não deixarei meus olhos dilacerados morrerem
reduzidos à fumaça dos líquidos e da primavera
o espírito aveludado que parte pêlos ermos
não, recuso a agitação do pulso e dos flagelos
no ofício convulso da minha arte derradeira
saúdo os condenados por amarem,
repulso a brancura das castas
e as fatigadas glórias
o nome feudal
sou doutro tempo
quando o mundo era vivo
num transe de espasmo carnal,
a poesia entoada nos livros
derramava-se à pele como bálsamo
num deleite supremo e vertiginoso
de versos roucos, brandos