Centro da cidade. A história de Teresina começa como a primeira cidade planejada, a qual completou 167 anos no dia 16 de agosto. Esse marco foi dado com a fundação da igreja Nossa senhora do Amparo, como uma boa cidade católica, e todo o projeto passou pela curadoria do Conselheiro Saraiva.
Partindo do centro, que Teresina se fez grande! Em meados dos anos 50/70, era no centro da cidade onde se concentravam diversos empreendimentos, tantos gastronômicos como culturais. Considerando que o centro é o bairro mais antigo, me vem o questionamento: o que ele nos traz de referências gastronômicas e culturais dessa cidade tão jovem?
Durante semanas, tenho me dedicado a esse trabalho árduo de pesquisa. Para mim a melhor pesquisa, quando se fala de comida, não é a do Trip Advisor ou a do Instagram, mas uma ferramenta bem antiga que está caminhando para o desuso: a do boca-a-boca. Queria opiniões reais e verdadeiras, sem censuras e frescuras.
Em todos os lugares que eu ia ou que eu estava, começava a comentar sobre essa minha ideia e esse projeto, e quando perguntava – o que tem de bom no centro? – recebi por diversas vezes um silêncio de alguns minutos. Ninguém sabe.
Quem ainda vai ao centro para se divertir? E por que não, se o centro foi o primeiro bairro teresinense, e é onde se encontram as mais belas obras arquitetônicas? Onde mais um turista, conhecendo nossa cidade, iria? E mesmo nós, teresinenses, que deveríamos nos apropriar e ocupar tais lugares, onde poderíamos ir?
Em diversas cidades, os centros abrigam lugares especiais, que perduraram por décadas e que trazem consigo algo imortal da cultura alimentar desses locais. Nesse momento, continuo com os questionamentos: para onde foram nossos lugares?
Um dos lugares que conheci e que achei relevante culturalmente é o Casa barro. É um Lugar jovem em todos os sentidos, é recente e que reúne toda a produção artística teresinense, desde música, fotografia, literatura e artes plásticas. E inclusive alguns encontros do geleia ocorrem nesse local.
É aconchegante, tem um ar de quintal de casa e as pessoas se auto atendem. Quanto à comida achei pouca variedade, mas do cardápio não deixe de provar o caldinho de feijão e a panelada. Vale retornar, pois quando fui o cardápio era reduzido e hoje oferecem drinks e mais opções.
Eu sou fissurada em caldinho de feijão e prometo aqui uma “batalha dos caldinhos de feijão” da cidade. Sempre provo quando vejo no cardápio.
Ainda continuo à procura, garimpando pouco a pouco. O que mais o centro nos reserva? Para mim, essa é só a pontinha do iceberg. Compartilhem e me mandem dicas. Preciso do boca-a-boca, geleienses! Até a próxima.
FONTES:
https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pi/teresina/historico
Fotografias: Acervo Pessoal
ACERVO PESSOAL: COMIDA DE BOTECO: BOTECO PIAUIENSE. PARA A DISCIPLINA DE COZINHA FRIA, IFPI, 2017.