Tem explicação: não é apenas a alegria
que veio correndo me abraçar.
Não é, não!
Sim,
porque ouço vozes chamando,
lá no fundo do quintal:
ei, venha brincar comigo!
Também chega, de mansinho,
o chiado da torneira,
molhando a grama do jardim, num chorar magoado.
Alguém acorda o vento do sul,
trazendo folhas amarelas e pedaços de amor
(uns verdes, outros azuis).
Não sei…
acho que ainda resta qualquer coisa
do dia,
do céu de ontem — apenas qualquer coisa!
Pois
a diferença continua,
que hoje tem luz demais!
Vivendo.
Queimando.
Mas não importa, não.
Este sol assim, brigão, arrogante, falante
…é muito meu amigo.