Não te quero por tua formosura
De rainha da graça entre as mulheres,
Quero-te porque és boa, porque és pura
E ainda mais porque sei que tu me queres.
A beleza exterior nem sempre dura.
E a d’alma, estejas tu onde estiveres,
Ungiras de meiguice e de doçura
Tudo em que a bênção deste olhar puseres.
Eu sou artista: encanta-me a beleza,
Em ti, porém, abstraio-a, inteiramente,
E penso amar-te assim com mais nobreza;
Pois, se te esqueço a forma e a mocidade,
É para amar em ti unicamente
A encarnação suprema da bondade.