A imagem é algo vivo, pulsante, é uma história, representa um momento especial e bem particular. Para o parnaibano Gelson Catatau, a imagem representa algo único e seria a presença da impermanência. O fotógrafo de rua é formado em Engenharia de Pesca, pela Universidade Federal do Piauí, atuou na área de Ecologia Aquática e Ictiologia. Além disso, ele também estudou fotografia na Escola de Fotografia Mil Cores de Lisboa, Portugal, onde também fez cursos na área de fotografia de natureza. Seu ofício como fotógrafo se dá na forma de freelancer, em Parnaíba-PI, atuando como colaborador de produtoras brasileiras e portuguesas. O fotógrafo, apaixonado pelo mundo e as suas particularidades, fez do olhar uma forma de apreender os detalhes do cotidiano e no ano de 2018 fez a exposição “Diário do Cotidiano”.
“A imagem representa algo único, é a presença da impermanência.” Gelson Catatau
Nome Completo: Gleison Santos Machado
Descrição: fotógrafo
Data de Nascimento: 10/09/1985
Local de Nascimento: Parnaíba
Perfil escrito pela Geleia Total
Escrito por: Alisson Carvalho
Revisado por: Paulo Narley
O primeiro acorde do fotógrafo
“A música veio em primeiro plano como uma forma mais sensível de me expressar.” Gelson Santos ganhou o apelido de Gelson Catatau ainda na infância, ele conheceu a arte por meio da música e foi enveredando por essa área que o garoto teve contato com outras formas de expressões. Essa atração e afinidade com a música, especificamente pelo rock, foi a motivação para criar a banda de fundo de garagem Inside Moderate Rock , ficando com a parte de criar e cantar as músicas. Com o desenvolvimento da banda, Gelson foi assumindo outras funções no grupo na parte de assessoria, inclusive cuidando do registro da banda. A vivência na música marcou o artista, foi ali a sua inserção no mundo das artes, mesmo ainda não se considerando um artista foi por meio da música que Gelson começou a criar.
Olhar a partir do obturador
O contato e a paixão pela natureza fizeram Gelson Catatau enveredar pela área que ele considerou mais próxima das suas aptidões, a Engenharia de Pesca. E foi no curso que o estudante teve contato com as famílias ribeirinhas e pescadores. As pesquisas despertaram em Gelson a curiosidade não só pela produção e registro dos dados objetivos, mas também pela composição e captação das relações mais sensíveis, da vivência daquelas comunidades. Foi nesse período que o artista começou espontaneamente a fazer registros mais sensíveis, e o resultado dessa experiência despertou a curiosidade e interesse dos seus amigos pelas suas fotos. Tudo foi fluindo naturalmente, segundo o fotógrafo. Posteriormente, Gelson viaja à Lisboa, Portugal, para acompanhar a sua ex-companheira que na ocasião ingressara no doutorado. E foi lá que o engenheiro escutou os conselhos de investir na fotografia. Então, comprou a sua primeira câmera fotográfica e ingressou na Escola de Fotografia Mil Cores de Lisboa. O curso foi o seu despertar para a fotografia, foi quando Gelson sentiu-se livre e passou a confiar na imagem, quando ele começou a olhar a partir do obturador da câmera. O curso permitiu ver além da técnica. Gelson aprendeu a ver com uma nova perspectiva, entendendo a relação da fotografia com a história, com o mundo e inspirado pelo espírito de curiosidade por estar em um lugar desconhecido. A fotografia também serviu como um motivador para descobrir esse mundo livre de regras, de estética, tudo fluindo naturalmente.
“Fotografia é como eu me expresso, ela é meu filtro, é o meu modo de ver as coisas.” Gelson Catatau
Fotografia como impermanência
Para Gelson Catatau a formação teórica e a prática são necessárias para a construção do fotógrafo. E a sua formação foi importante para assumir a fotografia tanto como profissão como expressão artística. Sobre o processo criativo, Gelson conta que é muito bacana capturar a naturalidade da pessoa, a espontaneidade da ação, de tal forma que existe um respeito e cuidado em construir as imagens sem olhar de um ângulo de superioridade. Por isso as suas imagens geralmente estão no mesmo plano que as personagens, na mesma altura do olhar do fotógrafo, justamente para representar o respeito na construção da imagem. “Não menosprezo e nem enalteço, mas eu tenho um respeito pela imagem, para em momento algum roubar alguma coisa da atmosfera da pessoa que está sendo retratada.” Gelson conta que mesmo andando na rua ele o faz como o flaneur de Baudelaire, sentindo a rua e deixando as coisas acontecendo, sem tentar interferir minimamente nos elementos que estão sendo fotografados. Sua interferência se dá mais para mudar o ângulo ou um corte, pois, segundo o fotógrafo, a graça da fotografia se dá na ação acontecendo espontaneamente.
Contatos
flickr.com/photos/gelsoncatatau/
E-mail: gelsoncatatau@gmail.com
Fotos
Vídeo
Exposição
Diário do Cotidiano (2018)
Outras fontes
http://panoramacultural.com.br/gelson-catatau-e-mais-um-convidado-de-expedicao-piaui/
Última atualização: 16/10/2018
Caso queria sugerir alguma edição ou correção, envie e-mail para geleiatotal@gmail.com.