Casa e caminhos morrem desamados,
esquecidos, na solidão do Além.
Os segredos falecem de guardados,
e amores morrem quando morre alguém.
O porto morre. A onda se esvazia.
E o sonho esvai-se quando acorrentado.
A treva nasce do morrer do dia.
Morre o rico, o feliz e o desgraçado.
Nada é imortal, pois o que nasce vibra
somente um instante para a queda enorme,
eis que essa lei fatal tudo equilibra.
Morrem lembranças, fruto do passado,
e o presente e o futuro quando dorme
o homem sem fé, sem luz, abandonado.