Barreiras de impossíveis, ai, barreiras
sem a brecha falaz de uma janela,
por onde eu possa ver a Imagem dela
na moldura das tardes brasileiras.
Nem meus gemidos monstros de cachoeiras
nem meus soluços roucos de procela
vos moverão dessa mudez de cela,
torvas, fatais, sinistras, agoireiras!…
Embalde, para a ver, alongo os olhos,
fico em bico de pés, e, alucinado,
piso os cardos, as urzes, os abrolhos…
Ai de quem, entre lágrimas e poeiras
só distingue entre si e o bem-amado
barreiras e barreiras e barreiras!
(1887-1950)