A imersão do espectador na arte é algo extremamente necessário nos dias de hoje. Em tempos líquidos, puxar quem está assistindo a uma peça, a uma performance ou até mesmo observando uma pintura, desenvolve no espectador uma experiência única.
Treta fez isso comigo. Me levou a mergulhar em uma experiência que me deixou marcas. Marcas que eu sei que vão atravessar e muito a minha vida e o meu trabalho fotográfico. Nada mais será como antes. Nada será mais visto como antes. Uma performance que acontece em um ambiente com pouquíssima luz, envolta de um caos sonoro que me empurrou dentro de um caldeirão de sensações. Fui do medo de não saber o que me esperava nos próximos segundos ao sentimento de total perda das ações que ocorriam ao meu redor.
O fogo, a violência, a escuridão, os sons caóticos de uma guitarra distorcida, as freadas de um skate… tudo isso puxou os espectadores para uma batalha onde estamos completamente vulneráveis ao que está por vir. Sem nenhum controle ou linearidade, Treta é uma experiência que me fez sentir como se estivesse sendo atravessado pelo desconhecido. E talvez tenha sido a experiência mais forte que eu presenciei em toda minha vida.