No meu pomar, cercado de alto muro,
Entre os galhos e as frondes do arvoredo,
Gosto de ver pousar o passaredo:
0 verde, o azul, o branco, o de ouro e o escuro.
Sei que o fruto lá em cima está maduro
Pelo chilreio que ouço, manhã, cedo…
— Ó galo-da-campina leve e ledo,
Gostas de passar bem, como Epicuro!
Eu sei que tens feitiço e tens prestígio
Mas… entre vós, só a rapina é vezo.
Há quanto tempo usas barrete frígio?
– Ó trovador divino, ó chico-preto,
Tanto hás de me roubar que um dia, preso,
*/Vivo, a cantar te ponho num soneto!…