Minha, só minha, só, unicamente minha!…
As tuas mãos de luar, macias e cheirosas,
os teus seios ardendo em músicas de rosas,
a tua boca ideal, ó pérola marinha!
É minha a tua carne, a fulgurante vinha |
que tem uvas de sangue, etéreas, luminosas,
e resplende na luz em ânsias ondulosas,
minha, só minha, só unicamente minha!
Minha toda tu és! A graça, o enlevo, o encanto,
a blandícia do olhar, a alva melancolia,
o dealbar do sorriso e o estelário do pranto!
É minha a exaltação, minha a esperança, minha
a glória de te ter nos meus braços um dia,
minha, só minha, só, unicamente minha!
Celso Pinheiro (1887-1950)