bairro Centro e outra no bairro Dirceu, neste ele conheceu os bares, serestas e cabarés com seu pai que deixava o filho se apresentar nos palcos cantando músicas como “Garçom” de Reginaldo Rossi. Naquele, sob tutela da mãe, que era casada com um fotógrafo, Getúlio teve assistência e sensibilidade para desenvolver a sua criatividade nas suas apresentações escolares e também nutriu-se com os conhecimentos aprendidos no estúdio de fotografia do padrasto.
Uma fonte de criatividade
Getúlio Abelha passou a infância se apresentando em todo tipo de palco que o pai teve a oportunidade de colocar o filho, seja nos bairros periféricos de Teresina ou nos shows de vaquejadas da cidade, ele enfrentava públicos grandes com apenas oito anos de idade. Na infância ele também conheceu o circo que era gerido por um mecânico que morava em um trailer próximo à residência do pai de Getúlio com os seus seis filhos. Um dos filhos se chamava Ualas e tornou-se amigo de Getúlio, foi o período que o artista aprendeu com as vivências do colega que vivia como nômade. Posteriormente, o artista começou a acompanhar as viagens de trabalho do pai por todo o país, experiência que proporcionou conhecer a diversidade cultural do país. O artista revela que a escola foi um espaço antagônico, nunca esteve preparada para educação artística ou incentivar os alunos que tinham aptidão pelas artes, dessa forma ele manteve uma relação dúbia com a escola. Com o advento da internet, Getúlio Abelha descobre a música pop e música eletrônica, passando horas escutando variados estilos musicais e artistas diferenciados. Nesse período ele começa a utilizar a rede social Orkut e alia os conhecimentos de edição aprendidos no estúdio de fotografia do padrasto com a sua criatividade artística, fazendo montagens, gravando paródias de músicas famosas. Dessa forma Getúlio Abelha começou a entender como funcionava o mercado da música pop e pode filtrar muito conteúdo para produzir as suas primeiras criações.
Abraçado pelo Ceará
Getúlio Abelha nasceu e cresceu em Teresina, contudo foi em Fortaleza que sua carreira alavancou, por isso a relação com o Ceará se tornou tão forte. “Gosto de brincar que sou um teresinense enquanto pessoa, pois vivi dezenove anos na cidade, mas enquanto artista talvez eu seja cearense porque foi no Caará que eu consegui realmente construir meu caminho enquanto artista”, diz Getúlio. O cantor mudou-se para Fortaleza depois de ingressar no curso de Teatro na Universidade Federal do Ceará, onde foi construindo o seu caminho como estudante. Com um forte espírito de liberdade, Getúlio quis aproveitar a mudança para ser independente mesmo com muitos obstáculos. Avesso ao sistema engessado de ensino o artista abandonou a universidade e decidiu construir sua carreira nos palcos, foi quando começou a montar as suas próprias peças teatrais e foi com o teatro que Getúlio Abelha começou a marcar a cena artística cearense e posteriormente viajar o país apresentando seu espetáculo.
“Um show bom é aquele que todos estão conectados.” Getúlio Abelha
Desprender-se e reinventar-se
Getúlio Abelha conta como é importante sempre estar inovando. Depois de ter experimentado um pouco de tudo, desde o teatro, cinema e a música, ele decidiu viajar para Florianópolis-SC levando sua performance e fazendo de tudo um pouco para conseguir se manter na cidade. Nesse período, ele soube que o espetáculo Batucada, do coreógrafo Marcelo Evelin, seria apresentado em Curitiba-PR, viajou para a cidade e por lá ficou apresentando sua peça de teatro. Posteriormente, o artista viajou para Foz do Iguaçu-PR e, depois de algum tempo, foi para São Paulo. Só depois disso Getúlio retornou à cidade natal, onde apresentou sua peça, retornando à Fortaleza em seguida. O seu retorno é marcado pelo convite e atuação no cinema local. Getúlio Abelha conta que suas estadias pelas cidades deixaram portas abertas que precisavam ser fechadas, ou seja, ele precisou concluir os projetos e acabou retornando às cidades na ordem inversa, fechando um ciclo na sua vida artística. Só então retornou à Fortaleza e começou a investir nos vídeos musicais gravados inicialmente no próprio celular até o momento em que se sentiu impelido a produzir suas músicas e seguir na carreira de cantor.
Criar é estar numa zona de risco
“Eu vi que na música eu poderia trabalhar todas as linguagens ao mesmo tempo e foi esse um dos grandes motivos para eu ter ido pra música. Além de eu conseguir chegar em mais lugares, de ter mais público e explorar a variedade da arte”. Segundo Getúlio Abelha, sua inspiração acontece de forma bem espontânea, ele se permite e deixa o fluxo de ideias aberto, por isso, dependendo da sua intenção, ele vai unindo os elementos e guardando todas essas ideias para quando surgir o momento certo de recolher tudo e ter uma variedade de elementos que lhe permita criar as suas obras. O que mais Getúlio Abelha tem cuidado é para não se tornar repetitivo, ele sempre procura se reinventar e encontrar uma outra forma de expressar o que está sentindo. O artista conta que é importante também ouvir as pessoas, saber o que estão pensando e sentindo. Criar, para Getúlio Abelha, é estar constantemente numa zona de risco, assim, é sempre algo muito doloroso e que provoca ansiedade e angústia.
Delirar para se libertar
O forró e toda a mistura que compõe a arte de Getúlio Abelha não tem como caber dentro de conceitos rígidos, limitantes. Por isso, o artista está sempre surpreendendo o público com as suas criações. Todo o arcabouço de influências do artista gestou nele a necessidade de mesclar diversas linguagens, com uma nome artístico construído da mistura do sobrenome da cantora Paulinha Abelha, vocalista da Calcinha Preta, Getúlio demonstra como a criação é espontânea, não cabendo em manuais. A partir dessa ânsia de reinventar o mundo, toda a arte manipulada pelo artista ganha novas cores, conceitos e uma forma bem irreverente de ser trabalhada. Para o cantor e compositor, a arte representa antes de tudo um delírio, pois ela é responsável por criar um ambiente aceitável para justificar as manifestações livres, permitindo o delírio que é capaz de dar a liberdade para o corpo agir como bem entender. Getúlio Abelha deixou de ser promessa e passou a ser um nome atuante no cenário musical e vem mostrando todo o seu trabalho, inspirando as novas gerações de artistas e encantando o público com a catarse gerada pelos seus espetáculos musicais.
Contatos
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Fotos
Vídeo
Outras fontes
http://www.onomedissoemundo.com/2019/06/onde-nordeste-003-getulio-abelha/
Última atualização: 30/09/2019
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