A teresinense Bruna Castelo Branco é graduanda em Pedagogia na Universidade Federal do Piauí (UFPI), atriz no Grupo Metamorfose de Teatro e uma das grandes promessas do teatro piauiense. A estudante que foi conduzida de forma espontânea para as artes tem estudado constantemente para mergulhar cada vez mais no mundo das artes cênicas e fez da experiência com os palcos um motivo para questionar até o seu lugar na sociedade. Bruna Castelo Branco já atuou nos espetáculos Faces (2016) e Poliamor (2018), além disso participou de performances como “Cogito” apresentado na IX Mostra de Teatro COTJOC – Arte ao Alcance de Todos (2018), “Cores sob nossas peles” (2019) e “Linda e Gabriela” (2019). A atriz entra para a cena teatral com muita vontade de aprender, questionar e dialogar tanto com os grupos e coletivos quanto com o público.
“O teatro representa a libertação e não tem coisa melhor que liberdade.” Bruna Castelo Branco
Nome Completo: Bruna Castelo Branco
Descrição: Atriz
Data de Nascimento: 11/06/1996
Local de Nascimento: Teresina – PI
Escrito por: Alisson Carvalho
Revisado por: Paulo Narley
O germe da criação
O contato de Bruna Castelo Branco com as artes aconteceu inicialmente por meio da literatura, pois antes de conhecer o universo das artes cénicas a artista começou a expressar suas subjetividades na escrita. Bruna conta que era uma garota introspectiva e sempre tentou se distanciar de tudo que a deixava em evidência, por isso ela jamais teria pensado em atuar. Mesmo assim já existia o germe da criação se desenvolvendo na artista que usava as histórias e desabafos dos colegas como inspiração para a construção das suas crônicas. E, segundo Bruna Castelo Branco, sua perspectiva era produzir um livro, por isso ela passou a escrever contos e crônicas. “O livro é algo mais introspectivo, é só você e você mesma. Já no palco é diferente porque você se coloca vulneravelmente para que as pessoas te vejam, querendo ou não você se expõe como ator”, diz a artista.
Desbravando as artes cênicas
Os palcos têm uma magia inexplicável, algo subjetivo que só quem sente é capaz de tentar descrever e depois de instigada essa paixão, não tem mais jeito senão mergulhar no oceano das experiências que só a vivencia nos palcos proporciona. Segundo Bruna Castelo Branco o seu início nas artes cênicas aconteceu nos palcos, quando ela assistiu à apresentação da peça teatral “Quando o amor é assim, não assado” monólogo protagonizado pelo ator Júnior Marks. O impacto foi imediato, segundo a atriz, pois ela ficou apaixonada pelas possibilidades que o palco oferecia e com a performance do ator em cena. Bruna descreve como foi oneroso vencer o medo de se colocar no palco, pois até então ela preferia ficar nos bastidores de qualquer evento ou organização. A apresentação no Theatro 4 de Setembro do monólogo fez com que ela buscasse caminhos para conhecer o cenário teatral piauiense.
Metamorfose no teatro
A imersão de Bruna Castelo Branco no teatro, não mais como espectadora, aconteceu quando a atriz ingressou na Universidade Federal do Piauí (UFPI). No ambiente acadêmico, ela ficou sabendo da existência das oficinas de teatro por meio de um cartaz e quis conhecer o grupo. A partir da oficina, Bruna Castelo Branco começou a desvelar os seus conceitos a respeito das artes e do mundo, foi lá que ela entrou em contato não só com outras pessoas, mas sobretudo consigo mesma. O Grupo Metamorfose de Teatro surgiu na UFPI com a proposta de promover uma transformação por meio do teatro. Criado em 2013, por iniciativa do ator, dramaturgo e diretor Heberth Costa, a trupe foi ocupando os espaços acadêmicos, assim como diversos outros espaços, com arte. Desde então muitos estudantes e pesquisadores passaram pelo grupo, que se tornou um recinto de diálogos e produção artística. Segundo a atriz, o grupo se tornou um espaço de libertação e uma alternativa diante da pressão acadêmica, uma forma de expor toda a potência criativa suprimida pela sociedade.
“O Grupo Metamorfose me ensinou muito sobre o teatro e principalmente sobre mim mesma, foi como se eu saísse mesmo de um casulo.” Bruna Castelo Branco
Se desafiar para se aperfeiçoar
O teatro é um espaço de experimentações e pesquisas, amplamente nutrido por grandes autores e encenadores que sedimentaram tanto as suas gerações quanto as gerações contemporâneas. Essa base que conduz o trabalho de Bruna Castelo Branco está presente na concepção dos seus trabalhos, que têm como objetivo gerar empatia no público. Para a atriz, o trabalho do ator é criar um diálogo com o mínimo de ruído possível entre o intérprete e o espectador, fazer da vivência no teatro uma experiência sensível que permita criar uma relação de intimidade com a plateia. Cada grupo de teatro e ator tem o seu método e forma de atingir os seus objetivos no palco, para Bruna, essa finalidade é construída seguindo um processo de mergulho intenso na construção da personagem, pois quanto maior seu domínio sobre a história melhor será para atingir o que se espera da personagem. “Acho que saber o que o personagem é facilita para entender o que ele vai sentir”, frisa a atriz. Bruna Castelo Branco conta que conheceu primeiramente o teatro performático, cuja principal fonte de expressão dos sentimentos se dá pela performance corporal mais que propriamente a fala. Apesar de ter criado uma afinidade com esse tipo de fazer teatral, ela gosta dos desafios, gosta de sair da sua zona de conforto para se forçar a melhorar e se aperfeiçoar constantemente.
As faces do poliamor
Bruna Castelo Branco subiu no palco pela primeira vez ao apresentar o espetáculo “Faces” (2016), que aconteceu no Teatro do Boi. Depois disso, a atriz continuou se apresentando tanto nos palcos de Teresina quanto nos eventos da cidade. O mais recente trabalho do Grupo Metamorfose de Teatro se chama “Poliamor”, que tem o texto e a direção de Heberth Costa. A proposta de montar o espetáculo partiu da atriz Mônica Gomes e foi sendo ampliada conforme o grupo foi discutindo sobre o assunto. O trabalho, segundo a atriz, foi desafiador por permitir vivenciar uma realidade diferente da sua, fazendo com que ela conhecesse, por meio dos laboratórios, alguns dos dilemas vivenciados pelas pessoas trans. O grupo se apropria do título poeticamente para abordar as múltiplas formas de amores existentes, inclusive, a relação poliamorosa. A peça tenta não só mostrar a importância da empatia, mas demonstra, de forma lírica, todo peso político por trás das relações que sofrem diversos preconceitos na sociedade, tema que causou comoção entre os estudantes da universidade e nos demais espaços onde foi apresentada.
A liberdade no palco
Para Bruna Castelo Branco, o teatro representa liberdade, criando e expressando um pensamento. Esse é o poder da arte, pois ela atinge de diversas formas o público e tem um poder de transformação imensurável. A atriz, que entrou para a cena artística com muita curiosidade e vontade de conhecer as artes, está constantemente buscando apreender as informações necessárias para a sua formação como artista, não se limitando a uma única fonte, tampouco apenas à experimentação. Por isso, a atriz conta como é importante que o Piauí crie cada vez mais meios para a profissionalização dos artistas das artes cênicas e revela o desejo de se graduar na área para se especializar mais ainda no teatro. Bruna Castelo Branco foi fisgada pelo teatro e diz que da mesma forma como se apaixonou pela arte ela desejaria que outras pessoas também vivenciassem essa paixão. “Eu quero que o teatro se expanda, que outras pessoas conheçam a magia do teatro”, frisa Bruna.
Contatos
Facebook.com/brunacastelobranco
Tel: (86) 9 8881- 3423
Fotos
Espetáculos
Faces (2018);
Poliamor (2019).
Performances
Cogito (2018);
Cores sob nossas peles (2019);
Linda e Gabriela (2019).
Outras fontes
http://165.22.43.48/2018/12/04/critica-sobre-a-peca-poliamor-por-alisson-carvalho/
Última atualização: 29/04/2019
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