O humor de João Cláudio Moreno

Alisson Carvalho

6 anos atrás

João Cláudio Moreno é um apaixonado pelo Piauí, tanto que se tornou um dos maiores representantes e defensores do estado. Ele nasceu no dia 6 de maio de 1967, em Piripiri, Piauí. É humorista e iniciou a sua trajetória artística em 1989, em Teresina. É considerado um dos grandes nomes do humor do Brasil, já contracenou com Chico Anísio. Também é considerado o mais fiel imitador de Luiz Gonzaga. Foi Secretário de Cultura de Teresina com apenas vinte três anos, presidente da Fundação Cultural Monsenhor Chaves, além disso foi também vereador de Teresina. João Cláudio Moreno já apresentou a Cantata Gonzaguiana (2012), em parceria com a Orquestra Sinfônica de Teresina. Tem inúmeros espetáculos sucesso de bilheteria, como “De Médico e louco todo mundo tem um pouco”, “O Dia Em Que Mão Santa Perdeu O Emprego”, “Imitações”, “Um Piauiense no Rio de Janeiro”, entre outros. João Cláudio Moreno acumula premiações, títulos de cidadania recebidos em vários municípios, fez turnê pelo nordeste, estreou na TV com o programa “A Química de João Cláudio” e tem alguns DVDs lançados, como “Pegando Estrada” e “Cantata Gonzaguiana”.

“Se alguém me perguntasse: Você é o que essencialmente? Eu responderia: piauiense”, afirma João Cláudio Moreno.

Nome Completo: João Cláudio Moreno

Descrição: Humorista

Data de Nascimento: 06/ 05/ 1967

Local de Nascimento: Piripiri-PI

Perfil escrito pela Geleia Total
Escrito por: Alisson Carvalho
Revisado por: Paulo Narley

A infância do artista

“Eu nasci numa casa de uma complexidade imensa, pois eu sou o filho caçula e temporão numa casa de doze filhos, onde havia gente de todo tipo”, diz João Cláudio Moreno. Desde cedo, João Cláudio foi uma criança ligada ao catolicismo, vivendo sob os cuidados das mulheres da família: mãe, irmãs e tia. Ele conta que veio desse contato a sua sensibilidade e a sua alma feminina. A morte prematura de um de seus irmãos aumentou os cuidados empreendidos na educação do caçula, que aprendeu, desde cedo, a curtir a própria solidão. Por isso, ele sempre foi muito ligado com o lúdico e brinca dizendo que vivia em um mundo paralelo, no seu mundo imaginário. Suas brincadeiras solitárias tinham muito das características da história “Meu pé de laranja lima”, do livro de Zé Mauro Vasconcelos, que ele conheceu no cinema. Essa criação matriarcal carregada de catolicismo foi o que marcou a infância da criança dividida entre a autocrítica apurada e o egocentrismo de artista ascendente. João Cláudio Moreno conta que foi considerado pelos colegas e professores como o aluno mais engraçado e mais inteligente da turma.

O mundo para além da serra

João Cláudio mudou-se de Piripiri para Teresina, aos 14 anos de idade, onde morou no bairro Parque Piauí com uma de suas irmãs. Nesse período, João Cláudio Moreno começou a estudar no colégio Diocesano, onde conheceu o Pe. Florêncio, que foi o seu professor de química e acabou se tornando um dos muitos personagens da sua cartilha de criação. A mudança da cidade natal para a capital do Piauí foi uma das mais complicadas para o jovem estudante, pois ser calouro não era uma das tarefas mais agradáveis para João Cláudio, que estava mais acostumado com o protagonismo. “O dia mais difícil para mim sempre foi o primeiro dia porque o anonimato me esmagava”, comenta João Cláudio. A experiência de estudar em um colégio de jesuítas fez com que o artista quase enveredasse pelo caminho do sacerdócio, porém, depois de viajar para um Congresso na UNB e vivenciar diversas experiências, ele decidiu optar pelo caminho acadêmico, escolhendo o curso de Comunicação Social, na Universidade Federal do Piauí. “A serra grande era um risco que eu via da porta da minha casa e eu imaginava que o mundo era da serra pra cá, mas depois eu percebi que o mundo era da serra pra lá”, relembra João Cláudio Moreno ao falar da Serra da Ibiapaba que separa o Piauí do Ceará.

A trajetória do humorista

O humorista João Cláudio Moreno, ainda jovem, exerceu funções importantes. Com apenas dezoito anos, ele assumiu o cargo de assessor de comunicação na Fundação Cepro (Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais do Estado do Piauí). Nessa função, ele também foi o editor da revista “Carta Cepro”, considerada umas das revistas técnicas mais importantes do estado. Além disso, com apenas vinte três anos, assumiu o cargo de Secretário de Cultura de Teresina e o de Presidente da Fundação Cultural Monsenhor Chaves.
Posteriormente, João Cláudio Moreno trabalhou apresentando o programa diário “A Química de João Cláudio”, na TV Pioneira, que ficou no ar entre os anos de 1989 e 1991. Depois de um hiato, o programa retornou, mas na emissora TV Timon, que se tornaria a TV Meio Norte. Em seguida, o humorista começou a trabalhar, no Rio de Janeiro, como redator do programa Chico Total, de Chico Anísio, na TV Globo. Nesse programa, ele mudou de função e, como ator, passou a interpretar alguns personagens. Ele conta também que, no referido período, escreveu bissextualmente para a “Revista Domingo”, que era um encarte duplo do Jornal do Brasil.

“O piauiense é um tipo social altamente original, nós temos um compromisso com a originalidade maior do que todos os outros estados.” João Cláudio Moreno

As diversas faces do humorista

O primeiro show de humor de João Cláudio Moreno aconteceu em 1989. Superando as suas próprias expectativas e prognósticos, a apresentação foi um sucesso de bilheteria e chamou a atenção do cenário artístico e da sociedade teresinense. O artista, que começou imitando os seus professores, transformou as suas imitações em shows que conquistaram não só o público do Piauí. Com um humor mais refinado, crítico e político, João Cláudio Moreno, já se apresentou em diversos estados brasileiros, além de ter criado nada menos do que quarenta personagens e cem imitações, tais como Dercy Gonçalvez, Oscar Niemeyer, Alceu Valença, Jackson do Pandeiro, Alcione e, aquele que se tornou um dos grandes destaques nas suas criações, o rei do baião Luiz Gonzaga. Cada show apresentado tem uma particularidade, afinal, tem muito da relação entre o artista e o seu público.

Do simples ao refinado

João Cláudio Moreno é um artista que marca o cenário das artes piauienses e conquista o seu público onde quer que chegue. Logo foi reconhecido como um dos grandes humoristas piauienses, influenciando as novas gerações de artistas. O humorista, que saiu de Piripiri e galgou um caminho de sucesso chegando a se apresentar em programas de alcance nacional como o “Chico Total”, experimentou os sabores e dissabores de trabalhar com arte. Toda essa maturidade e conhecimento são refletidos na sua produção, a qual apresenta uma variação que mostra a amplitude da sua sensibilidade, afirmando o que fica estampado no palco: a potência vocal e a variação das máscaras faciais de cada um dos seus personagens e imitações. João Cláudio Moreno é uma memória viva da arte, política e história piauiense, um bairrista apaixonado pela terra natal e um dos poucos artistas piauienses que consegue cativar pessoas das mais diferentes faixas etárias, classes sociais e origens.