A jornalista, escritora, professora, pesquisadora e roteirista Kelma Gallas é natural de Caxias-MA e radicada em Teresina. Ela é formada em Comunicação Social – Jornalismo pela Universidade Federal do Piauí (UFPI), é pós-graduada em Imagem e Publicidade (UFPI, 2002). Atualmente é professora titular do Centro Universitário Santo Agostinho (UNIFSA). Integra desde 2011, o Grupo de Pesquisa CNPq, Sexualidades, Corpo e Gênero – SEXGEN (Universidade Federal do Pará), que desenvolve estudos acerca dos temas das culturas sexuais, das identidades homossexuais, da construção social do gênero, da diversidade sexual, entre outros. Sob o pseudônimo literário Hanna K, a autora publicou virtualmente as obras “A Dança Vazia” (2004), “Espelhos e Miragens” (2005) e “Tratado das Meias Verdades” (2007). Participou da coletânea “Elas Contam”, pela Editora Corações e Mentes (SP), em 2006 e [In]Contadas: aquelas que não podem falar e publicou a obra “Espelhos e miragens” (2017). Já no cinema Kelma foi roteirista no filme “Flor de Abril” (2013) e “Onde Moram os Cavalos Marinhos” (2017) dirigido por Cícero Filho (TVM Filmes) e está produzindo o filme “Babaçu Love”.
“Minha maior paixão na vida é escrever. Eu sempre quis ser escritora, é o meu sonho mais antigo.” Kelma Gallas
Nome Completo: Ana Kelma Cunha Gallas
Descrição: escritora de Caxias-MA
Data de Nascimento: 17 de agosto de 1966
Local de Nascimento: Caxias – MA
Revisado por: Paulo Narley
A expertise para escrever
Nascida na terra de Gonçalves Dias, Kelma Gallas cresceu em Teresina, cidade que se tornou cenário de suas principais obras literárias. A literatura é uma paixão antiga. Até a adolescência, ela se revezava entre as artes visuais e a escrita. “Nunca fui, de fato, uma boa desenhista ou pintora, mas o labor do texto me capturou por sua complexidade”, conta. Na época, os livros se amontavam no quarto, juntamente com os discos que colecionava. “Eu tinha muitos LPs e fitas cassetes, e depois, CDs e DVDs. Nunca superei essa paixão pela música”, diz. À semelhança de Nick Hornby (“Alta Fidelidade”) e Alison Bechdel (“Fun Home”), suas obras são atravessadas por referências culturais, discussões filosóficas e debates existenciais. É o caso de sua principal obra, “Espelhos e Miragens” (2005), publicado em 2017. “Sempre fui meio solitária e passei a adolescência enfurnada no quarto, que eu chamava de caverna – tanto uma referência à caverna de Batman como a do Platão “, brinca. Os quadrinhos também foram a sua grande paixão. Quando concluiu o curso de Jornalismo, na UFPI, o seu trabalho de conclusão abordava o mito do herói nos quadrinhos. Mais tarde, ela foi uma das criadoras do Núcleo de Quadrinhos do Piauí, e pesquisadora do tema, durante um tempo. Hoje, ela tenta equilibrar as inúmeras atribuições do exercício profissional como jornalista e professora do ensino superior, com a literatura. Tem um novo livro em gestação. “Minha maior paixão na vida é escrever. Eu sempre quis ser escritora, é o meu sonho mais antigo”, frisa.
Jornalismo e a literatura
O jornalismo entrou na vida de Kelma Gallas como forma de vincular a paixão pela leitura com a profissão de escritora. A escritora, apaixonada por autores como Arthur C. Clarke, Philip K. Dick e Oscar Wilde, fez da escrita uma missão e dedicou-se também a ler enciclopédias e dicionários, com o intuito de conhecer o máximo de palavras possíveis. O seu perfeccionismo e método de produção também têm relação com o seu processo de escrita, pois ela assinala como era oneroso ter que reescrever uma página inteira para corrigir um erro nas máquinas de datilografar. Quando Kelma começou o curso de jornalismo, na segunda turma de jornalismo da Universidade Federal do Piauí, ela dedicou-se à editoria de cultura. A estudante de jornalismo colecionava editoriais de cultura da Folha de São Paulo, tamanha era sua paixão. Sua atuação na área, inicialmente, se deu como uma forma de tentar reproduzir o mesmo formato, fugindo da ideia de cultura como agenda cultural. “Eu me preocupava não só em informar sobre a peça, mas em assistir e fazer uma narrativa a respeito daquilo”, conta Kelma Gallas.
“Olavo de Bilac que dizia que o poeta é um ourives, ou seja, ele vai lapidando a obra”. Kelma Gallas
O processo criativo
“Eu amo as palavras. Realmente penso que Olavo Bilac tinha razão ao dizer que o escritor é como um ourives, busca o perfeito encaixe da palavra no contexto do texto. E é isso, acho que é a busca de um melhor possível, dentro das minhas limitações, que me anima a continuar”, afirma Kelma Gallas, lembrando que escreveu fluidamente “Espelhos e Miragens”, em menos de um ano. Na época, escrever a história, com quase 400 páginas, lhe pareceu fácil. “Escrevia diariamente, cerca de cinco a seis horas, dividindo-me entre os estudos e o trabalho”, explica. A autora publicava semanalmente um capítulo de dez páginas. Mas, outros trabalhos seus demoraram um pouco para serem concluídos, como é o caso de novo romance. “Este, eu escrevo desde 2015, permanecendo em revisões, em mudança de ritmo. Tenho insights espalhados em várias cadernetas, revisões de rodapé em páginas impressas, mais intenso e lento… Eu acho que cada obra tem sua identidade, sua própria alma, construída no processo dinâmico e intenso que é o de criar um universo próprio”, pontua.
Espelhos e Miragens
“Espelhos e Miragens” (2017) é a obra inaugural de Hanna K, alcunha literária da jornalista Kelma Gallas. A obra conta a história de um amor incondicional e do amadurecimento decorrente de seus percalços. Narrado na primeira pessoa, por Ana Paula, uma estudante de Direito que se apaixona por Manu, uma colega de turma, o livro é atravessado por inúmeras referências culturais e um debate intenso sobre a natureza do amor. Mais do que um denso jogo intelectual sobre as inúmeras possibilidades de existir, a obra carrega reflexões sobre o assumir-se lésbica em uma sociedade heteronormativa. Indicado pela Revista Reversa (SP), como um dos livros LGBTs que deviam ser lidos em 2018. Além disso a obra recebeu um prêmio de literatura concedido pela organização da Parada Gay de São Paulo e o prêmio “Papo Mix de Literatura”. Segundo a autora, historicamente, a literatura, em seus variados campos, têm expressado convicções políticas e identitárias. No Século XX, acentuou-se um movimento cultural que, em certa medida, tenta preencher determinadas lacunas da representação identitária, especialmente, de grupos historicamente subalternizados, como mulheres, negros, indígenas e LGBTQI+. E é nessa corrente que se insere “Espelhos e Miragens”, onde as identidades falam por e para si. Esse tipo de abordagem não só busca um “nicho de mercado”; essas narrativas problematizam as suas próprias questões e apresentam, de um ponto de vista muito particular, as lutas identitárias de grupos específicos, muitas vezes, ausentes, mal compreendidos ou invisibilizados nos cânones da literatura.
Contatos
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Telefone : 99849-0066
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Obras
Outras fontes
https://redepiaui.com/noticias/escritora-piauiense-lanca-livro-em-teresina/
http://piauihoje.com/noticias/espelhos-e-miragens-para-combater-preconceitos/
Última atualização: 19/02/2019
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