O jornalista e realizador audiovisual Thiago Furtado é natural de Araioses-MA, mas radicado em Teresina. Formado pela Universidade Federal do Piauí em Comunicação Social e Jornalismo, é realizador audiovisual independente desde 2014 e, durante essa trajetória, já escreveu sete roteiros de curtas-metragens (ficção e documentário), quatro deles tiveram a sua direção. Entre os seus trabalhos, destacam-se o curta “O Signo da Solidão” e o documentário “Ampulheta – Memórias de areia e vento” (2016). Thiago Furtado ainda escreveu três argumentos de séries para a TV, ofício que desenvolve até atualmente. É argumentista, roteirista e montador, com oito prêmios nacionais na área, incluindo melhor direção. Também trabalhou como câmera, assistente de câmera, produtor e continuísta para produtoras da cidade de Teresina e de Brasília – DF.
“Audiovisual pra mim é a possibilidade de contar histórias que podem impactar a vida das pessoas” Thiago Furtado
Nome Completo: Thiago José de Carvalho Furtado de Mendonça
Descrição: Jornalista e realizador audiovisual
Data de Nascimento: 23/04/1989
Local de Nascimento: Araioses-MA
Escrito por: Alisson Carvalho
Revisado por: Paulo Narley
As diversas manifestações artísticas
Desde criança, mais ou menos aos cinco anos de idade, Thiago Furtado gostava de desenhar e isso chamou a atenção do seu pai, que gostava de ver a expressão artística do filho. Esse hobby perdurou por alguns anos, mas o artista quis pesquisar e estudar um outro estilo de desenho mais distante do realismo. Além de crescer criando, ele conta que chegou a presenciar os tios tocando instrumentos percussivos, mas nunca se interessou muito pela música. Nesse período, Thiago passou a ser um consumidor da arte, deixando de lado a criação. À época, ele já se interessava pelo cinema, mas na perspectiva de um espectador, sem nenhum olhar técnico, assistia aos filmes por puro prazer. Além disso, Thiago nunca se desapegou da leitura, sempre esteve nutrido de livros e isso também influenciou na escrita, principalmente no período do ensino médio. “Desenho é algo que tenho até hoje, mas eu uso mais para storyboard ou quando tenho alguma coisa pontual que me motiva a desenhar”, comenta.
Aproximando-se do roteiro
“A escrita foi me aproximando do roteiro. Toda vez que tento escrever, eu procuro referências na literatura e no audiovisual”, comenta Thiago Furtado. Segundo Thiago, foi a escrita que o aproximou do audiovisual. Ele começou a escrever na adolescência. Posteriormente, ele reanimou esse interesse pela escrita, mas foi o interesse pelo teatro que fez com que se aproximasse do cinema, já que isso aconteceu no período em que ele começou a trabalhar numa locadora de vídeos. A empresa permitia que o funcionário locasse filmes de forma gratuita, e a ambição de querer ser um ator de teatro levou o artista a querer tanto assistir aos filmes quanto ler as sinopses impressas nas capas, para conhecer mais sobre o universo da atuação. Thiago ainda conseguiu fazer um curso de teatro durante dois anos e até chegou a ser convidado para participar de uma trupe, mas o ingresso no curso de Jornalismo fez com que ele se afastasse das artes cênicas. “A experiência que eu tive, que foi curta, serviu como parâmetro para dirigir algumas coisas que já fiz, claro que pegando referências de outros diretores e atores. E eu pretendo estudar para dirigir melhor os atores.”
O papel do jornalista
Thiago Furtado veio morar em Teresina em 2011. Ele conta que já gostava de assistir a filmes. No curso de Jornalismo, isso se intensificou, pois foi quando a sua rede de contatos passou a se ampliar e ele pôde conhecer mais os filmes clássicos do cinema. No primeiro período do curso, Thiago começou a estagiar em uma produtora da cidade, essa experiência fez com que ele se aproximasse da produção de roteiro e como resultado o artista produziu um curta-metragem, que foi apresentado em 2014. Essa proximidade com o cinema fez com que ele produzisse o documentário “Ampulheta – Memórias de areia e vento”, em 2016, que foi o seu trabalho de conclusão de curso e acabou acumulando seis premiações, além de ter circulado por quinze festivais nacionais. Segundo o realizador audiovisual, o documentário Ampulheta foi um divisor de águas na sua vida, pois foi o momento que o motivou a continuar estudando e experimentando no audiovisual. “E eu continuei porque ali tinha a potencialidade de contar histórias de pessoas que não têm sua voz levantada, que é um dos papéis do jornalista.”
“Os filmes que eu já fiz tem um fundo social que eu acho cada vez mais importante e isso sempre terá espaço nos meus roteiros” Thiago Furtado
O contato com os coletivos
Para Thiago Furtado, os festivais de cinema são essenciais para dialogar, conhecer a produção de outros profissionais e coletivos, para aprender e criar um network, mas principalmente para perceber a importância social do cinema para toda a comunidade. Por isso, é importante frisar a relação do realizador audiovisual, como se autointitula, com os coletivos, pois essa proximidade surgiu com as experiências acadêmicas e se perpetuou para além dos muros da universidade. “Eu acho que essas pessoas que trabalham para realizar os seus sonhos é o que me faz ter vontade de produzir”, pontua. Segundo Thiago, os coletivos VDC (do qual faz parte) e LabCine (coletivo formado na UFPI e que atualmente viaja pelo país apresentando seus filmes) foram essenciais na sua trajetória, pois foram eles que o incentivaram a produzir. Thiago Furtado e o Coletivo VDC atuam sempre trazendo temáticas sociais nos seus trabalhos, com uma linguagem bem particular.
Os desafios do audiovisual
Thiago Furtado produziu seis filmes com os coletivos e quatro filmes assinando sozinho a direção. Atualmente, está produzindo o quinto filme. Além disso, ele comenta que está escrevendo mais um roteiro de um longa. Ao todo, foram oito prêmios acumulados durante a sua trajetória. Com o curta “O Signo da Solidão”, o realizador audiovisual ganhou prêmio de roteiro na Mostra Sesc de Cinema. Já com “O Casulo e a Borboleta” (2018), que ganhou o prêmio especial de destaque criativo no Festival Goaimum em 2018, em Natal, passou por festivais como Floriano, Fortaleza e agora participará da Mostra Sesc de Cinema. O documentário “Ampulheta – Memórias de areia e vento” (2016) angariou seis prêmios, sete troféus e circulou por quase todos os estados brasileiros. Thiago Furtado tem como referência no cinema diretores da produção nacional, tais como: Marcelo Gomes, Anna Muylaert, Laís Bodanzky, Kleber Mendonça Filho e Cláudio Assis. Thiago busca no cinema filmes com temáticas sociais e fala sobre os desafios de se produzir com poucos recursos. “Aqui no Piauí, além da falta de recurso, nós estamos em dívida com nossos próprios profissionais. A nossa grande dificuldade é a profissionalização, precisamos ter profissionais preparados para transformar a produção que temos em cinema piauiense, pois não temos um cinema firmado. Falta uma profissionalização da área e, claro, eu me incluo nisso e enquanto isso vamos tentando produzir e aprender com essa produção. Aprendendo também observando o trabalho dos demais profissionais”, frisa Thiago Furtado.
Produzindo com pouco
Thiago Furtado encontrou no audiovisual uma maneira de contar histórias, pois foi um espaço que achou para abordar temas urgentes contados de forma artística e poética, diferentemente da escrita, a qual dá a possibilidade para o escritor apenas descrever os fatos. No audiovisual, o diretor concretiza as suas histórias, além de materializar, no plano físico, um mundo abstrato condensado na escrita. “Audiovisual pra mim é a possibilidade de contar histórias que podem impactar a vida das pessoas”, pontua. E o vínculo com as temáticas sociais é outro elemento presente na obra de Thiago, que faz da sua arte uma maneira de desnudar temas e sujeitos que, muitas vezes, são colocados, de forma até coercitiva, na condição de marginalizados e estigmatizados. A preocupação e o cuidado que o realizador audiovisual tem com seus trabalhos é o que tem cativado tantos espectadores e feito com que ele se destaque na área. Thiago Furtado tem mostrado que é possível desenvolver trabalhos responsáveis com poucos recursos, sem precisar apelar e apresentando um material delicado, provocador e inspirador.
Contatos
Instagram.com/thiago.o.furtado
Fotos
Vídeo
Filmes
“Ampulheta – Memórias de areia e vento” (2016);
“O Signo da Solidão” (2017);
“O Casulo e a Borboleta” (2018).
Outras fontes
Última atualização: 22/07/2019
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