VINTE E SEIS ANOS
Vinte e seis anos… Vinte e seis mil passos
à procura de um bem, de uma ilusão!
Vinte de seis mil soluços de cansaços,
mil preces, mil pedidos… Tudo em vão.
Vinte e seis anos… Trinta mil fracassos…
Trinta mil tentativas de ascensão
sem êxito… Cair de membros lassos,
trinta mil vezes revertendo ao chão.
Já na casa dos meus vinte e seis anos,
curvado ao peso atroz dos desenganos,
sinto os desígnios infernais da sorte.
E assim desiludido, assim cansado,
de minha própria vida, eu, entediado,
evoco e espero com prazer a morte.